Narrado por NatáliaO palácio de Hamzah era silencioso nas manhãs quentes de Dubai, como se a própria areia lá fora segurasse o ar. Eu já conhecia aquele ritmo — o ranger suave das portas de madeira, o perfume dos incensos, os passos apressados dos criados tentando parecer invisíveis.Naquela manhã, eu estava no quarto que ele designou para mim desde o início, um espaço luxuoso demais para uma prisioneira, confortável demais para uma escrava, mas frio como uma cela de ouro. Sentada em frente ao espelho, eu finalizava minha maquiagem com movimentos delicados. Cada traço era uma máscara. Cada batida de pincel, um golpe estratégico.Eu sabia que hoje algo estava para acontecer. Sentia isso nas minhas costas, como uma sombra encostando devagar.Foi então que os passos acelerados vieram. Alguém batendo duas vezes antes de empurrar a porta.— Senhora... — disse o criado com a respiração falha, os olhos arregalados como se tivesse visto um
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