Demétrius estava sem camisa e seus olhos verdes jade estavam agora de um azul gélido do seu lobo. Eu podia sentir seu ódio emanando e o sufocando. Seu rosto estava vermelho e suas narinas um pouco abertas demais. Seu coração batia de modo descontrolado e eu sabia que deveria pensar bem nas próximas palavras. O macho estava prestes a explodir. — Não estou fugindo. Vou fazer uma viagem, apenas isso. — falei lentamente. Quando tentei passar por ele, o macho bloqueou a porta com o seu corpo enorme. Ele parecia uma parede de músculos e por mais que eu não quisesse olhar em seus olhos, Demétrius segurou o meu queixo e o levantou para que eu o encarasse. — Está indo atrás dele? Depois de me convencer a deixá-lo vivo? Você me seduziu para deixá-lo vivo para depois fugir para encontrá-lo? Senti meu sangue começar a ferver a cada segundo que passava e ele segurava o meu queixo de maneira hostil. Até que Demétrius simplesmente me soltou e recuou alguns passos para o corredor. — Eu não en

JANE Suas palavras ecoavam no ar entre nós, abrindo uma enorme distância entre mim e o macho escolhido pela deusa. Enquanto olhava em seus olhos azuis sufocantes, a única coisa que pensava era em Marius. Naquele instante percebi o quanto eu era egoísta. Aquele macho estava sendo destruído na minha frente pouco a pouco. O príncipe estava sendo arrastado para aquela situação sem qualquer escolha. Ele me desejava e de certa forma eu também o desejava, sua consciência disso tornava tudo pior. Demétrius ansiava cada vez mais de mim, a cada instante que meus instintos ameaçavam me trair, a cada dia que Selene tentava me dominar para ceder ao laço... Isso devia ser uma tortura para ele. Desejar... ansiando por algo que por direito e pelo destino, era seu. Respirei fundo, e minha expressão deve ter denunciado meus pensamentos e passos seguintes, porque o macho recuou um passo e balançou a cabeça negando. — Demétrius... — Jane! — uma voz feminina me interrompeu pegando nós dois de su

MARIUS Entonside estava bem na minha frente e a cada segundo que se passava, meu coração batia mais forte. Eu ouvia os sons das armas sendo preparadas, os sons de passos apressados e a enorme propriedade a minha frente do alfa Cregan. O sol já estava se pondo, enquanto Kilian estava ao meu lado dirigindo em silencio. Gaius estava rosnando em minha mente, ele não gostava do que já estávamos fazendo, nos juntando com aquelas alcateias para derrubar o rei Alfa e os Príncipes gêmeos. Mesmo que de alguma forma isso fosse nos trazer Jane de volta. Kilian continuou dirigindo até os portões, lentamente os portões de ferro foram abertos para nós e no instante que passamos, senti uma sensação aterradora que me tirou o ar dos pulmões. Me inclinei para frente, tentando respirar, e Kilian parou o carro no pátio e se virou na minha direção. — Marius? Marius? — ele chamava o meu nome, mas sua voz parecia distante. De repente senti uma enorme queimação em meu braço, e quando olhei para ele,

Escolher? Como eu poderia escolher? Eu pretendia fugir com aquele filho... Quando pensei em fugir, abandonando aquela alcateia, algo em mim doeu. E então, aquele bebê chutou novamente e foi como se ele estivesse recusando aquele pensamento. Como se pensar aquilo fosse contra tudo. — Escolher? Como ela poderia escolher depois do que ele fez com ela? Eu sei que ela foi feita para mim. — Kevin retrucou, mas César se moveu, caminhando em nossa direção. Ele olhou para os dois irmãos e disse: — Feita para você? Sim, pode ser. E feita para mim, e para Alexandre também. Quais as chances de ela simplesmente surgir nas nossas vidas, o rosto que nós três sonhamos desde sempre. A deusa devia estar nos avisando que ela é para nós, mas ao invés de respeitar a decisão dela, estamos tentando nos matar. Kevin e Alexandre se olharam sem tanto ódio pela primeira vez, como se estivessem refletindo nas palavras do até então silencioso olhos cintilantes. — Todos vocês realmente sonharam comigo? Com o

POV ALISSA As correntes não me machucavam mais, apesar da minha cura acelerada mais do que qualquer outro lobo, ele não me deixava sem aquelas malditas correntes por tempo suficiente para que eu não tivesse as marcas de queimaduras. O lugar ao meu redor era novo, mas ainda parecia mais do mesmo. Uma prisão, mas com paredes de outra cor. E ainda mais escuro. Ele havia me trazido para cá há algumas semanas, me dopado e me colocado aqui. Eu sabia que era diferente mesmo no escuro, o cheiro era diferente, as paredes e a disposição do ambiente. Esse parecia ser maior. E assim como o outro, sem nenhuma janela. Luz do sol? Eu não há via há anos. Quando pensei na luz do sol, as lembranças da infância me atingiram em ondas dolorosas. Eu via o sorriso da minha mãe, ouvia a voz do meu pai me censurando por alguma brincadeira idiota. E então, os olhos de Jaspe surgiram em meio a essas lembranças dolorosas. Marius... Ele era como eu, diferente. Mas enquanto eu era apenas adorada e rever