Parte 92...Domenico— Oi, amor. Eu demorei?— Um pouco, né? – ela inclinou a cabeça e franziu os olhos — Você trocou de roupa?— Ah, troquei sim – sorri e me aproximei da cama — Estava quente e o serviço que o Carlo me pediu foi bem... Abafado.— Hum... Eu não sei se acredito em você.— E o médico já veio te liberar?— Ai.. – ela ergueu os braços — Que nada. Até agora estou esperando... Sozinha – fez um bico — Porque o meu marido me deixou largada.— Não seja exagerada – ri baixinho — Eu nem demorei tanto assim e você está segura, em um bom hospital e com seguranças lá fora.— Não é a mesma coisa que o meu marido.— Eu sei, sua reclamona – sentei na beirada da cama — E sei que você está é ansiosa, doida pra sair daqui e contar a novidade.— Não sei... – mordeu o polegar — Acha que eu devo contar? Não é muito cedo?— Bom, cedo é... – abri as mãos e comecei a rir — Mas agora vi ter que contar, porque eu já abri a boca para o Carlo.— Ai, meu Deus... Será possível que você não pode esco

Parte 94...Aurora— Oi, amor! – falei, abrindo o sorriso mais doce do meu arsenal, aquele que costumava me tirar de encrencas. Ou tentava.— Oi, amor? – Me olhou devagar, dos pés à cabeça, e franziu uma sobrancelha. Perigoso. Ele se inclinou e falou baixinho — Você está de sacanagem comigo?— Eu? – fiz logo uma cara de falsa inocência — É claro que não, Domenico. Eu só queria sair um pouco de casa, fazer compras.— Que você não me avisou, querida – Carlo deu um sorriso falso e a voz mansa demais — Eu estava na sala ao lado. Era só você me avisar que queria sair – pegou em seu braço.— Ai, Carlo... Eu estava entediada. Você não terminava nunca.— Certo. E a sua solução foi sair sem nem mesmo deixar um recado para mim com a secretária? – ergueu a sobrancelha — Bem pensado.— Pior foi a minha esposa – Domenico inclinou a cabeça de lado, apertando os lábios em um bico crítico — Além de enganar o segurança que eu deixei lá, ela roubou o meu carro.— Ei! – ergui a mão — Eu não roubei o seu

Parte 96...AuroraMinhas mãos tremiam. O celular escorregou dos meus dedos e quase caiu. Eu o agarrei com força, respirei fundo e disquei o número de Domenico. Ele atendeu no primeiro toque.— Já está chegando? Aconteceu alguma coisa? - eu quase desisti de falar. Mas já estava feito.— Arturo... — engoli em seco — Ele estava com meu pai. No shopping.Silêncio. Mas não o tipo de silêncio calmo. Era o tipo que fazia o estômago revirar.— Repete.— Eles estavam juntos. Sentados, conversando. Quando os seguranças se aproximaram, Arturo armou uma confusão. Acusou uma mulher de roubo. Fez escândalo. - olhei ao redor — Foi só pra ajudar meu pai a fugir pela escada de emergência.Do outro lado da linha, o barulho de alguma coisa caindo.— Você está me dizendo... - ele falou devagar, como quem morde cada palavra — Que Arturo ajudou o homem que quase matou sua mãe a escapar?— É o que parece.— Não parece. É isso. - a voz dele mudou de tom, ficou fria, afiada como lâmina — Você e a Diana e vol

Parte 98...Aurora— Parece que hoje você está com fome – Diana entregou a mamadeira para Gisele que balançava o pequeno Giancarlo nos braços.— Até que estou mesmo, mas é que na verdade, estou animada de poder tirar minha mãe daquele hospital depois desse tempo todo.— Isso é muito bom mesmo, fico feliz e animada porque agora vamos poder voltar para nossa casa em Palermo.— Será que vamos? – torci a boca, hesitante — Eu perguntei ao Domenico sobre a questão de Arturo, mas ele disse que Pietro é quem vai decidir, então acho que também temos que esperar por isso.— Hum, acho que não... Me passa a garrafa por favor! – estiquei a mão para ela e entreguei a garrafa com suco de uva — Carlo disse que Pietro já deu uma boa cossa no Arturo e ele começou a abrir o bico – mexeu o ombro — Talvez nem os nossos maridos possam colocar a mão nele.— Bem...- suspirei conformada — Apesar dele ter tentado me enganar para casar com ele, eu realmente não tenho mágoa e nem guardo rancor. Sei que ele estav

Parte 100...Aurora— Como eu vou contar isso para ela? – puxei o ar, me sentindo angustiada — Eu estava conversando com ela e dando apoio para que pensasse positivo – mordi o lábio — E agora isso?— Eu sei que você vai achar um jeito para isso – me abraçou, murmurando contra meu cabelo — E a gente não tem que fazer disso um drama. Não é você que sempre disse que temos que ver o lado positivo das coisas?— Eu sei que digo isso, mas agora é outra situação. É minha mãe e essa doença é tão horrível, é Alzheimer! Essa doença arranca as pessoas em silêncio, pedaço por pedaço. – não queria chorar de novo.— Eu sei que é, mas não vai ser o fim do mundo, nós vamos aprender como cuidar dela – alisou meu cabelo — Vamos ter erros e acertos, mas o importante é que vamos estar ao lado dela. E o médico disse que pode demorar um pouco, não tem um prazo certo. A gente pode cuidar para que ela tenha uma boa vida ao nosso lado.— Pelo menos agora ela está certa de se afastar daquele homem ruim. Isso va