Capítulo 41Armand Dumont entrou no quarto tranquilamente, afrouxando a gravata enquanto o silêncio da casa o envolvia. Parou diante do espelho, começando a desabotoar a camisa com calma, botão por botão, até revelar o peito definido, resultado de anos de disciplina e cuidado com o corpo.Pendurou a camisa ao lado do espelho, e se olhou por um instante, satisfeito. Estava bem para um homem de cinquenta anos. Não era apenas vaidade, era uma escolha: acordava cedo todos os dias, se exercitava, mantinha uma dieta rigorosa e fazia questão de realizar exames hormonais regularmente.Já tivera que fazer reposição hormonal quando a idade começou a pesar, mas, desde então, cuidava de si com mais seriedade do que nunca. Queria ter saúde e disposição para viver o máximo possível... principalmente por ela, sua maior motivação: sua filhota, seu amuleto da sorte.Sorriu sozinho ao pensar em Alana, mas foi interrompido pela vibração discreta do celular na mesa de cabeceira. Pegou o aparelho e, ao de

Capítulo 43Dois dias depois, na sexta-feira, Leonardo chegou ao prédio da empresa às seis e meia da manhã.Ele atravessou o saguão vazio, cumprimentou o segurança sonolento e pegou o elevador, subindo direto para o andar executivo. Estava decidido a limpar a mesa antes de Alana chegar; os últimos dias tinham sido intensos e havia muita papelada acumulada.Assim que empurrou a porta da sala de Margareth, ouviu um leve barulho vindo da sala de Alana. Franziu a testa e parou imediatamente, o corpo entrando em alerta.O andar ainda estava silencioso e meio escuro, as luzes não haviam sido acesas completamente, apenas a claridade tímida do amanhecer se infiltrava pelas frestas das persianas.Leonardo ergueu uma sobrancelha, desconfiado. Pensou rápido: "Será que tem alguém lá dentro?"Olhou ao redor, procurando por algo que pudesse usar como defesa. Seu olhar caiu sobre a mesa de Margareth. Um extrator de grampos.Meio descrente, mas cauteloso, pegou o objeto e o enfiou discretamente no bo

Capítulo 45O elevador subiu até o último andar. Armand permaneceu com as mãos nos bolsos, olhando fixamente para o visor que marcava os andares, mas sua mente estava em Caroline... e na conversa que precisava ter com a filha.Assim que as portas se abriram, ele caminhou pelo corredor, seus sapatos caros ecoando no chão de mármore. Margareth, que saía da copa com uma xícara de café, parou automaticamente ao vê-lo:- Bom dia, senhor Armand!Ele assentiu, mas não parou. Margareth entendeu que o clima não era para conversa e voltou para sua sala.Armand chegou até a porta da presidência, respirou fundo e bateu levemente antes de abrir.Alana estava sentada à frente de sua mesa, concentrada em um relatório, enquanto Leonardo, do outro lado, revisava alguns documentos.Alana levantou o olhar e, ao vê-lo, abriu um sorriso:- Pai!Ela se levantou de imediato, contornando a mesa para cumprimentá-lo com um beijo no rosto.- Bom dia, minha filha.Leonardo também se levantou:- Bom dia, senhor A

Capítulo 47Poucos minutos depois, Leonardo virou o carro à esquerda, entrando por um portão de madeira que se abriu automaticamente. A estrada de terra seguia ladeada por árvores altas e bem cuidadas, que formavam uma espécie de túnel verde.- Nossa... que lugar lindo! - disse Alana, ajeitando-se no banco, curiosa.- Espere só até ver a vista... - respondeu ele, com um meio sorriso.Seguiram por mais alguns metros até que, ao final da estrada, surgiu uma casa de campo charmosa, feita de pedra e madeira, com uma varanda ampla e flores espalhadas em jardineiras. Ao fundo, um lago cristalino com peixes exóticos.Leonardo estacionou o carro debaixo de uma árvore, desligou o motor e virou-se para ela:- Chegamos.Ela abriu a porta e desceu, respirando fundo o ar puro e fresco.- Meu Deus... é maravilhoso!Leonardo deu a volta, pegou as malas no porta-malas e, ao passar por ela, puxou-a pela cintura e disse:- Eu disse que seria o lugar perfeito.Alana riu, abraçando-o forte.- É perfeito.

Capítulo 49Leonardo percebeu que Alana havia adormecido, com o coco ainda entre os dedos. Sorriu, a fruta das mãos dela e, com todo cuidado, a pegou no colo, sentindo o corpo leve e quente dela se aconchegar contra o peito.— Manú… — chamou baixinho, entrando na casa.A irmã apareceu na cozinha, enxugando as mãos no avental.— Oi…— Onde posso colocar ela? Está tão cansada… — perguntou, olhando para Alana com carinho.Manú sorriu, olhou para Pierre, que embalava o bebê no colo, e fez sinal para o irmão segui-la.— Vem… o quarto dos fundos está arrumado, é bem arejado e silencioso. Ela vai descansar bem ali.Leonardo a acompanhou, atravessando o corredor iluminado pela luz da tarde que entrava pelas janelas. Manú abriu a porta do quarto, onde a cama estava impecável, com lençóis claros e a janela aberta, deixando a brisa entrar.— Pode deitar ela aqui — indicou, ajeitando rapidamente os travesseiros.Leonardo se aproximou, deitou Alana com cuidado sobre a cama e ficou ali, olhando-a p