Damon ThornEu estava mal-acostumado.Não era comum ter alguém para dividir a cama, e principalmente… para dividir a vida.Sempre lidei com minhas questões sozinho, e foi assim por muito tempo. Até ela chegar: uma cozinheira, humana, e teimosa demais para o próprio bem.Respirei fundo, sentado na beira da cama. A pasta com o relatório de Victor ainda aberta sobre a mesa. Me levantei, caminhei até a janela e olhei para a floresta lá fora.“Hart…” sussurrei sozinho.Ela estava lá embaixo, entre as estufas, mexendo nas flores, distraída, como se o mundo não estivesse prestes a ruir.E ela não fazia ideia… do que eu seria capaz de fazer para mantê-la a salvo.Bati com força a pasta sobre a mesa, fechei e desci as escadas.Parei na porta, a mão firme na maçaneta. Respirei uma última vez antes de girar.Abri.Ela ergueu os olhos imediatamente ao me ver, ainda agachada na terra, as luvas sujas, os cabelos presos de qualquer jeito. Linda.“Hart…” sussurrei. “Bom dia.”Ela se levantou, tirando

Damon ThornEu rosnei em resposta quando sai da casa, o ódio estava em meu corpo, eu só pensava o quanto eu fui estúpido por não ter matado meu primo antes que chegasse a isso. Victor se aproximou, me encarando. "Que porra aconteceu? Como vocês deixaram somente dez lobos atacarem o nosso território?" "Eu não sei meu Alfa."suspirou." Provavelmente eles esperaram os lobos saírem da reta guarda." "Eu não quero saber Beta. Estávamos em Nova York, quem estava na segurança hoje vai ser penalizado." Eu abri a porta do carro a batendo com força, eu não conseguia respirar.Conforme eu dirigia, as árvores balançavam em meio a floresta úmida. O frio do ar condicionado do veículo cortava meu rosto, mas eu não me importava, eu queria acabar com ele. "Vamos matá-lo? " Victor perguntou." Eu imediatamente dei um murro no volante. "Eu não posso…"rosnei." Não posso acabar com esse desgraçado ainda." "Poderia me dizer o porquê meu Alfa?" "Ele sabe alguma coisa sobre Zion. E eu não posso acabar

Caroline HartSentir que eu não pertencia ali era sufocante. Como se o ar ao meu redor pesasse mais a cada minuto. Como se cada parede daquela casa me observasse, me julgasse. Eu era uma intrusa naquele mundo, e todos sabiam disso.Caminhei até a janela, abrindo as cortinas lentamente. A floresta lá fora parecia calma, mas eu sabia que havia olhos em cada sombra. Eles me observavam, me analisavam, esperando que eu cometesse um erro. Porque eu era diferente. Eu era humana.Toquei minha barriga com as duas mãos. Ainda pequena, mas cada vez mais real. O filho de um Alfa crescia dentro de mim. Um herdeiro. Um elo entre dois mundos. E, ao mesmo tempo, um motivo de medo.Engoli em seco.Medo do que fariam comigo. Medo do que fariam com ele.Medo de não ser forte o suficiente.Me sentei na beira da cama, os dedos trêmulos acariciando o lençol. O quarto era bonito, confortável, mas nunca deixava de parecer uma prisão disfarçada. Um lugar onde me esconderam, onde me afastaram de tudo o que eu

Caroline Hart Eu jamais esqueceria da receita de cookies de chocolate que a minha mãe me ensinou. Ela era, e sempre será a minha inspiração na cozinha.Retiro os biscoitos do forno e quase queimo a mão."Merda." murmuro assoprando o dedo." Uma mão ligeira e quente envolve a minha cintura com precisão, olho para trás sorrindo. "Pare com isso, ou não responderei por mim." sussurrei" "É justamente o que eu quero."ele cochichou.""Não quero que os funcionários me vejam diferente." "Isso é inevitável Hart, você é diferente."Eu alisei as minhas mãos passando-as no avental e respirei fundo enquanto soltava o ar."Mas vamos ser verídicos. Você era meu chefe, isso é… No mínimo errado.""Nada é errado quando duas pessoas se querem."ele disse.""Até mesmo um Alfa e uma humana?" franzi o cenho""Até mesmo isso, Caroline." ajeitou o cinto que apertava sua calça social.""Irá sair?" "Tenho uma reunião na construtora. Voltarei provavelmente a noite." ele se aproximou depositando um beijo em

Caroline HartA luz fria do hospital me cegou quando abri os olhos.Por um segundo, não soube onde estava.Mas então senti… a mão grande, quente, apertando a minha.Virei o rosto e lá estava Damon.Eu tentei me lembrar ao certo o que aconteceu, mas minha cabeça estava dolorida. Era a segunda vez neste hospital em um só mês. Parece que a minha vida era uma constante PIADA.Pude notar a expressão dura de sempre em seu rosto, mas os olhos… eles estavam diferentes.Preocupados.Culpados.“Você está bem?”Sua voz saiu mais rouca do que o normal, como se ele também não estivesse dormindo há dias.Assenti devagar, levando a outra mão até minha barriga.O bebê…“Está tudo bem?”Ele apertou minha mão com mais força.“Sim. Eu… Eu quis garantir isso. Trouxe você direto pra cá.”Fechei os olhos, respirando aliviada.Mas ele ainda parecia tenso.“Me desculpe, Hart.”Abri os olhos, surpresa.“Por quê?”Ele soltou o ar, pesado.“Por te colocar nisso. Por… não ter impedido antes, por ter deixado sua