Zuri tentou tirar alguma informação do pai, negociou, chantageou, fez biquinho, mas não conseguiu nada que ajudasse a entender o motivo de Nick ir buscá-la na casa da amiga. — Sou a sua força, lembra? Se não me disser nada, eu vou ficar triste! Estou avisando e você não gosta quando eu fico triste. O rapaz sorriu, e beijou o alto da cabeça da filha. — Não vai ficar triste, lindinha. Prometo. Qual a coisa mais importante do mundo? — Amar quem ama a gente, se afastar de quem não ama e saber a diferença entre uma e outra para não tomar a decisão errada! Nick costumava dizer isso à filha, não estava ensinando só empatia, também era segurança. Não queria que Zuri se ferisse mais, ainda assim, diferente do que Kwami pensava, ela não era mimada, só era incrível. O rapaz não tinha nenhum motivo para brigar com a filha. Fazia parte dela ser protetora, amável e cuidar de todos ao seu redor. Doía pensar que alguém fosse capaz de machucar uma criança assim, mas infelizmente o mu

Ivan ficou olhando para o rapaz que entrou cambaleando no condomínio. Tank voltou para casa tão perdido que já nem parecia o mesmo soldado forte e disposto a tudo por Dállia. A camisa estava amarrotada, com manchas de bebida e suor. O cheiro era tão ruim quanto a aparência e ninguém imaginou que algo assim aconteceria. A cabeça baixa, os passos pesados, os olhos no chão, como se olhasse para os próprios passos. Não falou com ninguém, nem mesmo com os amigos que o cercaram. Apenas seguiu, como quem está tão perdido quanto sozinho. Ivan, que estava parado na varanda de casa segurando Atlas com apenas uma mão, analisou a cena em silêncio. Viu em Tank reflexo de si mesmo. Quantas vezes não havia chegado assim? A alma esmagada, o coração sangrando, os pensamentos nublados pela bebida, a vergonha estampada no rosto e a mediocridade de quem não consegue vencer a si mesmo. Pensou em Sara, em quantas noites ela foi obrigada a assistir a essa cena, sendo obrigada a conviver com o cheiro qu

Enquanto isso, com a casa em silêncio, Nick quis aproveitar a companhia da namorada. Com a saída de Zuri e Kwami, aos poucos o restante das pessoas também foram embora.Jocellyn precisava cuidar da higiene de Zawadi e ela era rigorosa, ainda que a fralda estivesse impecavelmente limpa ela realizava a troca a cada duas horas no máximo.Sara levou Atlas para casa quase em um sequestro. Enquanto todos estavam distraídos e o marido se ele se entreteve com Arjun ela pegou o bebê e saiu disfarçadamente para a própria casa.Quando finalmente estavam sozinhos, Nick pegou Olívia no colo sem dizer nada. Os olhos se encontraram, ambos carregados de cumplicidade e desejo. Ele a segurou como se levasse seu mundo, curtindo o corpo pequeno e delicado da menina que ele sempre amou e que por uma brincadeira da roda do destino, tinha se tornado sua mulher e mãe dos seus três filhos sem que eles tivessem tempo para nada.A história? Um dia de namoro, um ano afastados e assim, de repente, quando se reenc

Quando a noite se aproximou, Nick deixou a namorada dormindo, se afastou devagar e parou na porta. Segurou no batente da porta e olhou de volta para a cama.Olíe dormia tranquila com o filho em seus braços. O garotinho já tinha parado de mamar e também estava adormecido, mas ainda mexia a boquinha como se sonhasse que ainda estava mamando.— Sei como é isso, Atlas. Difícil ficar longe, né?Fez a piada apenas mentalmente e se envergonhou em seguida de ter comparado a dependência de Atlas com a própria necessidade de estar com a namorada.Se xingou internamente e se apaixonou com os dois juntos, era uma sensação estranha, nova. Uma mistura de ciúme e beleza, ao mesmo tempo que queria tirar Atlas de lá e tomar o lugar do bebê naquele abraço, também achava lindo ver os dois juntos.Sorriu antes de sair, preparou uma barraca grande, puxou uma extensão para colocar um aquecedor elétrico, colocou fora da barraca, mas virado para ela, quatro ao todo. As crianças ficariam aquecidas e seguras.

E foi assim que passaram a noite, Amara se juntou ao grupo, mas acabou ficando fora da barraca a noite toda. Havia alguém que ela gostou particularmente de conversar.Ficaram próximos à fogueira, o calor do fogo fazia com que Amara se sentisse aconchegada. Ela estava sentada no chão abraçada aos próprios joelhos, olhava para o rapaz ao seu lado com os olhos brilhantes, mas ele parecia deslocado, ajeitava os óculos de tempos em tempos, olhava para todos os lugares, menos para ela.— Então, você realmente acredita que existem múltiplos universos? Neste caso nós estamos em vários lugares fazendo coisas diferentes nesse mesmo minuto?Amara retomou o assunto que sabia que o rapaz gostava. Mesmo que não entendesse e muito menos concordasse, queria falar com ele.O rapaz que até então estava fazendo desenhos na terra com um graveto, levantou os olhos de leve antes de responder.— Bem, a teoria dos multiversos não é exatamente uma crença, mas uma possibilidade matemática derivada de algumas