Já era tarde quando todos foram embora. Eu tinha comido em porções pequenas, entre uma criança e outra, mas todos tinham sido alimentados antes de eu mandar todo mundo para casa dormir. As crianças acordariam no dia seguinte com energia suficiente para chegar até o próximo fim de semana.Eu suspirei enquanto fechava a porta. Depois me virei de volta para todos espalhados pela casa.— Estamos prontos?Eu bocejei ao me virar para Alannah.— Conseguiu lavar toda a roupa?Ela assentiu.— Sim. Só joguei tudo de volta nas sacolas. — Ela fez um gesto para a pilha ao lado da escada.Rick se ergueu do sofá.— Vou pegar as nossas coisas.Eu assenti.Shelly se levantou e pegou Abby, que dormia.— Chegou a hora, bebê.Eu desfiz a minha magia e abri os braços.— Me dê. Vou alimentar Abby com um pouco de poder enquanto atravessarmos, assim, quando eu remover a maldição, ela vai estar forte o bastante para lutar comigo.Ela engoliu em seco e assentiu.— Certo. — Ela colocou Abby nos meus braços e eu

Voltei para a mesa e a abri na página de que eu precisava. Eu estava lendo quando Carly recobrou a consciência.— Espere! — Ela se remexeu nos braços de Alannah. — Amy, espere!Ela se remexeu com mais força e Alannah finalmente a soltou. Correu até a mesa e subiu em uma cadeira. Agarrou a mão de Abby e segurou firme.— Está tudo bem, Abby. Estou aqui. — Ela ergueu os olhos para mim. — Isso está certo, não está?Assenti.— Deve estar certo. Mas vou dizer a você a mesma coisa que disse a eles. Vai parecer que eu vou machucar você, mas não vou.Carly assentiu.— Eu vi. — Ela ergueu para mim os olhos, assombrados. — Eu vi tudo. Por isso estou aqui. Abby é minha melhor amiga, e quero que saiba que estou aqui.Assenti uma vez, depois olhei de volta para Toya.Ela sorriu.— Ela é como nós. Ligada em um estalo e completamente devotada às amigas. — Toya foi até Carly e beijou sua têmpora. — Nossa menina fala da melhor amiga desde a última vez que veio. Ela até contou para o pai sobre ela.A mão

Pisquei e enxerguei Shelly aos gritos, com lágrimas correndo pelo rosto, tentando arrancar a adaga fincada no peito de Abby. Resgatei o copo e soltei um suspiro de alívio. Avancei para perto dela e segurei o rosto dela entre as mãos.— Que porra você está fazendo, sua vadia estúpida do caralho? Você matou nosso filhote. Meu bebê.Ela agarrou um tufo do meu cabelo e o arrancou, mas eu me mantive presa às lágrimas dela. Eu precisava de exatamente cinco.As unhas dela se cravaram no meu rosto, e eu senti o sangue escorrer quando as garras cortaram a pele. Eu precisei puxar a cabeça para trás quando uma garra passou perto demais do meu olho. Assim que as cinco lágrimas pingaram no copo, eu me desvencilhei do aperto dela. Eu não queria magoá-la mais do que já tinha feito.Caminhei até Rick, que continuava aos berros. Ele ainda chorava. Toya e minha mãe mantinham os braços dele imobilizados para que ele não me cortasse como a companheira dele. Segurei o rosto dele e recolhi as cinco lágrimas

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Alannah tirou o sapato e ergueu o pé, exibindo a mesma runa na sola. Ternen ficou meio esverdeado quando agarrou um punhado do próprio cabelo e puxou a orelha para trás, mostrando a dele. Minha mãe olhou para todos eles e então se voltou para mim.— O que é isso?— Runas parasitas. Eu me afundei na cadeira. — A de Abby era uma runa de drenagem. Vince estava tentando drenar todas as crianças de membros da Alcateia que, pelo que só pude supor, não seguiriam cegamente o plano dele de se revoltar.Minha mãe bufou, mas depois ficou em silêncio.— Você está falando sério? — Eu assenti. — Mas como ele saberia que eles não o seguiriam?Eu ergui um ombro.— Podiam ser coisas pequenas. Como com Rick. — Apontei para ele. — Vince quis que ele fosse contra meu pai, Rick disse não. Acordou com a runa no pescoço. Quando isso não o fez entrar na linha, Vince voltou os olhos para Abby.Shelly cambaleou contra a mesa. Os olhos dela ficaram vidrados com lágrimas

Cortei rápido enquanto ela mordia o lábio para segurar o grito que queria escapar. Toya retornou depressa com a toalha.— Segure aqui até eu terminar. Eu não quero que ela sangre até morrer enquanto termino isto.Toya assentiu e eu saí do caminho. Shelly manteve os olhos bem cerrados enquanto eu me deslizei para o lado da cabeça dela.— Certo, Shelly, eu sei que isso vai ser difícil, mas apenas respire normalmente.Ela bufou, e eu sorri.— O mais normalmente que você conseguir. — Peguei a tigela e levei a tigela até a cabeça dela. — Inspire a fumaça o máximo que puder.— Eu consigo fazer isso.Rick se aproximou de Toya. Ele indicou a toalha com um gesto, e Toya me lançou um olhar. Eu assenti.— Você precisa pressionar com força contra ela. — A voz dela saiu suave. — Mas tente ser gentil.Ela se afastou e Rick ocupou o lugar. Ele pressionou a axila de Shelly, e ela chiou.— Sinto muito, Shell. Eu amo você tanto. Você está indo muito bem.Ele se inclinou e beijou o ombro dela.Eu abanava