O quarto de Julieta era escuro e silencioso, uma jaula luxuosa mas sem vida. Haviam se passado vários dias desde que a trouxeram para cá, e a monotonia, junto com o isolamento, começava a desgastá-la. Julieta sentia sua paciência se esgotar e a necessidade de encontrar uma saída, mas, a cada tentativa de resistência, a vigilância ao seu redor só se tornava mais forte.Naquela tarde, enquanto se mantinha acordada na penumbra, ouviu o som pesado da porta se abrindo. Entrou a mulher robusta, com seu andar firme e aquela expressão de indiferença que sempre trazia consigo. Em seus braços, segurava um vestido de noite preto, simples e elegante, que deixava claro que não era qualquer traje.— Vista-se — disse a mulher, deixando o vestido sobre a cama. Seu tom era frio e definitivo, com um forte sotaque russo que tornava suas palavras ainda mais ásperas. — O senhor a espera para jantar, você tem duas horas.Julieta a olhou com desafio e negou com a cabeça, franzindo a testa.— Não pretendo
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