-Vamos lá..eu posso te ajudar. Você pode me dizer com quem você estava e como acabou aqui? Vamos, você tem cara de ser muito corajosa e preciso que você me ajude para que possa te ajudar, tudo bem? Ela funga e respira fundo algumas vezes antes de parar de chorar de novo. -A minha mamãe me disse que eu não posso falar com estranhos, e eu não conheço você. -Ela desvia os olhos.Contenho um sorriso. Ela com certeza é muito esperta.-Sua mamãe está certa, sabia? Mas além de falar com estranhos, ficar sozinha e perdida em uma floresta é uma coisa tão ruim quanto isso parar e fazer. -Sim…-Ela acena com a cabeça, concordando. Você está certo, me desculpe. Eu estava com a minha mamãe em uma cachoeira, eu…-Ela olha em volta, voltando a fazer um rosto choroso mais uma vez, mas sem deixar que as lágrimas caiam. - eu…não me lembro pra que lado a gente tava. Eu queria brincar, pensei em sair correndo e me esconder ppra que ela viesse atrás de mim. Mas eu não vi pra onde tava indo. Eu não queri

-Tio Mason? - Hélio pergunta, Hélio pergunta, e a pergunta é claramente dirigida a mim, e não a Elisa.Ainda que eu esteja olhando finalmente para o rosto de Mason, ele não ousa tirar seus olhos de mim, mas vejo ele olhando muito brevemente de canto de olho para Hélio. Seu maxilar está travado e toda aquela surpresa some por alguns segundos para virar outro sentimento um pouco mais terreno, uma coisa mais raivosa. -E quem é esse? - Ele fala com sua voz animalesca que eu me lembro muito bem. -Isso…não é da sua c.conta. -Eu queria ter mais confiança na voz, como eu queria. Eu queria me sentir brava e firme, mas eu estava muito longe dele. Jude? -Hélio fala mais uma vez, e mesmo que ele seja uma parte gritante de todo esse clima pesado ao nosso redor, eu quase chego perto de esquecer que ele estava aqui conosco. - Vocês se conhecem?Sua postura não é muito parecida com a de Mason, mas ele tem as mãos cerradas e se prostrou na frente de Elisa, que está quieta agora, apenas observando u

-Eu…não quero falar sobre isso. - Tento, como minha melhor e única cartada que tenho com ele, mas sinto como se esse argumento estivesse cada vez mais perdendo seu poder e se tornando uma coisa mais ridícula. -Jude, olhe para mim. - Sua voz é firme e um pouco sem paciência. Ele não costuma perder a paciência, pelo menos não na minha frente. Então isso apenas reforça minhas sensações ruins sobre essa conversa.Eu coloco o frasco sob a mesa e finalmente olho em sua direção, com meu coração acelerado. -Chega de se afastar disso, por favor. Foram anos e eu nunca te pressionei nem uma vez sequer e você sabe disso. Mas agora ele apareceu e, ao contrário do que eu imaginei por mim mesmo, ele não é um homem morto nem nenhum tipo de psicótico. Pelo menos eu acho, já que ele que resgatou Elisa depois de ter ficado perdida na floresta. Eu só quero um pouco da verdade. Você me deve isso. Eu sei que você estava mentindo quando disse que ele não era pai dela, tudo que peço é que não minta para mi

o som começa a ficar mais alto, e agora eu ouço passos vindo da minha direita. Mais de um. -Por aqui. Eu tenho quase certeza de que vi pegadas na trilha ali atrás.Uma voz fala, e eu estou paralisada como um guaxinim quando alguém aponta uma lanterna para ele. Mas isso dura apenas um segundo, pois tomo a decisão mais rápida que já me lembro de ter tomado quando saio do meu esconderijo e corro o mais rápido que minhas pernas conseguem na direção oposta que os homens estavam vindo. -Por aqui! Eu ouvi alguma coisa! - um deles alerta, mas eu já estou correndo e ganhando cada vez mais distância deles. -Ali! Peguem! Deve ser um espião! Continuo correndo, tanto até sentir minhas pernas reclamarem e meus pulmões arderem. Zigzagueio por entre as árvores sem olhar para trás, mas não perco minhas esperanças de conseguir sair daqui e voltar para minha matilha. Amigos ou inimigos, isso ainda era uma perseguição e eu que não iria arriscar ser pega. Depois de mais tempo correndo do que meu

-Não…não sei. Por que? - meu tom de voz está suspeito? Talvez ele esteja suspeito, pois as imagens daqueles guardas continuavam piscando pra mim. Ainda bem que eu nunca fui chamada em um tribunal. Toda essa pressão estava acabando comigo. -Okay, se você não sabe, a história vai ser um pouco mais longa, mas talvez eu deva começar a contar ela pelo final, já que o começo é muito complicado e vai exigir muito mais de mim. Lorena fugiu da matilha, há alguns anos.-Ela fugiu? Como assim fugiu? Vocês não eram tipo…não sei. Mesmo que fossem, o que estou dizendo? Ela não tinha sido presa e solta? Não acredito que você está na minha casa e falando sobre Lorena. Por que diabos ela fugiria? Meu deus…- Não estou falando coisa com coisa, e sinto meu coração se acelerando ao mesmo tempo em que minha respiração iria ficando cada vez mais rápida, mas difícil. O ar entrava com força nos meus pulmões e ainda assim estava começando a parecer que eu não conseguia respirar. Maldito chá de camomila que n