— Cleo, você realmente devia dar mais crédito aos seus pais.— Por favor, Sophia… — supliquei, minha voz carregada de desespero.— Você vai precisar de uma noite pra pensar melhor. Tenho um atendimento logo cedo, esteja aqui às 8h. Se você ainda sentir o mesmo que está sentindo agora, então vou tomar as providências...— Obrigada.— Seja pontual. Posso limpar minha agenda na primeira hora do dia pra evitar testemunhas... Qualquer coisa depois disso, só no dia seguinte.— Entendi. — Saí da cadeira, caminhando até a porta do consultório.— Cleo… — Sophia me chamou. Girei nos calcanhares e a encontrei examinando novamente a tira de PH.— Pense bem antes de fazer isso. Depois de feito… não tem volta.Sim, essa era justamente a intenção....Evitei conversar com qualquer pessoa, não queria que ninguém questionasse esse estado inflamado que tomava conta de mim.Porque, se eu parasse de verdade e me perguntasse… eu estava mesmo agindo pelo bem da minha família… ou era pura raiva.Jace já tinh

~ Jace ~Dar o primeiro passo de volta ao território da Matilha Fantasma das Trevas não foi nada fácil. Eu não avisei que estava vindo, caso mudasse de ideia no último minuto.Este era meu lar. Todas as minhas memórias de infância estavam aqui. Claro que visitávamos a Matilha Águas Claras com frequência, mas eu sempre tive medo de nunca me sentir tão conectado a um lugar quanto a este.Essa matilha era o direito de nascença do Jaxon, não o meu.Mas eu sabia que, assim que pisasse nas terras, tanto meu pai quanto Jaxon seriam informados da minha volta através do vínculo da matilha.Ao dirigir pelo caminho que levava até a Casa do Alfa, os dois já estavam lá fora me esperando.Seus olhos se arregalaram quando os faróis do carro destacaram ainda mais seus corpos robustos de alfas. Eu mesmo tinha ganhado massa muscular, mas isso exigia mais esforço fora dos terrenos da matilha — o vínculo aos poucos ia se apagando.Era bem cedo. Eu havia decidido dirigir durante a noite, escondido pela esc

~ Jace ~Assim que as palavras saem da minha boca, sinto meu celular vibrar no bolso da frente da calça.Tiro o aparelho, e o nome dela aparece brilhando na tela.Cleo.A única pessoa que eu machuquei mais do que minha própria família... e isso já é dizer muita coisa.Eu sei o que fiz. A abandonei na manhã seguinte à noite que jamais consegui esquecer.Ela era a perfeição.Acordar e vê-la ao meu lado... Num mundo ideal, era tudo o que eu queria. Mas eu não posso, eu não posso ter isso.Então fiz aquilo que sabia que a machucaria ainda mais.Fui embora, nem sequer deixei um bilhete.Eu sumi da vida dela.Ignorei todas as tentativas dela de falar comigo desde aquela noite no hotel, eu não tinha nada a dizer.Nada que ela quisesse ouvir. Perdi o controle naquela noite... e me recuso a perder o controle novamente.Não pode acontecer mais nada entre nós, não agora que estou de volta.Me deixei levar pelo calor do momento, o calor sufocante do ciúme fervendo em meu corpo. Saber que, se não f

~ Jace ~—Eu sabia que você não devia ter vindo. —Josie se vira para Knox, afastando o braço dele de sua cintura no exato momento em que eu pressiono meu peito contra o dele.—Qual é o seu maldito problema? —Rosno, meus olhos a centímetros dos dele. Ele pode estar puto comigo, como o resto da minha família, mas que direito ele tem de ser o único a explodir?—Você. —Ele enfia o dedo no meu peito, tentando me empurrar, mas meus pés continuam firmes.Parecia que meus pés tinham raízes no chão.—Resolvem isso lá fora. —Ordena meu pai, ativando sua aura de alfa.Não tiro os olhos de Knox, mas pela visão periférica vejo minha mãe passando os braços pelos ombros de Callie e a guiando de volta para a sala.Talvez fosse mesmo melhor levar isso para fora. Meu lobo vem implorando por uma desculpa para emergir. Eu disse a ele para esperar até a patrulha noturna, mas ele pulsa sob a pele... ansioso pela chance.Meus pés já me levam à porta da frente... Knox e Jaxon me seguem.—Esperem por mim. —Cha

~ Cleo ~— Eu não sei se consigo fazer isso. — O enjoo causado pelo nervosismo tomava conta de mim.Contar para o papai foi uma coisa... Na verdade, nem fui eu quem contou, a Dra. Sophia informou ele como Alfa.Mas dizer as palavras em voz alta para a mamãe... Eu não acho que consigo reunir coragem.— Eu vou estar bem ao seu lado. — Papai tenta me tranquilizar, um sorriso suave se formando em seu rosto.Ele não saiu do meu lado desde o hospital, nem mesmo quando eu resolvi voltar a pé pra casa em vez de ir com ele no carro.Quis usar a caminhada como um tempo para pensar, pra digerir a notícia.O carro dele ficou no hospital, ele caminhou silenciosamente ao meu lado o caminho todo.Talvez ele esteja certo.Talvez não vá ser tão ruim quanto estou imaginando. Mamãe sempre foi super apoiadora tanto comigo quanto com o Ares.Por que agora seria diferente?Minha loba, mesmo sonolenta, não consegue evitar um gemido de percepção... um aviso que eu escolho ignorar.A porta do escritório da Alf