《Selma》 Ao despertar, o primeiro vazio que percebo não é o do quarto, mas o da cama — Cárter não está ali. A ausência dele pesa mais do que o lençol amarrotado ao meu lado. Apesar de todo o meu esforço — e acredite, foram muitos — ele continua me tratando com frieza. Os meus truques, a minha pele cuidadosamente hidratada, as lingeries escolhidas a dedo, os jantares provocantes... nada surtiu efeito. Ele se esquiva até da intimidade, preferindo chegar tarde, às vezes sequer dirigindo a palavra a mim. E quando chega, muitas noites opta pelo quarto de hóspedes, como se a presença dele ao meu lado fosse um favor que não estou mais merecendo. É sábado, mas conhecendo-o, provavelmente se enfiou na empresa como desculpa para me evitar. Fico na cama por longos minutos, contemplando o teto. Levanto-me com dificuldade, como se o dia me puxasse para baixo, sem qualquer piedade. Já passa do fim da manhã quando enfim decido me arrumar. Visto um robe de seda az
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