O ronronar que salta do meu peito é o som de uma aceitação única, e entendo que a partir daquele momento entrarei em constante guerra com a minha fera para evitar que situação como essa voltem a acontecer. Lyra precisa entender que como líder da matilha, por mais sentimentos conflituosos que exista entre nós no momento, um relacionamento entre uma Redbloom e um Black é impossível.Luto bravamente contra o seu domínio, meu desespero se torna palpável e minha loba no momento não parece sentir tudo o que me causa.— Devo admitir, pensei que demoraria mais alguns séculos para nos encontrarmos. — Ela diz manhosa. — Espero que minha humana perceba o que de fato está em jogo aqui, o que nossa união irá resultar em um futuro próximo. Uma única decisão pode ser motivo de vitória ou derrota. Seu timbre de voz torna-se mais forte, impactante e percebo que fala como se previsse o futuro.— Quero que esses dois humanos escutem atentamente o vou dizer… A negação de vocês pode nos levar à morte, ma

"Você é um lunático! É isso que você é!" gritei. "Você atravessa para o lado inimigo, uiva como um idiota apaixonado e agora se deita no sol esperando que ela venha? Você quer começar uma guerra ou só morrer com classe?"Silêncio.Mais um segundo de provocação. E então… ele riu.Não com som. Mas com aquele sentimento quente e arrogante de escárnio no fundo da alma compartilhada.“Você fala demais, humano.”"Finalmente, porra!" rosnei. "Tá me ouvindo, então? Me responde: que diabos você acha que tá fazendo?!"“Fazendo o que você não tem coragem de fazer. Sentindo o que você tenta enterrar. Indo atrás do que é nosso.”"Ela não é nossa, Fenrir! Você nem sabe quem ela é!"“Mas meu instinto sabe. Minha alma reconhece. Ela é… algo que o tempo não apagou.”"Ah, ótimo! Poético agora?! Isso aqui não é uma lenda, é guerra! Eles vão nos rasgar em pedaços se nos virem aqui!"“Então que venham.”Ele abriu os olhos lentamente e olhou, mais uma vez, para dentro da floresta. O sol fazia os olhos dele

Acordei com uma leve dor de cabeça, o corpo ainda cansado da noite anterior. A luz do sol atravessava as cortinas pesadas do quarto, desenhando linhas douradas sobre o chão de madeira. Pisquei algumas vezes, tentando espantar a sensação estranha que insistia em permanecer — uma mistura de inquietação e algo que eu me recusava a nomear.Me sentei na cama, puxando os joelhos contra o peito. Nem precisei chamá-la. Ela já estava ali."Você sabe que precisamos falar sobre ele."Suspirei fundo, esfregando os olhos."Não começa, Nyx.""Você pode fingir que nada aconteceu, mas eu estava lá com você. Eu senti. Aquele homem na cachoeira…""Foi só um desconhecido, Nyx. "Levantei e caminhei até o banheiro, tentando escapar do peso daquela conversa.""Não era só um desconhecido. Era ele. O lobo que a gente procurou por tanto tempo. Aquela conexão, aquela energia, você sentiu. Eu senti.""Você tá ficando louca."Abri a torneira, esperando a água esquentar. "Você vê conexão até em vento passando pela

— Eu não… esperava que tivesse alguém aqui, sempre venho ao monte quando preciso pensar e tomar decisões importantes. — Sua voz grave e marcante chega aos meus ouvidos. — A Deusa sabe o quão atormentado estou no momento.Eu pisquei algumas vezes, tentando me convencer de que ele realmente havia falado. A voz dele era grave, carregada de um peso difícil de explicar como se cada sílaba arrastasse consigo sentimentos que nem ele parecia entender.Nyx se remexeu dentro de mim, inquieta, ofegante."Ele está sendo sincero… Eu sinto isso, Amber. Cada parte dele grita verdade."Revirei os olhos mentalmente."Você sente tudo, Nyx. Isso não significa nada.""Você só está com medo…"Respirei fundo, me obrigando a manter o olhar firme nos dele. Ele me observava como se esperasse algo, uma resposta, talvez… ou só silêncio. O tipo de silêncio que grita.— Não sabia que o monte tinha virado ponto de desabafo alheio — respondi, cruzando os braços e tentando ignorar o arrepio que percorreu minha espin

Suspirando e decidindo que preciso entender mais a fundo tudo o que está acontecendo nesse momento, cedo o controle a Osíris e fico preso em meu próprio corpo. Preciso compreender melhor o que faremos a seguir já que somos de famílias inimigas. É uma relação impossível.Meus olhos fecham brevemente e quando reabrem, brilham em dourado. Osíris a observa como se estivesse estudando uma presa de difícil alcance. Meu peito chia, em um rosnado de reconhecimento. Amber perde o rumo e dá um passo leve para trás, carregada de surpresa, seus movimentos, por mais sutis que tenham sido, não passaram batido da minha fera.Dando um passo a frente para manter a proximidade, Osíris finalmente fala.— Acho que devo me apresentar formalmente, já que não tivemos oportunidade antes. Sou Osíris, guardião das terras de Redbloom, do submundo e ... de você.Ela me olhou com um misto de desafio e fascínio. O nome que eu havia pronunciado, “Osíris”, pareceu dançar no ar entre nós por alguns segundos antes que