TODOS os capítulos e episódios de Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle a Lívia Andrade - Página 16 - BueNovela

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Todos os capítulos do Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle: Capítulo 151 - Capítulo 160

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Depois de quase terminar de arrumar tudo, ele se sentou à beira da cama, mergulhado em devaneios. Em meio à névoa da memória, voltou aos tempos do ensino médio.Naquela época, se não fosse por Vitória, talvez jamais tivesse saído tão rápido da sombra que a morte da mãe deixara para trás. Por isso, sentia que devia agradecê-la.Foi exatamente essa gratidão que o levou a acreditar, até o ponto de enganar a si mesmo, que a amava. Que realmente gostava dela.Mas, quando começaram a namorar, ele percebeu que aquilo não era amor. Demorou anos para compreender isso por completo. E, justamente por essa confusão, acabou perdendo Beatriz. E a magoando.Recordou-se das palavras de Vitória, quando ela questionou os sentimentos dele, e apertou os lábios, pensativo.No início, tudo parecia funcionar bem. Com o tempo, porém, algo mudou. E ele não sabia dizer exatamente quando.Lembrou-se de como se conheceram. Foi Vitória quem o adicionou como amiga. A mensagem de verificação trazia um problema de ma

Beatriz apertou levemente os lábios. Seus colegas mal sabiam informações básicas sobre ela. Ainda assim, por causa dos boatos envolvendo o Sr. Daniel e pelo fato de, sendo novata, ter assumido o cargo de líder interina, o sentimento de inveja entre eles só aumentava.— Entendi o que o senhor quis dizer, diretor. Vou até o RH agora e, na reunião geral do departamento amanhã, farei pessoalmente um esclarecimento. — Disse Beatriz, com firmeza.Murilo assentiu, observando-a enquanto ela se afastava. Lembrou do que haviam comentado: o Sr. Daniel estaria, supostamente, preparando-a para ser sua sucessora.Com a competência que Beatriz demonstrava, liderar uma equipe era simples. Mas o cargo de diretora... Aquilo, sim, envolvia uma dose de favoritismo por parte do Sr. Daniel.Além disso, ele sequer se preocupava em manter discrição dentro da empresa. Almoçavam juntos, saíam do trabalho no mesmo horário e, inclusive, ela tinha acesso ao elevador privativo. Como Beatriz não atrairia todos os ol

— Sr. Daniel, isso é uma bronca por eu ter me metido onde não devia? Ou está chateado por eu ter atrapalhado sua chance de bancar o herói salvando a mocinha? — provocou Murilo, com um meio sorriso, enquanto mexia os talheres sobre o prato.— Não é isso. Beatriz foi minha caloura na faculdade. É claro que eu quero protegê-la. — Respondeu Daniel, contido.— E você chegou a perguntar se ela queria ser protegida? — Retrucou Murilo, direto. Em seguida, acrescentou, com um ar de quem entende bem a situação. — Sr. Daniel, conquistar uma mulher não é assim. Pode até funcionar com algumas. Você aparece no final, resolve tudo nos bastidores, e ela fica grata, comovida. Mas Beatriz não é esse tipo. Ela tem ambição, tem orgulho, e, ao mesmo tempo, é humilde e reservada. Você, que estudou com ela, deveria saber disso melhor do que eu.Daniel fitou Murilo, pensativo.Precisava admitir: Murilo tinha uma leitura precisa. Em poucos dias, havia captado com exatidão o temperamento de Beatriz.— Falo como

— A Sra. Beatriz já não quer vê-lo. Se o senhor for até a empresa dela, vai ficar ainda mais feio. E, pra falar a verdade, eu acho que isso é uma coisa boa. — Disse Rafael, tentando manter a calma.Gabriel se virou na hora. Os olhos ardiam em fúria quando explodiu:— Boa?! Você tá falando merda, Rafael! Eu vou...— Porque, se a Sra. Beatriz for demitida por causa da denúncia, ela vai sair da empresa do Sr. Daniel. E aí o senhor pode contratá-la aqui no Grupo Pereira. Isso não seria uma coisa boa? — Interrompeu Rafael, com firmeza.Gabriel congelou. A raiva que o consumia cessou, e os passos em direção à porta estacaram.Rafael soltou o braço do chefe, ainda ofegante, e aproveitou para continuar:— Por isso o senhor não pode aparecer lá. O melhor é deixar que a informação sobre o casamento da Sra. Beatriz se espalhe naturalmente dentro da Aurora. Se o senhor for pessoalmente, vira o foco da confusão.Gabriel fechou os punhos. A tensão subiu até o rosto, cujos músculos estavam rígidos. R

A ex-esposa Beatriz: “De fato, eu tive muito azar.”— Ainda bem que você não vai se casar com ele. — Disse Beatriz, com um leve alívio na voz.— Ah, mas é claro que não! Eu não sou burra que nem a ex dele. — Respondeu Letícia, com um suspiro de desprezo.Beatriz permaneceu em silêncio.— Mas falando sério, o Gabriel... Que lixo de homem. Quando se casou, ninguém nem ficou sabendo. Quando se divorciou, silêncio total também. Fez tudo escondido, como se tivesse vergonha. Agora os escândalos com a amante? Isso sim está em todos os cantos. — Desabafou Letícia, indignada.— A ex-esposa dele deve ter sofrido horrores. Aposto que foi casamento arranjado. E, quando a família dela perdeu status, ele foi lá e jogou fora. — Completou, com pena na voz.Enquanto escutava a amiga pelo celular, Beatriz olhou para os documentos do divórcio sobre a mesa. Seus olhos pararam bem ali, onde estava a assinatura de Gabriel.“Escondido. Vergonhoso. Sim… Era exatamente assim.”Ela se mudara direto para a casa

— Grupo Pereira? — Repetiu Beatriz, surpresa. — Eles não são focados em produtos tradicionais? Por que iriam querer entrar na área de games?— Vai saber... — Respondeu Murilo, dando de ombros. — Devem querer colocar o pé no setor.— Empresas grandes como aquela, ainda mais sendo familiares, quando decidem entrar em um novo mercado, basta comprar uma empresa pequena e pronto. Dinheiro não é problema. — Comentou outro líder do grupo.Era apenas um comentário casual sobre estratégias de grandes corporações... Mas Beatriz levou aquilo a sério.Na sexta-feira anterior, Gabriel havia ameaçado Daniel durante a briga. Disse que compraria a empresa dele.E agora, justamente agora, o Grupo Pereira tirava da Aurora um contrato que acabara de ser fechado com a Triunfo. Uma empresa que, até então, jamais havia se envolvido com tecnologia ou jogos digitais?Aquilo não podia ser coincidência.Tudo indicava uma única coisa: isso estava relacionado a ela.Beatriz fechou os punhos com força. E se tudo i

[Não. Eu ocultei o nome dele. Só vou dizer que estou divorciada, e pronto.]Daniel olhou para o celular e, sem perceber, deixou escapar um leve sorriso no canto da boca.“Pelo visto, Beatriz realmente não sentia mais nada por Gabriel. Nem sequer cogitava mencioná-lo em público.”Mas, logo em seguida, sua expressão se fechou.Pensando bem, durante aqueles dois anos de casamento, Beatriz e Gabriel nunca pareceram oficialmente casados. Mesmo que ele, Daniel, não tivesse autoridade para ser convidado para um casamento do Grupo Pereira, alguém como Gabriel, herdeiro direto, certamente teria feito algo público. Um anúncio formal, uma nota em jornal, qualquer registro. Mas não. Nada.Abriu o navegador, buscou o nome de Gabriel nas redes e portais... E confirmou: não era que ele tivesse perdido alguma notícia. Simplesmente, ela nunca existiu.Sentiu o peito apertado. Escreveu algo no celular, mas apagou antes de enviar.Beatriz havia amado Gabriel tanto... E mesmo assim, viveu dois anos sem re

Quando todos achavam que a apresentação havia terminado, o slide virou mais uma vez.Ao verem a nova imagem na tela, a sala inteira congelou por um segundo.Era... Um acordo de divórcio?Uma auto-apresentação precisava disso mesmo? Beatriz, pelo visto, não fazia questão de manter formalidades. Tratava todos ali como se fossem velhos conhecidos.— Na sexta-feira passada, fiquei até as dez da noite no escritório. Durante esse tempo, uma conversa minha foi gravada, e acredito que alguns aqui já ouviram o áudio. — Começou ela, com a voz clara.Ao ouvirem isso, os olhares começaram a se desviar, desconfortáveis. Parecia que todos haviam sido pegos no flagra — como se estivessem fofocando bem na frente da pessoa envolvida.— Nos últimos dois dias, alguém enviou uma denúncia ao RH, alegando que meu estado civil no currículo era falso. O que eu quero esclarecer é: não foi uma falsificação. Foi uma escolha errada de palavras. — Continuou Beatriz.Na mesma hora, olhos se arregalaram. Houve um le

“E o pior de tudo era que Beatriz ainda tinha aquele suposto caso com o Sr. Daniel. Os dois se davam bem, se conheciam de antes... E se ela realmente decidisse se vingar?”A ideia de ser demitida por retaliação começou a roer por dentro. Sentiu um nó na garganta, mordeu discretamente os lábios e, pela primeira vez, se arrependeu de ter agido por impulso.Ainda mais agora, enquanto caminhava pelos corredores, escutava os colegas ao redor cochichando:— Agora entendi por que a Beatriz quis fazer uma apresentação. Foi pra se posicionar mesmo.— Eu nem sabia que ela era tão incrível assim. Não é à toa que o diretor colocou ela como líder interina.— Uma aluna da Universidade A vem com certeza pra um plano de carreira. Deve estar no programa de gestão. A promoção já devia estar alinhada desde o início. O pessoal do grupo 3 que reclamou... agora ficou sem argumento, né?— Ei, mas quem será que denunciou ela? Ela mesma falou na reunião... Deve ter sido alguém do nosso departamento.As vozes s

Gabriel rangia os dentes. Os punhos estavam cerrados com tanta força que os tendões saltavam sob a pele. O peito ardia, uma mistura de raiva e dor amarga, que parecia prestes a explodir.Do outro lado da mesa, Rafael já não sabia o que dizer. Diante daquela cena, só conseguia pensar:“O mundo dá voltas. E às vezes, elas são bem cruéis.”Afinal... Quem nunca quis assumir a Sra. Beatriz foi o próprio Sr. Gabriel. Ninguém sabia que os dois eram casados. Nem mesmo o estado civil ele mencionava.E agora... Ele queria que o mundo inteiro soubesse. Ficou furioso porque ela cobriu o nome dele no documento. Morria de ciúmes do Sr. Daniel.Silenciosamente, Rafael saiu da sala para lhe dar privacidade. Fechou a porta com cuidado e soltou um suspiro pesado, balançando a cabeça.Dentro do escritório, o silêncio era sufocante. Gabriel continuava sozinho, mergulhado em sentimentos que o corroíam. O peito comprimido, as mãos inquietas. Quase queria sair correndo até a Aurora atrás de Beatriz.“Quanto

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