Gustavo vestia apenas uma blusa fina de lã azul-marinho.O frio subia dos pés até a espinha, tomando o corpo inteiro. Seu rosto, pálido, mesclava gelo e fúria.Os nós dos dedos estavam vermelhos, marcados de tanto socar a janela do carro.Os golpes vinham descompassados, guiados só pela raiva.Ele estava furioso.A noite seguia tranquila ia para o hotel, tudo sob controle até que um carro surgiu do nada, como um míssil fora de rota.A freada brusca do motorista o jogou contra a lateral do veículo, abrindo um corte na testa.O sangue escorrera quente. Agora, seco e espesso, manchava a pele ao redor. A imagem era brutal.— Eu mandei descer. Não ouviu, não? Você...As palavras morreram na garganta.O vidro foi abaixando lentamente, revelando um rosto que ele conhecia bem.Juliana.À luz dos faróis, ela parecia ainda mais pálida do que o normal. Os olhos, escuros e levemente puxados, lembravam pétalas de flor de cerejeira, frios, vazios, sem nenhuma emoção.Os cabelos escuros, desgrenhados
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