Capítulo 61 - "A Escolha de Draegon"(Narrado por Draegon) A caverna estava silenciosa quando a encontrei. Apenas o som constante da água escorrendo pelas paredes de pedra preenchia o espaço. Elira estava de joelhos à beira do lago, seu corpo curvado como se carregasse o peso de um mundo inteiro. Seu cabelo, geralmente impecável mesmo em batalhas, estava molhado e grudado ao rosto, e seus olhos... nunca os tinha visto assim antes. Ela parecia perdida. Caminhei até ela, tentando ignorar a sensação de que algo estava terrivelmente errado. — Elira. — Minha voz quebrou o silêncio, mas ela não se mexeu. Ajoelhei-me ao seu lado, colocando uma mão em seu ombro. Sua pele estava fria, e um arrepio percorreu minha espinha. — O que aconteceu? Ela finalmente olhou para mim, e o que vi em seus olhos me congelou. Não era apenas cansaço ou dor. Havia algo mais. Algo que eu não conseguia identificar, mas que me deixava

Capítulo 63 - "Correntes Invisíveis"(Narrado por Elira) A caverna estava silenciosa, mas o peso da Lua Sangrenta fazia com que o ar parecesse vibrar, carregado de uma energia ancestral. Suas luzes rubras se infiltravam pelas fendas nas rochas, refletindo no lago central com um brilho sinistro. Cada passo que eu dava ecoava na caverna, embora os lobos e Thalrik estivessem dispersos. Sentia-me deslocada, como se o espaço ao meu redor estivesse me isolando gradativamente.Sentei-me perto do altar, mas não o suficiente para tocá-lo. As runas gravadas na pedra pareciam pulsar em resposta à luz lunar, como um coração batendo com intensidade crescente. Meus dedos brincavam com uma pedra lisa que encontrei no chão, girando-a entre os dedos em um gesto automático enquanto meus pensamentos fervilhavam. O que realmente significava esse vínculo triplo? Não era apenas a magia que nos conectava, mas algo muito mais profundo. Algo que desafiava minha própria noçã

Capítulo 65 - "O Despertar de Umbrael"(Narrado por Elira) O ar da caverna pesava como nunca antes, quase sólido, comprimindo meus pulmões a cada respiração. A presença de Umbrael era avassaladora, uma escuridão viva que parecia consumir toda a luz e esperança ao seu redor. Ele não precisava falar para impor sua vontade, cada movimento dele era carregado de uma autoridade esmagadora que fazia até mesmo o chão vibrar sob nossos pés. Eu tentava manter-me firme, mas o medo era uma força tangível em meu corpo, como correntes invisíveis segurando-me no lugar. À minha frente, Umbrael finalmente tomou forma completa, uma figura alta e poderosa, seu corpo era feito de sombras em constante movimento, pontilhado por estrelas brilhantes que pareciam janelas para um universo desconhecido. Seus olhos, duas órbitas negras, pulsavam como buracos negros, sugando tudo ao seu redor. — Vocês não passam de peças num jogo que nunca poderiam entender. — Sua voz reverb

Capítulo 67 - "Cicatrizes Escondidas"(Narrado por Thalrik) O mundo ao meu redor era perfeito. Um céu limpo e sem manchas de nuvens, o ar fresco e carregado com o aroma da floresta após a chuva. Eu estava no alto do promontório da Matilha da Pedra, olhando para o vale abaixo, onde lobos jovens treinavam em formação, seus movimentos precisos e sincronizados. Eles me olhavam com admiração, como se eu fosse a personificação de tudo o que almejavam ser. Ao meu lado, um conselho formado pelos anciões e guerreiros mais experientes esperava silenciosamente por minhas palavras, suas expressões de respeito e deferência reforçando minha posição. Tudo parecia tão real. — Líder Thalrik, sua palavra é lei. — A voz de um dos conselheiros era firme, mas reverente. "Minha palavra é lei." Era o que sempre quis, não era? Reconhecimento, respeito, controle. Mas, enquanto encarava aquela visão perfeita, algo dentro de mim parecia inquieto. — El

Capítulo 69 - "O Espelho da Verdade"(Narrado por Draegon) A caverna parecia viva, pulsando com uma energia quase insuportável. Cada passo que dávamos em direção ao altar parecia mais pesado, como se o próprio chão quisesse nos arrastar para baixo. Umbrael estava imóvel, mas sua presença dominava tudo. A escuridão ao seu redor se mexia como serpentes inquietas, sussurrando promessas de destruição. — Vocês chegaram longe, mas isso termina aqui. — Sua voz ecoava como um trovão, preenchendo cada canto da caverna. No centro de sua figura sombria, um artefato começou a se formar. Primeiro, uma moldura de ouro negro se ergueu, cravejada de pedras que brilhavam com uma luz púrpura pulsante. No interior, um espelho reluzente parecia respirar, como se tivesse vida própria. — O Espelho da Verdade — disse Umbrael, um sorriso cruel se formando em seus lábios. — Ele não apenas reflete quem vocês são, mas o que mais temem. Minhas mãos ape