ConnorO ar pareceu sumir do quarto.Meg levou as mãos à boca, atônita. Hand recuou, como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés.— Como pode ser? — ele murmurou. — Você ouviu o que eu disse. Hoop não tem mais loba… foi rejeitada e amaldiçoada.— Você já a viu depois da maldição? — Hand perguntou, seu tom é áspero.— Você está mentindo — sussurrou Meg. — Isso é impossível.Eles não me deixam responder. Mas percebi quando ela ligou os pontos. Ela se lembrou de algo… será que Hoop disse alguma coisa? Sobre sentir algo… o vínculo. Mesmo sem reconhecer… Como os dois se calam, eu respondo à pergunta.— Eu não sei como, mas a senti. Meu lobo a reconheceu como nossa. Mesmo sem ela me reconhecer. Mesmo com o vazio nos olhos dela. Mesmo meu lobo não sentindo o dela. — Respiro fundo e continuo — E agora tudo faz sentido: a rejeição, a dor, a maldição. — Virei-me para Meg, meus olhos ardiam. — Você viu. Viu que eu a reconheci. Foi por isso que a puxou dali. Você a tirou de mim.— Não, eu nã

Respiro fundo, flashes da imagem dela, Hoop, surgem claras em minha mente. Ferida. Sozinha. Assustada. Talvez capturada. Talvez…Aperto meus punhos até os nós dos dedos esbranquiçarem. Uma fúria surda se espalha por minha pele, misturada com medo. Não por mim, por ela que está fraca e sozinha.Respiro fundo novamente e pergunto ao meu lobo, mas alto suficiente para que Meg e Hand escutem.— E a vi em meu pesadelo… senti sua dor… sua raiva contida… seu desespero em cada ataque…Meg estava olhando para a água gelada que descia por um pequeno vão na parede, formando uma gruta com água cristalina. Ela se virou quando comecei a falar sobre o pesadelo que tive, quando apaguei.— Se as marcas dela são as mesmas… me diga como veio parar em mim?Ao dizer essas palavras, Megan virou-se lentamente, os olhos arregalados e brilhando de terror.— A profecia dos lobos unidos…— Que profecia? — Eu e Hand perguntamos juntos.Ela revira os olhos e diz:— Sua ama da educação de nossa história nunca lhe

HoopMeu coração disparou. Sento devagar, sinto muita dor. Por todo o corpo, a adrenalina rapidamente domina meus sentidos.Estou sozinha.E a grade da cela… estava aberta.Me apoio à parede gelada de pedras e me forço a levantar, dói muito, mas mesmo com dificuldade consigo.Com o máximo de cuidado, empurro a grade, temendo que qualquer ruído denunciasse minha tentativa de fuga. Eu tremia, não sabia ao certo se era de medo ou frio.Passo a passo, deslizo pelos cantos da prisão, tendo que parar algumas vezes para respirar, pois cada parte do meu corpo dói. Meu joelho latejava com o esforço da pequena caminhada, logo me aproximei da porta principal.Meu coração acelera.Havia um guarda que ria alto, flertando com uma mulher rechonchuda de cabelos vermelhos.Fiz careta para o casal que se esfregava um no outro. Aproveitando a distração dos dois, continuo a me esgueirar pelas sombras até alcançar um imenso pátio.Ao levantar o olhar, vi a bandeira tremulando ao vento e, com ela, a verda

ConnorAvancei em direção à Meg, sentindo a adrenalina percorrer meu corpo. Tudo que eu via era o lobo que a ameaçava. Me lancei contra ele com toda a força, cravando os dentes no ombro do desgraçado. O gosto metálico do sangue invadiu minha boca. Ele perdeu o equilíbrio e rolamos pela terra fria, numa luta instintiva, brutal, onde garras e presas cortavam o ar e a carne.Vi Meg se levantar com dificuldade. Seu peito arfava, e mesmo ferida, ela se mantinha firme. Consegui sentir sua preocupação por mim e por Hand através do elo. Suas patas tremiam, mas ela não recuava. Os olhos dourados dela estavam fixos no outro lobo, e eu percebi que ela reconhecia algo ali. Tinha uma confusão em sua postura… como se aquele lobo despertasse algo.Hand se aproximou dela, mancando. A conexão entre eles era clara, parceiros. Ele esfregou o focinho no pescoço dela, e ela retribuiu o carinho por um instante.O outro lobo, aquele que lutei, não era só fúria. Ele se movia com dor, mágoa, como se cada ataq

Em Vale-verde.AlphaAssim que percebo o sumiço de Hand e Meg fico alarmado. Com muitas perguntas dançando em minha mente.“As bruxas malditas atacaram novamente?”“Algum inimigo os levou?”Não consigo deixar de pensar em Hoop, minha filha sempre foi muito centrada, amava a alcateia, e saber por tudo que ela passou me deixa destruído. Minha vontade era banir Tom por tudo que causou a ela, mas existem regras e nada do que ele fez é grave o suficiente para tal atitude.Mandei mais soldados para procurar Hoop, assim como agora terão que procurar por Hand e Meg.“O que esses jovens têm na cabeça, fugir assim?”As sombras dançavam nas paredes do meu escritório enquanto a noite caía pesada sobre a alcateia. O silêncio era inquietante. Algo me corroía por dentro, uma inquietação que eu não conseguia nomear.Então senti.A fumaça rastejou como serpentes pelo chão de pedra, fria e densa. O ar cheirava a ervas queimadas, a tempo antigo, a magia esquecida.Ela veio com a névoa, quase flutuando,