Ver Ángela dormindo é algo que eu poderia fazer por horas e horas. Ela parecia tão meiga e indefesa, como uma bonequinha de porcelana delicada. Pouco a pouco, a cor voltava às suas bochechas. Não resisti à tentação de me aproximar mais dela. Deitei-me ao seu lado, e enquanto a observava, também comecei a cair no mundo dos sonhos junto com minha pequena "cabeça de vento".Fui despertado pelo toque de uns bracinhos em meu corpo. Era Ángela, que me abraçava ainda dormindo. Quis retribuir o abraço, mas ao mesmo tempo não queria acordá-la. A noite estava chegando, e os últimos raios do sol se filtravam pelas janelas, iluminando seu cabelo castanho com um tom dourado. Ela começou a se mexer debaixo de mim, e sua respiração tranquila preencheu o ambiente.— Artemis, isso não foi um sonho, foi? — perguntou ela com a voz suave, esperando que tudo tivesse sido uma brincadeira ou um sonho estranho. Mas quando não respondi, ela soube que não era assim.Suspi

—¡O que você disse, Ángela?! Victoria não conseguia acreditar no que sua prima havia acabado de dizer. Ela me levantou do chão com força e me fez olhar diretamente nos olhos dela. Eu podia sentir sua raiva vibrando no ar, como uma tempestade prestes a explodir. Sabia que o que eu tinha acabado de dizer parecia estranho, para não dizer absurdo. Mas era a verdade, embora eu mesma ainda não conseguisse processar completamente. —O que eu acabei de te dizer, Victoria. Artemis Lombardi é o pai biológico da minha filha —repeti, tentando manter a calma, embora por dentro sentisse que tudo estava desmoronando. —Se me der licença, Vico, preciso ir ver Emily. Não esperei pela resposta dela. Peguei as chaves do bolso e entrei correndo em casa. Meu coração batia tão rápido que mal conseguia respirar. Sentia como se o mundo inteiro tivesse se tornado um lugar instável, onde nada fazia sentido. Quando abri a porta, vi minha mãe Rebeca saindo da cozinha com Mily nos braços. Seu rosto se iluminou