Sophie Narrando Acordei devagar, com a cabeça pesada e o corpo meio mole. Mas a primeira coisa que fiz, instintivamente, foi levar as mãos à minha barriga. Precisava sentir. Precisava ter certeza.— Estão bem — disse uma voz suave. Abri os olhos devagar e vi o médico ao lado da cama, com um sorriso calmo no rosto. — Foi apenas uma queda de pressão, senhorita. Nada grave, mas precisamos conversar, passou por algum estresse recente?Suspirei, tentando segurar as lágrimas que insistiam em subir.— Sim, muita coisa aconteceu.Ele assentiu e, em silêncio, aplicou uma medicação no meu braço. Senti o líquido frio percorrer minha veia e fechei os olhos, tentando manter a mente longe de tudo que me fazia mal. Eu só queria minhas filhas bem. Só isso.Pouco tempo depois, ouvi passos se aproximando. Ainda com os olhos fechados, reconheci o cheiro de Ethan. Ele sempre tinha aquele perfume forte, marcante de presença. Conversamos um pouco.Em seguida, ouvi a voz doce da Lizandra e o tom respeitoso

Sophie Narrando Eu estava dormindo profundamente. O remédio que o médico aplicou mais cedo ainda me deixava um pouco sonolenta. Na verdade, desde que acordei no hospital, meu corpo estava pedindo descanso o tempo todo. Acho que o susto, o estresse e a tensão cobraram um preço alto. E eu só queria paz.Acordei sozinha no quarto. Olhei em volta, tudo estava em silêncio. Estiquei a mão e toquei minha barriga, como tenho feito todas as vezes que acordo. É meu primeiro impulso, como se eu precisasse ter certeza de que elas ainda estavam aqui, que estavam bem. E estavam. Senti um leve movimento, e sorri. Minhas meninas são fortes. Mais fortes do que eu imaginava.Chamei por Ethan, mas não ouvi resposta. Levantei devagar, ajeitei o roupão e caminhei até o corredor. Tudo calmo. A casa estava silenciosa. Desci as escadas, imaginando que ele pudesse estar preparando alguma coisa na cozinha. Mas nada. Acabei chegando até a sala. Vazia.Foi só então que percebi que o celular dele não estava no q

Sophie Narrando A conversa entre nós fluía naturalmente, os risos leves, os toques discretos. Mas algo no ar começou a mudar.Não era só carinho. Era desejo.Quando ele se aproximou e tocou meu rosto, senti meu corpo inteiro reagir. Seu beijo veio calmo, cheio de ternura, mas logo se transformou num beijo mais quente, mais intenso, que me arrepiou inteira. Subi no colo dele quase sem perceber, guiada pela vontade de estar ainda mais perto, de senti-lo por inteiro.As mãos dele me acariciavam com firmeza e cuidado, como se cada curva minha fosse sagrada. A forma como ele me olhava me deixava sem ar. Me deitou no sofá com um cuidado apaixonado, nossos corpos se encaixando como se tivessem sido moldados um para o outro.— Você é tudo pra mim — ele murmurou, com os lábios colados à minha pele.Meu coração disparou. E eu me entreguei.Cada peça de roupa retirada parecia tirar junto o peso dos traumas que um dia carreguei. Com ele, eu não sentia medo. Me sentia livre. Desejada. Amada.O t

Ethan Narrando Desde o encerramento abrupto da videoconferência com os representantes da Germane Company, algo não me saiu da cabeça. Eu sou um homem de negócios experiente, e sei reconhecer quando há algo que não se encaixa. As propostas eram sólidas demais para uma empresa recém-chegada ao mercado. Os documentos estavam bem elaborados, os números pareciam impecáveis, e ainda assim, tudo me parecia encenação.E o mais estranho de tudo: o tal senhor Germane, fundador e suposto CEO da companhia, nunca apareceu. Nenhuma chamada, nenhuma presença física. Nem ao menos uma fotografia nos sites institucionais ou redes profissionais. Sempre era o advogado quem falava em nome dele.Peguei o telefone e disquei diretamente para Thomás, um investigador particular. Confio nele há anos, sempre discreto e eficiente, ele é policial aposentado e faz alguns trabalhos para mim.– Thomás, preciso que você investigue uma empresa pra mim.– Claro, senhor Ferraz. Nome?– Germane Company. Começaram a surg

Sophie Narrando Acordei com o coração acelerado. Era o grande dia. O dia do meu casamento com o homem que mudou minha vida, o pai das minhas filhas, meu porto seguro. Respirei fundo antes de me levantar. Já fazia sol, o céu estava limpo e havia um silêncio sereno pela casa. Tudo estava pronto. E o melhor: meu dia de noiva seria exatamente como eu sonhei, em casa, com tranquilidade, conforto e pessoas que realmente importam.Ethan sempre disse que preferia assim. Ele queria me ver feliz, relaxada, sem aquele tumulto de salão de beleza e gente desconhecida entrando e saindo. Eu também achava que esse momento tinha que ser íntimo. Então, eu e Lizandra preparamos um dos quartos da casa para ser o meu camarim. Ficou perfeito, leve, claro, cheio de flores brancas e com tudo o que eu precisava ao meu alcance.Comecei meu dia com um banho de banheira. Enchi a água morna com sais perfumados de lavanda e um pouco de espuma de banho. Afundei o corpo devagar, sentindo a barriga enorme emergir po