~ VIVIANNE ~O quarto do hospital era asséptico e impessoal, com paredes brancas que pareciam amplificar cada som - o bip constante dos monitores, o zumbido baixo do ar-condicionado, o arrastar de sapatos no corredor lá fora. Eu estava recostada na cama, ainda conectada ao soro que pingava meticulosamente através do cateter no meu braço, quando a porta se abriu.Esperava ver uma enfermeira, talvez o médico fazendo sua ronda. Não esperava ver ela.— O que você está fazendo aqui? — perguntei imediatamente, minha voz saindo mais alta e mais desesperada do que pretendia.Ela fechou a porta atrás de si com um clique suave, se virando para me encarar com aquela expressão que eu conhecia tão bem - uma mistura de preocupação, raiva e algo que parecia perigosamente próximo de decepção. Ela era alguns anos mais nova que eu, mas naquele momento parecia carregar um cansaço que a fazia parecer muito mais velha.— Eu descubro que minha irmã quase morreu — disse com uma calma forçada — e você pergun
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