Adrielle HaleBruno não precisou passar por cirurgias. Mas apliquei um anticoagulante em sua veia. Há marcas em sua cabeça, como se algo tivesse batido ali com força. Seus sinais vitais estão bons, voltando ao normal. Ele está limpo, com roupas limpas, e acaba de ser levado para um quarto. Andrew, o médico do pronto-socorro, está acompanhando ele nesse exato momento ao quarto. Só uma coisa chamou minha atenção em Bruno: há uma escrita em tinta permanente em seu braço. A frase me fez ter um arrepio tenebroso pelo meu corpo. “Continue procurando, e sua filha vai acabar como a menina Reyes”Lembro-me de ver o nome dela. É a filha de Fernando. A garota que Leonard matou. É uma ameaça a Pedro. Mas isso também me atinge. Ele está ameaçando a minha filha. Sei que se trata de Leonard, mas não sei como encontrou Bruno. Se bem me lembro, ele também estava procurando por Bruno esta manhã. Sigo em direção à sala de espera, onde pedi a Pedro para esperar. Ele está sentado, com as mãos na cabe

Adrielle HaleO carro dos seguranças está nos seguindo até a Normandie ave. Isso é bom, assim não correremos tantos riscos. Pedro está dirigindo em silêncio. As ruas até que estão movimentadas, mas a medida que nos aproximamos da localização no navegador do carro, os movimentos estão diminuindo gradativamente. Avisei a Brooks que estávamos indo até essa localização e enviei o endereço a ela. Que bom que me deu seu telefone. Ela é uma boa policial. E parece realmente interessada em fazer justiça. Brooks disse para não ir, mas não posso mudar a cabeça do homem teimoso ao meu lado. Apenas disse a ela para vir e que não vamos voltar. Há ligações caindo em meu telefone neste momento, e mensagens dizendo o quão perigoso isso é. — O que está havendo? — Pedro pergunta, com seus olhos focados em mim por um segundo. — Brooks está dizendo para não ir, mas como posso explicar que o homem sentado ao meu lado é teimoso o suficiente para não ouvir? — Indago, o encarando. Posso notar um sorrisinh

Pedro HernandezAdie e eu chegamos em casa quase uma hora da manhã. Nós passamos no hospital depois de deixar o necrotério. Nem nenhum de nós compreende o que realmente aconteceu, mas Romina não está lá. Não dissemos a minha mãe e Fernando sobre os corpos, se um deles for da filha dele, sei que saberá em algum momento. Eu não quis prolongar a conversa que tivemos no carro, não sei o que se passa na cabeça dela todas às vezes que perco a cabeça. Tenho mais medo de que seja comparado com Leonard, do que machucá-la. Nunca a machucaria. Minnie e Abby não estão acordadas. A casa está escura e não vemos ninguém quando acendo as luzes. Deixo as chaves na mesinha do canto e tiro o casaco. A chuva lá fora está ficando mais intensa, mas não com trovões, apenas clarões distantes. Imagino que a mídia amanhã fale sobre o acontecido de hoje, sobre os corpos, sobre Barbara, sobre Adie e eu. Eles já estão falando sobre nós, isso só será ainda mais assunto. Sei que devem ter reconhecido nós dois qu

Adrielle HalePedro e eu tomamos banho e depois nos vestimos. Decidi vestir uma calça em alfaiataria bege por cima da lingerie preta hoje. Vesti uma blusa colada preta e, por cima, um blazer mais curto bege. Depois de todos esses anos, convivendo com Leonard ou como diretora do hospital, eu aprendi que a minha imagem não pode demonstrar nenhum caos que vivo durante meus dias. Preciso ajudar os pacientes e eles não vão me permitir ajudar se eu não aparentar estar bem. Pego meus saltos e calço depois de finalizar a leve maquiagem que fiz. Meu cabelo está solto sob meus ombros. É assim na maioria das vezes. Levanto a cabeça e vejo Pedro no fim do closet, com seus olhos focados em mim. Abro um pequeno sorriso tentando entender o que ele está observando tão concentrado a ponto de deixar a boca entreaberta. Dou alguns passos até que esteja a sua frente, próxima o possível para tocar seu rosto coberto pela barba que ele aparou logo que terminamos o banho. — Há algo que você não gostou? — P

Pedro HernandezO quarto de Bruno é silencioso. Os aparelhos são o único som que podemos ouvir. Angela está sentada em uma poltrona, observando o tio dormir tranquilamente. Seus olhos focam em mim e Abby no instante em que entro no quarto. Parece curiosa sobre isso, seus olhos estão firmes mas curiosos. Abby corre até o outro lado da cama, em direção a Angela. — Bom dia, doutora. — Minha filha a cumprimenta, com um tom gentil.— Bom dia, Abby. Como tem passado? — Angela diz, tocando seu ombro suavemente— Estou bem. Tenho novidades. — Abby a responde, com um sorriso largo.Angela retribui seu sorriso.— Estou ansiosa para ouvir na nossa próxima sessão. — Garante, com um pequeno sorriso. Fecho a porta e dou alguns passos em direção à cama, observando Bruno. — Ele acordou alguma vez? — Pergunto, cauteloso. — Não. — Angela responde suavemente enquanto mantém seus olhos fixos no tio. — A doutora Williams disse que não sabe quando vai acordar. Talvez em breve. Respiro fundo e concordo