POV: HENRYEla apertou os próprios braços com força, e eu percebi o leve tremor nas mãos dela, sinal claro de que estava tentando se segurar.— Não parece certo. — Ela me encarou. — De ter outro bebê... aqui em casa.Fechei os olhos por um segundo, respirando fundo, forçando meu corpo a manter o controle, mesmo que a minha cabeça gritasse.— Eu sei que você só quer proteger a minha filha... — A voz dela vacilou no meio, ficando mais baixa, mais frágil. — Que só quer que ela se sinta bem, que não sinta... que não se sinta sozinha.Ela respirou fundo, e a pausa dela foi longa, pesada, como se estivesse escolhendo cada palavra com extremo cuidado.— Mas eu... — Amelia engoliu seco, e os olhos dela marejaram, a respiração ficou mais curta — eu não acho que fazê-la cuidar do filho de outra pessoa... — apertou os lábios, balançando levemente a cabeça — seja o melhor caminho.— Sinceramente, Sra. Amélia... — Minha voz saiu baixa, rouca, carregada de exaustão e frustração. Apertei a ponte do

POV: LAURENRespirei fundo, mas o ar parecia pesado, áspero, difícil de puxar. Cada passo que eu dava, parecia um esforço quase sobre-humano. Meus braços tremiam, não sabia se era pela exaustão, pela ansiedade, ou pela dor insuportável que me corroía por dentro. — O problema... não é esse, Kate. — minha voz falhou no meio da frase. Travei na porta do quarto da minha filha. Meus olhos percorreram cada detalhe ali dentro — o móbile pendurado, a pequena poltrona no canto, as mantinhas dobradas, os bichinhos alinhados na prateleira. Tudo... absolutamente tudo preparado com tanto amor, tanto cuidado, tanta esperança. Engoli em seco, mas a saliva parecia simplesmente não descer. — Como... — minha voz falhou de novo, precisei respirar fundo e tentar de novo — como eu entro aqui... segurando outra

POV: LAURENEle arregalou os olhos. Seus cílios longos, agora úmidos pelas lágrimas, tremularam enquanto absorvia minhas palavras. Seu corpo pequeno e ainda trêmulo se encolheu um pouco contra o meu, e vi quando ele engoliu em seco antes de levantar a cabeça, me olhando com aqueles olhos azuis que sempre me desarmaram. — Fada... — Theo, sua voz saiu fraca, quase um sussurro. Seus lábios tremiam, e percebi que ele precisava reunir coragem para perguntar. — Isso... — ele respirou fundo, apertando as mãos contra meu braço. — isso não te machuca? — Seu olhar se apertou, confuso, perdido, ele voltou a falar. — Você não sente... falta dela? Pisquei algumas vezes, lutando contra o nó na garganta, enquanto acariciava seu rostinho com as pontas dos dedos, sentindo sua pele quente, sensível e tr

POV: LAUREN— Bem, naturalmente, ele saberá quando receber a notificação sobre o teste de maternidade. — Henry capturou uma mecha do meu cabelo e a enrolou nos dedos, aproximando o nariz para inalar o meu cheiro. O toque firme e a forma como ele segurava cada fio faziam minha pele arrepiar. — Não precisa se preocupar em lidar com Ethan. Vamos resolver tudo com acordos legais, e eu mesmo falarei com ele. Eu respirei fundo, sentindo o cheiro dele tão perto. Meus dedos tremeram ao segurar a borda da mesa para não demonstrar fraqueza. — Não. — Minha voz saiu firme, mas um pouco vacilante. O olhar de Henry escureceu, e ele franziu o cenho, esperando que eu recuasse. — Ethan não é a melhor pessoa, mas eu escondi a paternidade dele. Foi minha decisão errada desde o começo. Preciso resolver isso sozinha, de frente, como deveria ter

POV: HENRYLevou um tempo até que Lauren finalmente relaxasse em meus braços. A respiração dela começou a se tornar mais profunda e ritmada, sinal de que o corpo enfim cedia ao cansaço. Os olhos estavam fechados, ainda levemente inchados pelas lágrimas que havia derramado nos últimos dias. O rosto, mesmo abatido, continuava lindo. Ela tinha aquela beleza serena que me desarmava, mesmo quando estava em pedaços. Os fios dourados estavam espalhados pelo meu ombro e braço, e a cabeça dela repousava sobre o meu peito, exatamente onde batia meu coração. Uma das mãos descansava sobre o meu tórax, os dedos levemente curvados como se me segurassem inconscientemente. Sua perna estava entrelaçada à minha, como se o corpo dela soubesse que precisava se agarrar a mim para não desmoronar. Era como se quisesse ter certeza de que eu não iri