Ainda não havia aparecido nada inconveniente ou alguma tentativa de deixá-los mal vistos em relação à entrevista. As únicas coisas que mais chamavam atenção eram os comentários negativos sobre a postura da entrevistadora, em como ela foi totalmente inconveniente e para muitos desrespeitosa. Para Lola era só elogios, a boa oratória, o sorriso simpático e o vestido pelo jeito aprovado pela maioria, em contraste perfeito com Max sempre impecável. Todos pareciam ter gostado das respostas deles. Principalmente sobre a família dela. — Ao menos o pessoal está sendo gentil conosco. — Max olhava atentamente as redes dele, enquanto ficava deitado no colo de Lola e os dois sozinhos no quarto. Já iriam embora no dia seguinte, então aproveitavam os últimos momentos a sós. — Sim, não vi ninguém até agora falando mal da minha família, mas parece que todos entenderam o que concordamos. Só esperaram o momento em que a Ella ia afirmar que por ser Latina, não serviria para namorar ou até casar.

Só depois de quase 1h ia encontrar o grupo maior se reunindo no centro do evento e o primeiro rosto que reconhecia de Kate. Ambas não se conheciam pessoalmente, talvez fosse aquele encontro que Lola mais tinha receio de acontecer. Não sabia como ela reagiria, mas assim que caminhava para falar com a companheira de chalé que conheceu mais cedo. Ouvia o nome dela sendo chamado, por uma voz que não reconhecia, e assim que se virava, lá estava Kate, vindo até ela com um rosto sereno e calmo.   — A pessoa que eu mais queria conhecer hoje.  Acho que não precisamos nos apresentar, certo? — Kate lembrava um pouco Bertina, os cabelos tinham quase o mesmo comprimento da esposa de Philipe. Quando estavam mais próximas, Lola poderia dizer serem parentes de alguma forma, porém ela era um pouco mais alta e isso ficou evidente enquanto ambas se aproximavam. O sotaque era tão carregado, deixando claro que era nascida e criada bem no centro de Londres, a perfeita inglesa.   

— Ellora, a mulher do momento. — Aquela voz fazia os cabelos da nuca de Ellora se arrepiarem. Mesmo tentando evitar, lá estava Isabelli se sentando na cadeira vazia ao lado dela. — Se eu fosse a Charlotte, tomaria cuidado contigo.  Pode roubar toda a atenção dela. Lola queria a ignorar, mas Isabelli era baixa e não disfarçava o desprezo por ela mesmo com outras pessoas próximas. — Não entendi o que quis dizer, Isabelli.  Sou dos problemas, os menores para a Charlie. — Nem ia gastar tempo ali, apenas deixava o copo do suco na mesa. Já se levantava para afastar aquela mulher.— Como não? — Isabelli fazia o mesmo movimento que ela, se colocava de pé e a olhando. — Todos sabemos que das 3. Você, com certeza, deve ser a mais ousada e criativa. Principalmente na cama. E claro que Max vai querer garantir que esteja à disposição dele enquanto estiver por aqui. — Ela nem disfarçava mais.— Não temos nada para conversar, me dê licença. — Lola tentava dar

Mas quando chegou ao quarto, estava sozinha, nem tinha sinal de Max por ali. Quando verificava o celular, algumas mensagens dele deixavam claro que a animação dos rapazes havia seguido pela tarde toda, e não chegariam tão cedo. Só restava tomar um banho quente, tão demorado que até pareceu que a pele ficava mais sensível por conta da temperatura alta e estava tão cansada e tensa que mal terminava de vestir o roupão e ia para a cama, o sono vinha mais rápido que o esperado.  Max chegava algumas horas depois, tarde, e a falta de resposta de Lola já o deixava um pouco preocupado. Mas assim que chegava no quarto, entendia bem o motivo, ela estava dormindo e, pelo jeito, de modo tão profundo que não queria acordá-la. Ainda, sim, tinha uma certa estranheza naquele silêncio. Então, fez o máximo que podia e menos barulho possível assim que entrou no banheiro para tomar um banho. Quando saía alguns minutos depois, nada mudara, o quarto estava em silêncio e só co

— Eu nunca prometi nada a ela. Foi uma bobeira minha, bebi demais. Me empolguei com o noivado e quis companhia e ela estava lá. — Max nem conseguia olhar para ela.  — Depois de 3 ou 4 semanas, ela veio de novo sobre um  relacionamento. Não era o que queria, ela sempre soube e terminei tudo. — Esse é o problema. Você estava nisso com ela há uns 10 anos, ou mais.  Sempre que fica sozinho ou termina, é ela que procura.  Sabe como eu fico nessa situação? — Lola suspirava, olhando. Ele só a olhava em silêncio de novo. Estava a ponto de perder toda a confiança dela. — Insegura, principalmente porque mentiu. E com o fantasma dela em nossa relação. Com a impressão que em algum momento, isso também vai acontecer conosco e você vai voltar para ela. —  La estavam as lágrimas de novo querendo escorrer, mas ela respirava fundo e tentava cobrir os olhos para não acontecer. Não era hora de chorar. Não agora. — Não queria mentir para você, e muito menos te de