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Capítulo 51
A claridade de uma manhã já atravessava as frestas da janela quando Ayla se remexeu na cama. Assim que o faz, um sorriso tímido e involuntário sai dos seus lábios ao sentir que o seu lado na cama estava perfeitamente preenchido.Ela se vira para o lado ao despertar, e assiste Juan dormindo perfeitamente ao seu lado, e naquele momento, ela se viu completamente rendida à sua beleza. Mais presa a ele do que achou que seria capaz. E aquilo foi mais que suficiente para fazer sua mente sair mundo a fora e ela se permitiu se entregar aos seus devaneios.Desde a primeira vez, sempre houve alguma coisa em Juan, que sempre fascinara a Ayla. Algo como a curiosidade desperta pelo passado dele, tanto quanto o anseio para saber qual seria o futuro dele. Com quem seria.Porque a verdade era que existia bilhões de pessoas ao redor do globo, mas era apenas ele quem Ayla queria. Porque sempre houve alguma coisa nele, ou tudo nele, que a enlouquecia.Fazia muito tempo desde que, nada daquele jeito, naqu
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Capítulo 52
Ayla se recompõe e dando a volta, retorna ao seu quarto e ela observa a cama vazia. Juan já estava de pé, e completamente vestido, os cabelos negros em desordem e um sorriso tão magnifico que fizera o coração de Ayla errar uma batida.—Bom dia!— ele diz, olhando para ela e para o relógio em seu pulso. —Sabe quanto tempo eu não dormia assim?Ayla sorri enquanto dá voltas no quarto, retirando as bagunças jogadas no meio do quarto. Ela não quer encarar Juan, tem medo de fazê-lo. De encarar todos seus medos personificados ali.—Nunca o vi acordando depois das sete da manhã. E já são quase meio-dia.— Ela comenta.—Estava finalmente em paz.— Ele diz. —Onde você estava?Ayla morde o próprio lábio com força quando ouve aquela pergunta e só tem certeza que não quer explicar ou começar mais nenhum conflito. Não além do que está dentro dela.—Ah, eu fui apenas ver se tínhamos serviço de quarto; café da manhã ou almoço.— Ela fala a primeira coisa que vem a sua mente. —E não temos.Juan sorri, ape
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Capítulo 53
Ayla assiste aquela cena como se fosse uma figurante em uma tragédia de sua própria família. Ela assiste sua irmã, desesperada, enquanto pede ajuda a quem quer que seja naquele restaurante.Ayla quer se mover, quer reagir, mas está grudada no chão, sentindo-se congelada no tempo e em um fato que ela claramente não quer enxergar, não quer enfrentar. Mas sabe que precisa.Juan ao seu lado, assiste toda aquela cena, confuso e se encontra completamente perturbado ao ver o modo que Ayla está petrificada, os olhos brilhando de terror e dor.Ele se sente imponente, então, apenas coloca os braços em volta dos seus ombros, quando pergunta:—Aquela é a sua irmã, Ayla? Você quer saber o que aconteceu?A verdade é que diante daquela situação, Juan estava completamente confuso. Ele já estava assim, desde a última noite quando se perguntava como Ayla, ao retornar para sua cidade natal, havia preferido ficar em uma pousada irreal a ficar na casa dos seus pais.E agora, ela parecia completamente alhe
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Capítulo 54
Eles seguem até a recepção do hospital e Ayla fala:—Por favor, preciso saber sobre Deise Green. Ela deu entrada aqui, mais cedo.A recepcionista assente e após olhar para tela do computador, informa:—Décimo segundo andar. Sala 13.E tão rápido quanto chegou ali, Juan e Ayla seguem até o elevador até pararem no andar certo.Assim que as portas do elevador se abrem, Ayla dá de cara com sua família na sala de espera. Sua irmã e o marido dela estão lá, assim como seu pai. Todos param para a encarar, como se ela fosse uma esquisita invadindo o espaço deles.—O que está fazendo aqui?— Cynthia para rapidamente em frente a Ayla. —A mamãe piorou por sua causa.Ayla realmente não queria brigar mais, realmente não queria fingir mais.—Cyn, aqui não.— Logan, seu marido, tenta acalmá-la ao seu lado.Ele olha para Ayla e Juan como se desculpasse pela falta de controle de sua esposa.—Eu não vou ficar no mesmo lugar que ela!— Cynthia conclui e no mesmo instante sai, indo para o lado mais distante
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Capítulo 55
Ayla se perguntava se havia sido amaldiçoada, se pergunta por que estava sendo punida daquele jeito, sofrendo como tantas outras vezes. Mas dessa vez, parecia estupidamente maior o desespero presente em seu coração.Ayla reconhece que se fosse uma mulher mais fraca, depois de tudo que aconteceu com ela, ela já teria perdido a esperança. Mas uma mulher forte não estaria aos pedaços como ela estava agora, não fugiria.E foi exatamente isso que aconteceu; Ayla deixou todos para trás e saiu correndo daquele hospital.Ela não conhecia absolutamente nada naquela cidade, então só correu, embaixo da chuva, para qualquer lugar onde pudesse ficar sozinha e enxergar o que aconteceu e gritar. Gritar de verdade.—Por quê?— seu grito reverbera, quando ela se senta, debaixo de uma árvore e ali, chora, se desintegrando em várias peças.Ayla estava enfrentando o seu dia mais escuro, a vida mais escura. Se sentia fraca, irregular, como se não existisse no mundo, nenhum lugar para ela ficar.Ayla não sa
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Capítulo 56
Capítulo 56Martha passa as mãos nos próprios cabelos, sente-se pressionada e só quer se livrar de um segredo que guardara há tanto.—É em um lugar remoto. Distante de tudo na cidade, na zona rural.Ayla engole em seco e reunindo toda sua coragem e ousadia, Ayla fala:—Me leve lá. Agora.Martha arregala os olhos no mesmo instante e começa a gaguejar, nervosa.—Ayla, eu não... Eu...—Eu tenho que resolver isso. Agora.— Ayla rebate. —Você é a única pista que tenho. A única pessoa que se atreveu a me dizer a verdade. Então, me leve.—Droga!— Martha resmunga, exasperada. Mas em seguida, pega as chaves do seu carro. —Vamos.Ayla então, a segue. Enquanto faz aquele trajeto, a solidão de uma vida inteira e o silêncio a envolvem. Ela se sente perdida, sentia frio como se estivesse presa numa madrugada.Enquanto Martha dirige, Ayla observa todo aquele caminho. Percebe que aquele local era realmente afastado de todos, um lugar isolado. Uma longa estrada de barro seguia direto a uma casa no meio
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Capítulo 57
Capítulo 57Ayla sentia como se pudesse ouvir como uma música estivesse tocando ao redor naquele momento. Como no final de todo filme triste. A incerteza, o medo e insegurança era o tipo de sensação de que ela realmente não queria estar vendo, sentindo na própria pele.Ela temia que aquela descoberta fosse apenas mais uma tragédia e a deixasse ainda mais pra baixo. Se é que isso pode ser possível. Por essa razão, diante daquela porta, ela sentia que não conseguia respirar, mas ela tinha que respirar.Por isso, puxando todo o fôlego para dentro do seu peito, ela olha em frente e tenta sorrir.—Oi.— Responde, mas apenas isso.A mulher em sua frente a encara, confusa. Ela olha ao redor, buscando algo. Mas tudo que está em sua vista é Ayla, completamente molhada e com os pés coberto de lama. Uma Ayla petrificada, a encarando como se fosse um estilo de stalker.—Como posso ajuda-la?— a mulher que abriu a porta, pergunta.Se tratava de uma mulher em torno de seus quarenta anos e com olhos
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Capítulo 58
Ayla engole em seco, seus olhos também queimam, desejando derramar suas próprias lágrimas.—Não. Eu sou a Ayla.— Ela responde, a voz extremamente baixa e trêmula.—Não, não é.— Andrea diz de repente, e então segura o rosto de Ayla com ambas as mãos.— Ayla é o nome que eles deram a você, mas eu escolhi Luna. Então você é a Luna.Aquilo foi o suficiente para as lágrimas de Ayla por fim, descerem.—Você é ela?— ela pergunta, a voz chorosa. —Você é a minha mãe?Andrea sorri largamente e então puxa Ayla para ela, num abraço tão caloroso e amoroso. Dentro de uma espera de vinte e seis anos de amor acumulado e guardado e agora, estava sendo expandido. Direto do coração de Andrea ao de Ayla.Do coração de uma mãe para sua filha.Naquele momento, Ayla não evita pensar, imaginar as memórias perfeitas que teria criado se tivesse vivido ali. Em um lar com amor. Mas logo ela recorda, que qualquer pequena colisão na estrada, qualquer folha caída de uma árvore em um momento errado e tudo mudaria, tu
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Capítulo 59
Juan está encarando aquela mulher, confuso. Isis se encontra da mesma maneira a encarar sua mãe, que parecia reconhecer Juan de algum lugar.No entanto, Juan tinha certeza que jamais vira aquela mulher antes, nem sequer sabia da existência daquela cidade, principalmente daquele campo, afastado de todos. Porém, aquela mulher o observava com tanta intensidade que Juan acabou acreditando, de algum modo, que aqueles olhos e que aquela expressão era familiar para ele.Essa constatação fez um arrepio percorrer a espinha de Juan.— Perdão, nos conhecemos? —Juan acaba por perguntar.E como se Andrea tivesse saído de um transe, rapidamente ela desperta e balança a cabeça em negação com intensidade. Ela engole em seco e então sorri.— Me desculpe. — Ela diz. — Eu só pensei já o ter visto antes, em algum lugar. O seu rosto é familiar, mesmo não sendo um rosto comum.Andrea continua o analisando, o que deixa Juan desconfortável e um tanto constrangido. Ele odiava ser o centro de atenções e
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