Narrado por Alberto Khaled não falou. Ele despejou a bomba com a frieza de quem já matou com as próprias mãos. Estendeu o pacote ensanguentado em cima da mesa como quem oferece um presente macabro.Dentro, o boneco.O bilhete.A prova.“Jajá vai ser o seu, irmãzinha.Com amor,Natália.”A letra da minha filha. Minha filha. Aquela que eu criei, protegi, eduquei... ou pelo menos tentei. Porque agora, olhando aquilo, eu não via mais a Natália que eu conhecia. Via uma mulher mergulhada num ódio cego, sujo, desesperado.Bianca chorava em silêncio. O rosto pálido, os olhos tremendo.— Isso é real? — ela sussurrou.Khaled apenas assentiu, encarando o boneco como se fosse a própria sentença.— E você quer que a gente faça o quê? — perguntei, com a voz grave. — Mande um buquê de flores pra ela?— Eu quero que você faça o que devia ter feito desde o começo. — ele respondeu. — Eu quero que você pare a sua filha. Antes que ela morra.— Ela não faria isso… não desse jeito.— Então explica isso aq
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