— Eu mandei vestir.— E eu não quero.Respiro profundamente e solto. Ela quer que eu perca a minha calma, deve ser exatamente isso o que essa diabinha quer. O seu plano, eu não sei, mas não dará certo.— Por favor, poderia colocar o vestido?— Hum, me deixe pensar... — Stella finge estar cogitando a aceitar e por fim resolve soltar sua escolha, que por sinal não me surpreende — Não.— Olha aqui, se eu for até aí, pode apostar que vai se arrepender.— Já disse que não. Não vou usar nada disso, nem aqui e nem na China. Já falei e irei repetir, você não vai me comprar com presentes.— Se eu quisesse, já teria te comprado a tempos sua diaba! Se quer continuar com essa marra toda, tudo bem, como quiser. Mas, se não colocar o vestido em um minuto, eu mesmo colocarei e pode ter certeza de que não irei ser paciente e muito menos gentil.Stella cruza os seus braços e finge que não ouviu nada que lhe falei. Se pensa que darei o braço a torcer, então está muito enganada. Não permitirei que saia

Começamos a caminhar. Nos aproximando dos homens de minha confiança e os cumprimentamos. Eram pessoas dentro da minha organização, uns de alto patamar em meio a todos, mas que não eram superiores a mim. Os apresentei a Stella que timidamente os cumprimentou. Hans, Javier e Silas apresentaram suas esposas, eu as conhecia, no entanto, essa atitude foi para que Stella as conhecessem. Ficaria tranquilo se pelo menos ela pudesse pegar amizade, mas por seu olhar e pelo sorriso falso que deu, já entendi que não iria rolar. Típico de um Esposito, julgar sem conhecer e fazer de sua suposição a verdade. Ao longe, vi Giovanni com uma boa taça de champanhe. Quando o notei, ele ergueu a mão que segurava a bebida como se apenas com o olhar estivesse fazendo um brinde. Quero que Stella o conheça, visto que meu mentor é como se fosse um pai para mim. Por conta da família de Stella, pensei que ficaria irritado ou diria que estou maluco por

A noite estava fresca e pela ventania, iria chover. A porta do quarto não foi destrancada, por conta disso, tirei um cochilo e cá estou, na enorme jacuzzi, aproveitando para relaxar, já que logo não estarei mais aqui.Fecho a enorme janela quando sinto algumas gotas geladas caírem em mim. No fim, vejo desde o início da chuva até o seu ponto alto, com pingos grossos e uma tremenda violência no lado de fora.Me levanto, disposta a me trocar e voltar para cama. Meu jantar não foi entregue e sei que isso é obra de Lucca. Me seco e me enrolo no roupão. Já no closet, coloco um vestido confortável e por fim, volto para a cama.Pelo horário do meu celular ainda era dez e meia. Tento o desbloquear, mas a senha já não era a mesma, aquele cretino dele ter se aproveitado da situação e agora, nem mexer em meu próprio eletrônico posso.Suspiro e me jogo na cama. Se ele estivesse em minha frente, com certeza iria o degolar sem dó e nem piedade. Pego um travessei

Sinto uma dor profunda em meu peito, daquelas que rasgam e estilhaçam a carne. Lucca não tinha esse direito. Ele não devia... ele não podia. Ele é um monstro!Minhas lágrimas se tornam mais intensas, à medida que meu peito estava sendo corroído pela dor da perda. Eu gritei e me permiti desabar. Não importava se ele estaria olhando ou não, eu só queria que a dor parasse, que a culpa e a sensação de não ter sido capaz de o salvar me consumisse por completo e aumentasse o meu desespero. Mas, para isso, sei que o único jeito disso tudo que sinto acabar, é sendo morta.— Me mata. — tento falar alto, mas, meu pedido saiu como um sussurro. Mesmo com as lágrimas inundando meu rosto e deixando a minha visão distorcida, levantei minha face em sua direção, com o peito ardendo, gritei: — ΜΕ ΜΑΤΑ!Devagar, encosto a testa no chão e fico curvada até sentir mãos ásperas pegando em meus braços e levantando-me bruscamente. Homens grandes me seguravam enquanto Lucca afiava uma das facas na mesa, termin

Os batimentos de Stella se tornaram frequentes de novo. Segundo a conversa com o médico, a desnutrição foi a causa de todo esse meu desespero, estrelinha emagreceu consideravelmente e está desidratada. Ele a pôs no soro e recomendou que ficasse com uns tubos de oxigênio nas narinas.Seco meu cabelo enquanto caminho para perto de minha mulher, após dias na mesma salinha, não consegui tomar um banho decente. Sento-me na poltrona ao lado dela, pegando sua mão livre, os aparelhos mantinham o ritmo dos bips e, diferente do relógio, me sinto melhor os ouvindo.Respiro fundo e acaricio sua pele. Diferente de antes, Stella estava numa boa temperatura e graças a isso, sei que aos pouquinhos está melhorando. Talvez lentamente, mas, está. Recosto-me, olhando para a parede branca da sala privada. A saúde de Stella poderia ter decaído mais se não tivesse a tirado de lá, eu poderia ter a perdido de vez, e tudo por causa de sua teimosia e ousadia.O que lasca é a paixão avassaladora que sinto por es