Clío me olhou com intensidade, tentando interpretar o que não dizia, enquanto Martín esboçava um sorriso quase imperceptível de sua posição. Finalmente, vi o brilho nos olhos de Clío: aquele que revelava que isso não seria tão fácil como eu pensava.  — Bem, Leo, não dê muita atenção ao papai —diz de repente Clío, me pega pela mão e me leva com ela para onde os outros estão trabalhando—. Papai acha que está sempre lidando com cavalos, não se deixe assustar.  Não digo nada. Vejo que ela me olha preocupada e sorrio, tentando parecer normal, enquanto digo que está tudo bem. Continuamos trabalhando toda a manhã. O pai de Clío se mete por toda parte, revisando a segurança do local.  — Clío, achei que seu pai fosse um vaqueiro, que não entendesse na

Martín, por sua vez, parecia desfrutar do momento. Seu sorriso tranquilo e sua postura relaxada contrastavam com os olhares tensos de Enrico e Susan.  — A juventude precisa de orientação, não acham? —disse Martín finalmente, quebrando o silêncio—. Nem todos têm a sorte de contar com alguém que estenda a mão quando mais precisam.  Martín falou com uma carga intencionada, direcionada diretamente a Enrico. O olhar do pai de Henry brilhava com fúria e desconcerto, mas antes que pudesse responder, Clío se adiantou.  — Papai sempre foi assim. Quando viu que Henry e Lúa precisavam de apoio, simplesmente deu, sem perguntar nada —disse Clío com o olhar fixo em Enrico, como se estivesse defendendo uma verdade que ambos conheciam—. Todos somos filhos do papai.  Os olhos de Gloria e David agora estavam fixos em mim, busca

A lembrança do desastre continuava viva em nossas mentes. Aquela noite em que tudo desmoronou. Era impossível não pensar em Leonard nesses momentos. Eles prepararam tudo para atrapá-lo, para destruí-lo. Drogavam as bebidas, manipularam os cenários, mentiram descaradamente, e mesmo assim, ele conseguiu escapar graças a mim. Mas, a que custo? —O estranho que o detetive me disse é que, a princípio, como não perceberam, começaram a apalpar as garotas, mas pouco a pouco os meninos perceberam que eram suas namoradas —expliquei, mostrando as informações detalhadas que ele me havia entregue—. A louca da Edna tinha convidado todas as garotas de quem os meninos estavam apaixonados. E no final, é verdade que as estupraram, mas cada um estava com sua namorada e casou-se com elas. É incrível que, apesar daquela noite horrível e do que haviam planejado as maldosas Edna, Cintia e Lyssa, as coisas encontraram um caminho para a redenção ao unir os casais que participaram. —Não posso acreditar —diz G

Enquanto isso, outros agentes da polícia haviam ido à casa de Cintia, mas foram enviados para a fazenda. Pedem para vê-la. Tiveram que esperar muito tempo até que finalmente a viram sair, muito pálida, acompanhada de seu marido. —Para que precisam da minha esposa, se se pode saber? —perguntou Bernardino. —Senhora Cintia Alcântara? —perguntou o agente com seriedade. —Sim, senhor, sou eu —respondeu Cintia, avançando em direção a eles. —Está presa. Tem que nos acompanhar neste momento —disse o agente, tirando as algemas. —Presa? Por que estou sendo acusada? —perguntou o marido, interpondo-se entre ela e os policiais. —Você é acusada de ter organizado, junto com Edna e Lyssa, suas amigas, uma orgia com drogas onde várias jovens foram estupradas —continuou dizendo o agente. —Sim, é verdade! Eu fiz isso, eu fiz! —gritou Cintia, para a surpresa de todos, saindo de detrás de seu marido e correndo em direção aos policiais. —Confessa? —perguntou o agente. Bernardino girou brus