KAROL NARRANDO Volto à realidade quando percebo que a Carmem bate no meu ombro, nem percebi que ela tinha entrado na sala dos médicos. Ficamos conversando e sou chamada para ir na recepção quando eu vou chegando e nem acredito no que eu estou vendo, ele estava ali na porta com um pequeno buquê nas mãos, o meu coração quase sai pela boca e eu não podia correr para abraçá-lo e beijá-lo ali na frente de todo mundo, afinal era o meu ambiente de trabalho, mas a vontade estava enorme. — Oi Ka, que saudade. - Ele me dá um sorriso e um abraço forte, que pena está onde estava e não puder manifestar a minha saudade. — Que flores mais lindas. - Pena que eu não podia naquele momento retribuir do jeito que deveria em abraça-lo mais forte ainda, em beijá-lo e sair de lá para matar a nossa saudade eu precisava disso, eu precisava sentir ele, o mais perto possível, ele como o Fillipo me dava proteção. — Porque você não falou que vinha hein? e aquela sua irmã né? nem pra mim dizer? dois

ISABEL NARRANDO — Daniel a bolsa estourou. - De repente eu sinto um líquido escorrendo, os meus filhos estão nascendo meu Deus. E eu não podia se quer pensar em ligar para a médica, que dúvida cruel. — Amor, pega as bolsas e temos que ir agora. - Ele fica igual ao barata tonta me deu até vontade de rir do seu desespero e as dores estão maiores. — Ai Deus o que eu faço. - Ele corre e pega tudo, eu vou até o armário e pego um vestido e troco, aí meu Deus que dor. Escuto ele chamar a empregada, agora ela vai avisar ao miserável, uma lágrima escorre não pela dor, mas já pela saudade dele. — Amor, preciso ir aqui nesse hospital aqui perto, não temos tempo de ir para o outro. — Mas e a médica, como vamos falar com ela. — Ela me disse que hoje qualquer coisa fosse para esse, tem médicos capacitados. Que dor ter que mentir para ele, que dor saber que esses são meus últimos momentos ao seu lado. Ai james, eu morreria se ele te matasse. Seguimos para o hospital ele estava mu

ALEX NARRANDO Chegou a segunda e antes de ir trabalhar fui ver o meu pai, ele estava ótimo e estava esperando o pessoal da enfermagem para ir fazer uma ressonância. Hoje o dia todo era de exames, a Liza queria reavaliar ele. Em seguida eu vou para a Denaro terminar uns projetos. Telefone da minha mesa toca. — Alô — Oi Alex e o Sugg, tudo bem com você? e o seu pai como está? — Oi Sugg, tudo sim, ele está cada vez mais forte, e você como está? Tem alguma novidade? — Comigo está bem sim. Então Alex, eu mesmo resolvi fazer o interrogatório nos dois caras que pegamos. Mas infelizmente não conseguimos muita coisa, eles foram contratados para fazer esse serviço por um cara chamado John, e eles não têm nada mais que isso, nos deram um número de telefone, mas era descartável e não consegui até agora algo concreto, mas estamos na luta, e vamos conseguir, tenha certeza disso. — Tudo bem amigo, eu vou tentar ver alguma coisa por aqui também, e pode deixar que se conseguir também

CARMEM NARRANDO Eu não poderia estar mais feliz vendo como o Alex está completo hoje, ao lado do filho e do pai. Essa relação que ele vem construindo ao longos dos últimos meses vem dando um novo brilho aos seus olhos e claro que isso só ajuda e nós dois ficarmos mais felizes também. O Sr. James está morando aqui a umas 2 semanas, temos nos dividido entre meu apartamento e a casa dele, as obras da nossa casa estão seguindo, a Noemi é uma grande profissional, resolvemos marcar o casamento para daqui a 4 meses, então estamos correndo com tudo. Resolvemos casar aqui mesmo em Palermo, é onde iremos morar então não quero ir casar em Barcelona não, tem pessoas importantes que quero que venham, mas os mais importantes são meus pais e meu irmão. Falar nela, mês que vem é o aniversário da Karol e estamos fazendo tudo escondido dela, além do meu casamento ainda tem isso, pois estava fazendo tudo praticamente só, até que a Liza me socorreu. As meninas estão organizando também a

ISABEL NARRANDO. Os dias se passaram e eu não tive mais oportunidade de ficar a sós com o Igor, eu estou no meu limite, eu não aguento mais guardar isso para mim. É uma dor tão grande . Aí Daniel! como sinto falta de você, da sua compreensão, do seu cuidar. Como éramos felizes, como foi incrível a minha gestação, até esse monstro me tirar de vocês. Hoje o Mikhail viajou com o Igor, a minha cabeça está estourando, todas as vezes que ele viaja a minha segurança é redobrada, eu não posso dar uma passada fora de casa que tem pelo menos 4 pessoas seguindo os meus passos. Estou na varanda do meu quarto. Começo a chorar novamente porque a cada dia mais eu acho que vou sucumbir, eu já estou sem forças para levar tudo isso nas costas, sei que tem os meus filhos, mas eu não consigo mais. Coloco as minhas mãos no meu rosto e sucumbo a essa dor que me fere há tanto tempo, essa dor que todos os dias tem que ser extravasada pelo menos através do choro e acho que não consigo mais. Sin