IVY CARTER Acordei sozinha na cama. Isso já vinha acontecendo há alguns dias. Desde a coletiva de imprensa, Aiden tinha se tornado um homem diferente. Ele não voltava para casa à noite. Ficava até tarde no escritório. Resumindo, estava me evitando. Eu precisava entender o que estava acontecendo. Não fazia ideia do segredo que ele poderia estar escondendo, mas sabia que precisava descobrir. Mais do que isso: precisava salvar o que ainda restava do nosso relacionamento. E eu sabia exatamente como. Sorri com a ideia. Abri o armário e escolhi com cuidado a roupa que queria vestir. Corri para o banheiro com as peças nas mãos. Era fevereiro, ainda fazia frio, então optei por um sobretudo elegante. Aiden estaria no escritório. Eu precisava vê-lo. Precisava convencê-lo a vir comigo. Fazia dias desde a última vez que nos tocamos, e a saudade dele apertava no peito. Peguei o carro e dirigi até o prédio da empresa dele, sem pensar em mais nada. No meio do caminho, o celular tocou. Ate

IVY CARTER Há uma linha tênue entre o amor e o ódio. Uma linha tênue entre a verdade e a mentira, e quando essas linhas se confundem, isso não leva a nada além da ruína definitiva. A lição a ser aprendida aqui é que devemos sempre ser sinceros com a pessoa com quem nos importamos. Mas nem sempre é assim, e às vezes isso leva a um abismo entre as pessoas que não é facilmente reparado. Eu não sabia disso há uma hora atrás, mas o segredo que Aiden guardava era mortal. O dia no escritório estava bem chato, sem muito trabalho para fazer. Nora estava apenas brincando e eu ria das palavras dela. Então ouvi o lembrete no meu celular. Precisava lembrar o Aiden de tomar o remédio. Ele estava gripado e descobrimos que seu fígado, já um pouco frágil devido ao consumo de álcool, não estava funcionando muito bem. Daí vieram os medicamentos e as restrições alimentares rigorosas. Tentei ligar para ele, mas ele não atendeu. — Nota, vou até a Wolfe’s. Aparentemente meu marido precisa de um lembre

IVY CARTER — Beba devagar, você ainda está muito fraca — disse Ethan, segurando o copo perto do meu rosto.— Onde está o Dante? Não o tenho visto ultimamente. — perguntei.— Você não o vê há apenas um dia. Ele está providenciando seu retorno. Estará aqui em alguns minutos.— Estou aqui! Como estão minha irmã e minha linda sobrinha? — disse Dante ao entrar.— E se não for sua sobrinha, mas sim um sobrinho? — perguntei, arqueando a sobrancelha.— Então eu vou ensiná-lo a andar de bicicleta e lutar. — respondeu ele, rindo.— E se for uma sobrinha? — perguntou Nora, sorrindo.— Então vou ensiná-la a chutar uma bola de futebol e quebrar muitos corações. — respondeu Dante, descaradamente.— O senhor não vai chegar nem perto do meu bebê. — repliquei, provocando uma gargalhada coletiva.Mais tarde, naquele mesmo dia, Dante me levou para sua cobertura. Pelo que eu me lembrava, ela costumava estar vazia, mas agora parecia diferente. Havia mais coisas espalhadas, especialmente fotos nossas por

IVY CARTERSentei-me o mais longe possível de Aiden, mas ele não aceitou, então se sentou apenas depois que eu me sentei. O primeiro prato foi servido. Uma sopa.Sopa de cebola francesa. Ele lembra que eu gostava.— Coma, querida. — disse ele empurrando o prato para mim.— Francamente, não estou com muita fome, será que podemos ir direto ao ponto? — perguntei.— Coma, querida, você está magra, seu irmão não está cuidando bem de você? — perguntou ele.— Meu irmão cuida de mim melhor do que qualquer um, Aiden, você não deveria questionar o amor ou o cuidado dele. Não estou com muita fome. Agora, podemos conversar, por favor? E você pode me dar um pouco de espaço? — perguntei.— Sim, podemos conversar. — disse ele, colocando a mão na minha coxa. Afastei a mão dele com irritação.— Estou aqui para conversar, não para satisfazer seus desejos.— Então, vamos falar de negócios, senhora Wolfe.— disse ele, gesticulando para que retirassem nossos pratos.— Você fez ou não um acordo com meu pai

IVY CARTER — Então, vocês dois conversaram? — perguntou Nora.— Sim, conversamos, e bem, eu dei a ele algumas condições. Se ele me quisesse de volta, ele as cumpriria. Se não, então...— Você está brincando com fogo. Se ele soubesse que você está grávida, então...Olhei para ela com uma expressão de raiva.— E quem vai contar a ele, Nora? Me conta. Quem vai? Você, Ethan, o meu irmão?Sua boca formou um "O". Seus olhos se arregalaram em compreensão.— Ninguém que poderia contar a ele tem a mínima ideia de que você está...— Sim. Ninguém mesmo, só quem sabe são pessoas de confiança. Não precisa se preocupar. — eu a tranquilizei.— Tudo bem, agora estamos seguras — ela se encolheu, se controlando, pegou sua barra de chocolate da mesa e começou a mastigá-la.— Algo te incomoda, Nora? — perguntei, olhando para sua expressão frustrada.— É o Daniel.Isso despertou meu interesse.— Ele está se comportando de forma diferente. Sei que o Aiden e ele estão ocupados agora que ele está lhe ensina