Cap.47— Foi culpa minha… eu não tinha pra onde ir. Tive uma briga feia com minha mãe. Gabriel só ajudou.Donovan a encarou por alguns segundos, depois olhou para Gabriel, como se quisesse confirmar.— Entendi… — murmurou, ainda desconfiado. — Brenda eu até entendo. Vocês já têm alguma coisa… — fez um gesto vago com a mão. — Praticamente namorados.Brenda corou, mas não retrucou.Então Donovan virou lentamente o rosto, encarando Talyta. Ela desviou o olhar de imediato, fixando os olhos no lençol como se fosse a coisa mais interessante do mundo.— Mas e você? — a voz dele soou baixa, quase um rosnado. — O que você tá fazendo aqui?O silêncio dela o irritou ainda mais. Gabriel, antes que a tensão explodisse, interveio:— Ela não tem pra onde ir, Donovan — disse firme. — Eu não ia deixar alguém na rua à noite. Além disso, ela é amiga da Brenda. Não há nada de errado em ficar aqui.Donovan apertou a mandíbula, os olhos fixos em Talyta.— É isso? — perguntou, como se não acreditasse.Ela c

Cap.49 E, na verdade, ele gostou disso. As duas, uma de cada lado, o puxando como se fosse um troféu, deram a ele uma sensação de pertencimento que não sentia há muito tempo, uma sensação de amizade que elas traziam.Assim que saíram pelo portão, deram de cara com Donovan, a poucos metros. A expressão dele era séria, mas suas mãos carregavam um saco de pães e mais algumas sacolas.— O que estão fazendo? — ele perguntou, a voz grave. — Eu trouxe o café da manhã.Talyta e Brenda trocaram um olhar rápido. Sem pensar duas vezes, puxaram Gabriel mais forte.— Temos que comprar mais pão! — Brenda disse, sem dar a Donovan a chance de protestar. — Tchau, Donovan!— Mas... — Donovan tentou protestar.— Elas só querem dar uma volta pelo bairro, logo estaremos de volta! — Gabriel avisou, sendo puxado.— Olha só... — Donovan suspirou, vendo os três se afastarem.Eles seguiram caminhando, deixando um Donovan confuso para trás. Algumas pessoas na rua os olharam; a cena de Gabriel no meio de duas m

Cap.51Pela manhã, uma estranha calma pairava no apartamento. Donovan havia acordado com a intenção de evitar qualquer contato.O dia transcorreu em um silêncio incomum, ele ficou em seu apartamento a manhã inteira. A noite chegou e do outro lado da cidade, Gabriel, Talyta e Brenda retornavam para casa, ainda preocupados após o treino na academia. A incerteza sobre o paradeiro de Donovan pesava sobre eles.Ele continuava sem atender ninguém e Andrews não dava nenhuma informação e nenhum deles queria ligar para incomodar ele por causa de um dos seus funcionários que ele já disse que estava bem.— Quem sabe amanha, não é? — Brenda comentou para talyta que estava desanimada.Mas Assim que abriram a porta, o som do clique foi abafado pela surpresa que as fez parar de imediato.Lá estava Donovan, sentado no sofá, ao lado de Magda. O ar condicionado estava ligado, o que deixava a atmosfera do local mais amena, mas a tensão deles estava no ar, e um detalhe chocante roubou a cena para talyta,

Cap.53Meus olhos percorreram o apartamento. O teto alto, as paredes de vidro que revelavam uma vista deslumbrante da cidade. Cada móvel, cada quadro, exalava uma riqueza discreta. Era tudo absurdamente luxuoso, mas de alguma forma, naquele momento, nada disso me interessava tanto quanto a figura à minha frente.Donovan se sentou no sofá, os movimentos firmes e sérios. Eu sabia que ele estava desconfortável, e confesso, estava me aproveitando disso.Minha atenção, que deveria estar no luxo do ambiente, estava completamente fixada nele enquanto ele desabotoava a camisa e a tirava com cuidado do ombro ferido.A luz da sala refletia sobre a pele dele, revelando um corpo forte, rígido, com músculos bem definidos que se moviam de forma fluida. O tempo parecia ter sido gentil, pois, apesar de ele ser um homem mais velho, eu não conseguia ver mais do que alguns poucos fios brancos em seu cabelo e em sua barba. Ele era alto, e mesmo sentado, sua presença dominava o espaço. A cada centímetro q

Cap.55Assenti devagar, meio sem graça, e resolvi obedecer.— Boa noite, então.— Boa noite. — ele respondeu, simples, como quem não se preocupa com formalidades.No quarto, encontrei um espaço diferente do que eu imaginava. Era impecável, tinha cheiro de limpeza, mas ainda assim mostrava traços da vida real dele.Algumas roupas estavam no chão, largadas de qualquer jeito, mas não de um modo desleixado, apenas descuido de quem chega cansado.Não era tão organizado quanto Gabriel, mas também não era bagunceiro.Na cômoda, os produtos estavam alinhados, cada coisa em seu lugar. Perfumes caros, relógios, pequenos detalhes que mostravam disciplina e ao mesmo tempo um gosto refinado.A cama, macia, ainda parecia guardar o calor dele, mesmo não tendo sido de fato ocupada naquela noite.Suspirei, me encolhendo nos lençóis, observando aquele ambiente que misturava masculinidade e cuidado.Fechei os olhos e, em pouco tempo, o sono me envolveu.Mas despertei de repente, num solavanco. Como se a