Pedro HernandezCaminho pelo corredor, em direção ao elevador. Toco o botão do quarto andar e levam sete segundos para chegar até o andar. As portas do elevador se abrem e posso ver que há um extenso corredor branco. Há quartos de todos os lados e, no fim do corredor, há uma sala com paredes de vidro. Há um homem magro, de cabelos grisalhos, sentado em uma das cadeiras da longa mesa de reuniões. Deve ser Lewis. Ele está ao telefone, parecendo se divertir durante a ligação. Dou passos firmes em sua direção. A cada passo que dou, estou mais próximo da sala, mas minha presença não chama sua atenção, ele está focado na secretária que deixa a sala com uma saia tão curta que nem deveria ser comercializada nesse país. A aliança brilha em seu dedo anelar, mas ele nem mesmo se importa em disfarçar isso. A secretária passa por mim com os papéis em seus braços e eu nem mesmo me dou ao trabalho de olhar para ela. Entro na sala, sem nem mesmo bater na porta antes. Somente assim seus olhos focam e

Adrielle HalePedro e eu nos separamos no hospital. Abby não veio para casa comigo, ela quis seguir com Sofia e Fernando para ver as tias de Pedro, Margarita e Alejandra. Se ele tivesse visto como a nossa filha decidiu simplesmente ir com os abuelos, teria tido crise de ciúmes. Compreendo seu desconforto com ele, mas há coisas que envolvem a nossa filha que Pedro não vai conseguir controlar. Ele respeita a decisão dela, mas sua expressão é sempre de desagrado. Tentei trazer minhas coisas para casa, mas Ross não deixou, afirmando que iria guardar aquilo caso Lewis mudasse de ideia. Ele não vai mudar de ideia, Lewis não é assim. Ele é grosseiro e determinado. Tudo o que eu pude trazer para casa foi o meu notebook. Não há muitos motivos para ela querer tomá-lo de mim também. Os seguranças estacionam o Subaru preto em um canto mais afastado para que não tome espaço quando um de nós chega em casa. Deixo meu carro em frente a garagem e desço. Pego minhas coisas e caminho em direção à cas

Pedro HernandezEstaciono o carro em frente ao longo prédio do 71Above. Segundo Iris, ela o reservou apenas para nós, sem mais pessoas e visitantes indesejados da mídia. Adrielle parece estar no limite com isso e quero encontrar uma maneira de fazer com que ela se distraia. O manobrista abre a porta para ela enquanto desço. Dou a volta pelo carro para estender a ela minha mão. Adie a toca antes de nós dois caminharmos para o interior do prédio. Noto um flash ao longe e sei muito bem o que significa. Adrielle e eu não falamos sobre isso ainda. Sei que não gosta, mas é inevitável que nos vejam juntos. Uma mulher de cabelos crespos e smoking nos guia até o elevador, mas não dou muita atenção a ela. — De zero a dez, meu amor, quais as chances de você ficar irritada por sermos vistos juntos? — Pergunto, enquanto seguimos em direção ao elevador. — Não estou irritada por sermos vistos juntos. Só me incomoda que falem coisas ruins sobre nós dois. — Adrielle responde, com um tom calmo assim

Adrielle HalePedro, Abby e eu seguimos ao hospital juntos. Os repórteres já estavam nos esperando ao lado de fora do restaurante, prontos para escrever novas matérias e publicarem novas fotos. Dessa vez, demos a eles muitos materiais: os três juntos, como uma família. Pedro não está incomodado por isso, está irritado por tirarem fotos de Abby. Ele cresceu em um ambiente onde sua vida era exposta e acredito que tente manter a vida da nossa filha o mais discreta possível. Sei que cresceu mal conseguindo ter amigos na escola já que sempre estava rodeado de fotógrafos. Como herdeiro do homem mais rico de Los Angeles, ele não tinha como conseguir sair da mira dos fotógrafos. — Então, o que você fez hoje? — Pergunto, virando minha cabeça para que possa olhar para Abby. Ela está sentada no banco do meio, observando os prédios ao nosso redor. O céu já está limpo e o sol apareceu. As nuvens brancas dão um toque suave ao céu azul. — A gente saiu para ir até a beira do mar. — Abby responde,

Adrielle HaleLewis se vira para mim, sorridente, como se tivesse acabado de ganhar na loteria, assim que a mulher deixa a sala. Eu nunca o vi sorrir assim. Não consigo disfarçar minha surpresa e confusão. Ele vendeu o hospital a mim, mas quem pagou por ele? — Você me fez assinar um contrato de compra e venda? — Indago, semicerrando os olhos, ainda tentando compreender isso. Lewis assente freneticamente. Seu telefone vibra em cima da mesa e seu sorriso se estende. — Veja, é o meu gerente. Um segundo, por favor. — Pede, enquanto pega o telefone e o atende.Mas ao invés de colocá-lo na orelha, Lewis o deixa em cima da mesa, no viva voz.— A transação foi aceita. O senhor Hernandez acabou de enviar o seu dinheiro. Fico feliz por sua negociação, senhor Lewis. — A voz do homem do outro lado da tela é grossa e firme. — Perfeito, obrigado. — Lewis responde, antes de desligar com um sorriso no rosto. Eu sabia que tinha algo errado. Minha mente luta para raciocinar. Estou em choque com as