Sophie Narrando Depois do jantar, a gente se jogou no sofá como se o mundo lá fora não existisse. Me acomodei no colo do Ethan, encostei a cabeça no peito dele e senti aquele coração batendo forte, constante, o mesmo que agora batia junto com os nossos dois filhos crescendo dentro de mim.Ele fazia carinho no meu cabelo em silêncio, e só esse gesto já era suficiente pra me deixar completamente em paz.De vez em quando eu levantava o rosto só pra roubar um beijo. Não precisava de conversa, não precisava de explicação. Só a presença dele já me acalmava.Mas aí os beijos foram esquentando, e de repente eu tava puxando ele pela nuca, querendo ele mais perto, mais meu. Ele sussurrou no meu ouvido:— Vamos pro quarto.Eu só consegui assentir. Minha respiração já tava acelerada e o corpo inteiro em alerta.A forma como ele me olhava, como me tocava, tudo dizia “eu te amo” mesmo quando ele não falava. A noite foi intensa, cheia de desejo e carinho. Ele cuidava de mim, do meu corpo, com uma d

Lizandra Narrando As coisas entre mim e o Jhon estavam bem distantes. A gente não se falava direito há dias. Desde uma briga que tivemos. Ele não aceitou o fato de eu ter guardado o segredo da gravidez da Sophie. Disse que era grave, que eu devia ter contado. Mas como? Como ele não entende?Eu fui clara com ele, talvez até dura demais. Disse que antes mesmo de sonhar que ele existia, eu e a Sophie já tínhamos um pacto. Um laço que vai além da amizade. De alma. Somos irmãs por escolha, por afinidade, por amor. E que se ele não consegue entender isso, talvez não me conheça de verdade.Claro que ele fez aquele drama básico de homem. Virou as costas, bateu a porta, e desde então, silêncio. A gente se afastou, como se um oceano tivesse se aberto entre nós.Mas eu não me arrependi. Eu escolhi minha amiga. Escolheria de novo. Sempre. A Sophie é parte de mim. Eu protejo ela como protejo meu próprio coração. E se isso incomoda o ego do Jhon, paciência.Só que agora que a Sophie voltou, está b

Ethan Narrando No caminho de volta da empresa, Sophie soltou a bomba com toda a delicadeza do mundo:— Hoje eu quero dormir no meu apartamento.Meu coração apertou na hora. Eu sabia que ela amava a liberdade e o espaço dela, mas depois de tudo que vivemos hoje? Depois de abrir o meu coração para ela, falar da Penélope eu não queria ficar sozinho. Não queria correr o risco de remoer as lembranças, enquanto estivesse sozinho em casa.Parei o carro em frente a um sinal fechado e olhei pra ela com toda a sinceridade que existia em mim.— Por favor, fica comigo hoje. Eu imploro, eu não quero dormir longe de você nem por um segundo.Ela me encarou surpresa, os olhos marejados. Ficou alguns segundos em silêncio, depois soltou um sorriso doce e brincalhão.— Tá bom, mas só hoje. Amanhã eu volto pro meu apartamento, combinado?Suspirei aliviado e ri, sem esconder a felicidade.— Combinado. Jantamos num restaurante aconchegante, aquele tipo de lugar onde as luzes são baixas e o clima convida

Sophie Narrando Assim que desci pelo elevador, senti o coração bater mais forte, como se algo estivesse errado e estava. Eu não queria vê-la, não queria que minha mãe pisasse no lugar que hoje eu chamo de lar. A simples ideia de tê-la no mesmo ambiente que eu, depois de tudo o que fez, me revirava o estômago. O mais estranho? Eu nem sabia como ela descobriu meu endereço. Nunca dei, nunca falei nada. Provavelmente fuçou minha vida de alguma forma. Aquilo já me deixava tensa antes mesmo de vê-la.Quando saí pela porta de vidro da portaria, lá estavam ela e minha irmã, Samantha. As duas no rol de entrada, como se estivessem entrando na casa de um parente querido. Seu Jorge, o porteiro, já tinha liberado a entrada. Sempre educado, não fazia ideia da tempestade que estava por vir. Quando me viu, ele até sorriu. Mas o sorriso sumiu assim que percebeu meu semblante.Os olhos da minha mãe me encontraram primeiro, e imediatamente desceram para minha barriga. Aquilo me incomodou. O jeito como

Ethan Narrando Assim que o Jhon me ligou, eu soube que algo sério tinha acontecido. Ele nunca me liga por qualquer besteira, geralmente manda mensagem e pela voz dele, tensa, quase trêmula, tive certeza de que era grave. Quando ele me disse que estava no hospital, que a Sophie desmaiou. Meu mundo ruiu.Soltei tudo o que estava fazendo, desliguei na cara dele e entrei no carro. Em menos de dez minutos eu estava no hospital.A recepção estava cheia, como sempre. Pessoas andando de um lado pro outro, chorando, falando alto, uma bagunça. Mas eu só tinha um nome na cabeça: Sophie.Entrei e fui procurando pelos corredores, de sala em sala, até que encontrei.— Onde ela tá? — perguntei assim que encontrei Lizandra. Lizandra tentou disfarçar, mas eu conheço o olhar de desespero. Ela só balançou a cabeça e falou com a voz trêmula:— Ainda não Sei. Tô com medo, Ethan. Eu não quero nem pensar se a Sophie perder essas crianças. Ela não vai aguentar.Não esperei mais nada. Virei as costas e entr