Três dias haviam se passado desde o ataque à Matilha da Lua Escarlate, e o cenário ainda era de dor e incertezas. Os corpos dos renegados haviam sido queimados, mas ninguém sabia quem os comandava. A ameaça permanecia invisível, pairando como uma sombra silenciosa sobre todos.Luna Helena continuava desacordada na enfermaria, e seu estado delicado mantinha Selena em constante vigília. Ela recusava-se a sair do lado da mãe, seus olhos inchados pelo cansaço e pelas lágrimas silenciosas.Lucian, preocupado com a segurança e bem-estar da família, retornou à Matilha Real apenas para buscar as crianças. Sentia que, com tudo o que estava acontecendo, era melhor tê-las por perto — mais seguros, mais próximos, mais unidos. Luke e Lucy foram recebidos com carinho pela antiga babá, uma ômega bondosa que havia cuidado deles quando ainda eram recém-nascidos, nos tempos tranquilos da Lua Escarlate. Apesar da dor que pairava sobre todos, ela se emocionou ao rever os pequenos, cui

A semana seguinte ao despertar da Luna Helena foi marcada por reuniões, visitas e despedidas. Embora seu corpo ainda estivesse frágil, sua mente permanecia afiada como sempre. Desde que acordara, não descansara por completo — insistia em ser atualizada sobre tudo o que havia ocorrido durante os dias em que esteve desacordada. O ataque à Lua Escarlate, as vidas perdidas, os feridos e, principalmente, a incerteza sobre o verdadeiro inimigo por trás de tudo.Selena, ao lado de Lucian, estivera presente desde o momento em que a mãe abriu os olhos. Porém, com o tempo, sua preocupação com a irmã Celeste, cujo parto se aproximava, começou a crescer. Ela e Lucian decidiram retornar ao palácio da Matilha Real, onde Celeste seguia em repouso absoluto, conforme as orientações médicas. Helena compreendeu — afinal, Celeste precisava da irmã agora mais do que nunca.Mas antes da despedida, ainda havia conversas a serem tidas.---Na sala principal da casa da alcatéia da Lua Escarlate, a família est

Selena franziu o cenho ao ver a expressão hesitante de Caden. Ele e Lívia haviam pedido para conversar, e os dois estavam estranhamente nervosos. A sala estava aconchegante, iluminada pelas lâmpadas suaves do fim da tarde. Celeste, mesmo de repouso, fizera questão de descer e estava sentada confortavelmente com um cobertor sobre as pernas, sorrindo com curiosidade.Lívia segurava a mão de Caden, mas seus olhos reluziam com algo entre emoção e ansiedade. Ele foi o primeiro a falar:— A gente... a gente acabou de voltar do médico. Lívia não estava se sentindo muito bem ultimamente, e...Ele parou, procurando palavras. Celeste arqueou uma sobrancelha e Selena se inclinou para frente.— E o que foi? É algo grave? — perguntou Celeste.— Não! — respondeu Caden rapidamente, mas logo emendou: — Quer dizer, ela não vai poder mais ajudar com a decoração do quarto do bebê, Sel... sinto muito.Selena arregalou os olhos.— O quê?! Como assim ela não pode mais ajudar? Lívia, você está doente? É sér