Elyria esticou-se no divã ao lado da cama, suspirando com auto-satisfaçãoEla fechou os olhos por um instante, saboreando a lembrança de como Gregor a olhou e de como ele esteve prestes a beijá-la. «Estou quase lá!», pensou ela, certa de que, a qualquer momento, ele cairia rendido aos seus encantos e, quando isso acontecesse, ela comemoraria como uma menina emocionada. Estava a conseguir! Para alguém como ela, inexperiente em sedução, conseguir mais avanços do que aquela loba infeliz que tentava competir com ela era uma vitória esmagadora.Supunha que ninguém a incomodaria, pelo menos naquele momento, já que Mairen tinha muito a explicar a Gregor e também tinha muito a provar. Portanto, não teria tempo nem energia para incomodá-la. — Graças a Deus, hoje não voltarei àquele inferno chamado cozinha... — murmurou para si mesma com deleite.Franziu os lábios com desgosto. Mesmo que não tivesse nascido princesa, achava que a cozinha era um lugar horrível e que seria um castigo. Não ente

-Elyria Shandra", ela respondeu, mantendo a compostura.Os olhos de Lynn se estreitaram, vendo-a. A sua loba interior estava completamente silenciosa, não detectando qualquer indício de poder em Elyria, nem uma única essência de lobo.Ela franziu o sobrolho, considerando impossível que esta rapariga fosse a princesa. Ela deve estar a delirar, ou pior, a brincar com os nomes errados."Ela deve ter problemas mentais.-Acho que a verdadeira princesa se chama Elairen... Queres tanto ser a princesa que até escolheste um nome parecido com o dela?As palavras de Lynn mal se dissiparam no ar quando Mairen, que até agora tinha ficado a observar sorrateiramente, sorriu com falsa gentileza e deu um passo em frente.Minha senhora, chamam-me muitas vezes Emy, mas não gosto desse nome. Prefiro ser chamada de Mairen Shandra", disse ela com uma calma calculada.Elyria olhou para ela imediatamente, sentindo um arrepio percorrer-lhe a espinha.Emy! É o nome da sua loba. Só os irmãos, os pais e os amigo

Os lobos que aprisionaram Mairen e Elyria tiveram dificuldade em manter o controlo. Mairen lutou contra eles, libertando-se constantemente e batendo-lhes com toda a sua força. No entanto, eram mais, e sempre que ela se conseguia libertar, eles subjugavam-na novamente.-Na verdade, a princesa é aquela mulher que vocês acham que é humana! -Gritou Mairen em desespero, apontando com força para Elyria. Essas pulseiras escondem os poderes dela!Elyria sorriu com uma serenidade calculada, embora por dentro estivesse a fervilhar de raiva. "Raios... ela diz que é suposto eu seguir a regra do meu pai e não falar sobre as pulseiras, mas ela diz tudo na primeira oportunidade." Ele queria olhar para ela, mas mal conseguia distinguir sua silhueta na escuridão.-Senhora, por favor, pare de me fazer alvo dos seus males," disse Elyria com uma voz lamentável. Sou apenas uma reles serva do alfa Gregor....Mairen olhou para ela com um ódio visceral.-Não te deixes enganar! -insistiu ele desesperadament

Elyria respirava agitada e furiosa, suas mãos tremiam de raiva reprimida enquanto esperava por uma resposta de Gregor. Mas ele limitou-se a olhá-la fixamente, com aqueles olhos dourados iluminados pelo seu lobo interior, que tinha um brilho feroz que parecia devorá-la por inteiro.-Sabes que tenho razão", a sua voz tremia de indignação. Quando me salvaste na floresta, pensei que eras diferente... Pensei que davas valor a todas as vidas, quer fossem humanas ou sobrenaturais, mas estava enganado.Gregor cerrou os punhos, mas não disse nada.-Era disto que eu precisava para deixar de me agarrar a falsas ilusões, para deixar de te idealizar", murmurou Elyria com uma tristeza de partir o coração. Está na altura de regressar a casa.Virou-se com a intenção de se ir embora, dizendo a si própria que nada a iria parar, que ia aguentar, e ignorou o ardor na garganta, mas não chegou a dar dois passos quando uma mão forte lhe agarrou o pulso e o puxou com força.Elyria mal teve tempo de arquejar

Vinte minutos antes:O cheiro de madeira velha e umidade impregnava a cabana, misturando-se ao leve aroma metálico do sangue.Elyria estava amarrada a um poste de madeira, com os pulsos avermelhados pela fricção das cordas. Tentou se concentrar, forçando o corpo a canalizar o poder que as braçadeiras contenção não retinham por completo, mas nada aconteceu.A impotência a consumia.Um golpe fez-lhe desviar o rosto. Depois outro. Não eram golpes para matá-la, mas eram fortes o suficiente para fazer a pele arder.Seus olhos brilhavam com uma fúria sombria enquanto os dois lobos a observavam com indiferença.—Bater em um humano é como brincar com argila… são tão frágeis. Não é agradável —murmurou um deles, recuando com uma careta de desgosto.Elyria cuspiu sangue no chão, levantando o olhar com um sorriso torto.—Covardes. Vou matá-los assim que puder.—Como pensa fazer isso? Com uma faca de cozinha? —zombou um deles, provocando a risada do companheiro.De repente, a porta se abriu de gol