Capítulo 42 - "A Escolha de Thalrik" (Narrado por Thalrik) A madrugada ainda carregava o peso da escuridão quando os dois surgiram do portal, cambaleando como se tivessem carregado o peso de um mundo nas costas. Estavam exaustos, feridos, mas vivos. De onde eu estava, encostado em uma árvore à margem do acampamento, observei Draegon praticamente arrastando Elira até o círculo improvisado de pedras que havíamos montado ao redor da fogueira. Ele a sentou com cuidado, seus movimentos carregando uma delicadeza que era quase incongruente com sua postura geralmente arrogante. Eu deveria sentir alívio ao vê-los voltar inteiros, mas o que senti foi um amargor que queimou minha garganta como veneno. A marca prateada no braço de Draegon brilhava mais intensamente, e era impossível ignorar o fato de que algo havia mudado entre eles. Era como se estivessem ligados por algo muito mais profundo, algo que me excluía por completo. Minha presença parecia não importar mais, e isso me corroía por

Capítulo 44 - "Luz e Sombras" (Narrado por Draegon) A alvorada chegou trazendo consigo um céu tingido de cinzas, como se até mesmo a natureza estivesse avisando sobre os perigos que se aproximavam. Eu observava o horizonte enquanto o vento frio soprava contra meu rosto. Estávamos diante de uma encruzilhada, e a energia que pairava no ar era densa, sufocante. Algo precisava ser feito. Elira e Thalrik estavam ocupados debatendo sobre a melhor forma de lidar com a escuridão que avançava pelo território, mas eu sabia que essa conversa não nos levaria a lugar algum. Enquanto eles se perdiam em teorias, eu sentia na pele a urgência do momento. E foi então que ouvi falar das fadas rebeldes. Parti sozinho, sem avisar a ninguém. A ideia de envolver Elira ou Thalrik me parecia absurda naquele momento. Eles estavam presos em suas próprias dúvidas e conflitos, e eu precisava de respostas, rápido. As fadas habitavam uma parte da floresta que poucos ousavam visitar. Diziam que elas tinha

Capítulo 46 - "A União Proibida"(Narrado por Elira) O vento soprava suave, carregando consigo o perfume das flores noturnas que cresciam ao redor do altar mágico. O céu estava limpo, exceto por algumas nuvens finas que deslizavam preguiçosamente, revelando a lua cheia em todo seu esplendor. Sua luz banhava o círculo de pedras antigas com um brilho prateado, realçando as runas que cobriam cada superfície do altar. Essas marcas brilhavam de forma pulsante, como se estivessem vivas, conectadas ao poder ancestral que permeava aquele lugar. Eu estava de pé no centro do círculo, sentindo a energia vibrante do solo sob meus pés descalços. Vestia um manto branco fino como a névoa ao nosso redor, bordado com linhas douradas que pareciam irradiar luz própria. O tecido acariciava minha pele com a mesma suavidade de um sopro, e o peso simbólico dele parecia amplificar minha determinação. Olhei para Draegon e Thalrik, posicionados em lados opostos do altar. Eles estavam ali porque confiaram

Capítulo 48 - "A Escolha de Elira"(Narrado por Elira) O ar no salão principal estava pesado, impregnado de tensão e incerteza. Cada passo que eu dava ecoava pelas paredes de pedra, o som das minhas botas ressoando como uma batida firme e constante, contrastando com os murmúrios que surgiam ao meu redor. Os lobos da matilha estavam reunidos em pequenos grupos, mas seus olhos estavam fixos em mim, carregados de expectativa, dúvida e, para alguns, algo mais próximo do ceticismo. A luz da manhã filtrava-se pelas janelas estreitas, lançando feixes dourados no chão e iluminando a poeira suspensa no ar. Mas, mesmo com o brilho suave da aurora, o ambiente parecia envolto em uma sombra invisível. Era como se o próprio território estivesse sentindo o peso do que estava por vir. Parei no centro do salão, sentindo os olhares perfurarem minha pele. Minha postura era firme, mas por dentro, eu estava em conflito. Cada decisão que tomava parecia ser analisada e criticada por todos ao meu redor

Capítulo 50 - "A Dama das Estrelas"(Narrado por Elira) O mundo ao meu redor desapareceu como areia soprada pelo vento. Quando fechei os olhos, o cansaço do dia me envolveu como um manto pesado, mas, em vez de encontrar repouso, fui puxada para um lugar que não reconhecia. O chão sob meus pés parecia não existir, mas eu não caía. O céu acima de mim era uma tapeçaria de constelações, estrelas tão brilhantes que pareciam sussurrar segredos esquecidos. A sensação era de uma vastidão infinita, onde tempo e espaço perdiam significado. Meus pés estavam descalços, e um frio estranho subia pelas pernas, embora eu não visse neve ou gelo. Olhei para minhas mãos, e elas estavam intangíveis, quase translúcidas. Um sopro de vento suave trouxe um cheiro de jasmim misturado com algo metálico, como ozônio antes de uma tempestade. Antes que pudesse entender onde estava ou como tinha chegado ali, uma figura emergiu da escuridão. Ela flutuava, quase como se o próprio tecido do universo a suste