— Isa, não leve para o coração o que aconteceu hoje, tá? — Alícia segurou a mão de Isabela. — Ficar chateada faz mal para o bebê. A Clara foi falta de educação. Por mim, esqueça isso, não dá bola para ela, por favor. Isabela sorriu com elegância:— Sogra, eu não liguei para isso, a Clara ainda é nova...— Nova nada, isso é falta de juízo mesmo. — Alícia sabia que Isabela só estava arrumando desculpa para Clara.Mas uma menina daquele tamanho, agindo assim...Era mesmo culpa dela, que não soube criar direito.Isabela tentou tranquilizar Alícia:— Sogra, a Clara cresceu num ambiente cheio de amor, sempre foi a única menina da casa, nunca passou necessidade nem levou bronca de verdade. Eu entrei de repente na família, é normal ela estranhar e não aceitar logo de cara. — Deu uma pausa e continuou. — Eu sou a cunhada mais velha dela, não vou ficar brava com ela. Daqui a um tempo, tenho certeza de que ela vai se acostumar comigo.Isabela sempre se mostrava generosa, sem ser mesquinha ou ran

Isabela baixou o olhar.— Mas muita gente diz que filho geralmente puxa mais à mãe, e a filha ao pai.Jorge levantou a cabeça.— Quem te falou isso?— Vi na internet. — Respondeu Isabela. E perguntou, meio sem jeito. — Você prefere ter uma filha ou um filho?— Vou amar qualquer um que for nosso. Mas... Mas quero mesmo uma princesinha. Vou mimar tanto, dar tudo que eu puder para ela.Isabela não disse mais nada.Amor sem limite... E se crescesse igual à Clara, toda mimada?Pensou que, no fim das contas, talvez não fosse culpa total de Clara. A família tinha estragado ela com tanto mimo.Quando Jorge foi até a cozinha pegar um copo de água, alguém bateu na porta do quarto.Isabela levantou, ajeitou o pijama e foi abrir.Na porta estava Laura.— Sra. Isabela, a Sra. Alícia quer falar com você.Isabela assentiu, olhou para Jorge e avisou:— Vou descer rapidinho.Assim que ouviu ele responder, saiu do quarto.— A Sra. Alícia está no quarto, pode entrar. — Disse Laura.Isabela foi até a port

Isabela insistiu:— Ela já saiu de casa! Vai lá impedir! Uma garota sozinha na rua não é seguro!Jorge não se surpreendeu nem um pouco com a atitude de Clara.Ele se levantou devagar, pegou o celular e ligou para Luan:— Verifique todos os registros de transporte da Clara.Isabela ficou sentada na beira da cama, olhando para ele:— Você não está preocupado?Jorge largou o celular com calma:— Eu sei bem do que ela é capaz, não vai longe.— Mas...Isabela ainda quis dizer algo, mas Jorge a puxou para perto dele:— Deixa ela sair um pouco, dar umas voltas vai fazer bem. Forçar ela a ficar aqui é fácil, eu corto todo o dinheiro dela e pronto, mas aí é que ela surta de vez. Se quer ir, deixe ir.Isabela ficou em silêncio por alguns segundos e acabou concordando que fazia sentido.Depois de um tempo, Luan retornou a ligação, dizendo que Clara tinha comprado passagem para fora do país.Pelo destino, Jorge logo imaginou quem ela ia procurar.— Não se preocupe, está tudo certo. — Ele pediu par

Isabela sorriu e perguntou:— Quer que o Jorge dê uma surra nela? — Ela levantou o olhar para o Leonardo. — Com o temperamento da Clara, iria virar um inferno, né? Aí, como é que eu vou levar uma vida tranquila depois?Leonardo conhecia bem o temperamento da Clara, sabia que podia rolar uma briga.Então perguntou, preocupado:— E você acha que vai ser difícil viver na família Neves? Afinal, tem a Clara como cunhada, que é meio difícil, né?— Não, de jeito nenhum. — Isabela respondeu firme. — Na família Neves, todo mundo é gente boa, só a Clara que é meio cabeça dura. Nem fico com medo. Além disso, o Jorge sempre me defendeu, principalmente por causa daquela história da Clara, ele chegou a ficar frio com a própria mãe por causa da irmã... Preciso ir trabalhar agora.Para evitar Fernanda, ela mudou o local da reunião que estava marcada para o escritório e decidiu fazer fora.— Pode ir, então. — Leonardo acenou com a cabeça.Isabela pegou a bolsa, juntou suas coisas e chamou Josiane para

Sandro respirou fundo de dor e esbravejou:— Me solte!Josiane apertou ainda mais a mão e logo se ouviu um estalo seco, como se um osso tivesse saído do lugar.— Abre caminho. — Ordenou ela, fria.Com o rosto contorcido pela dor, Sandro implorou:— Isabela, mande ela me soltar!Isabela já estava farta dele. Não tinha paciência para aguentar mais. Respondeu gelada:— Eu disse para sair da frente, está surdo?— Isabela, quer apostar? O Jorge está com outra mulher agora, acredita? — Sandro ergueu a cabeça com esforço, o olhar vermelho de raiva. — Quer apostar? Se ele estiver mesmo com alguém, você se divorcia. Se não tiver, eu sumo da sua vida para sempre. Topa?Isabela só olhou para ele como se fosse um maluco.— Eu não vou apostar com você.— Ah, ficou com medo, né? — Sandro riu, sarcástico. — Até você tem medo, no fim das contas.— Sandro, você acha que todo mundo é igual a você? Eu não aposto porque confio nele. E não aposto porque não quero ter nenhum vínculo com você. Nenhum. — Ela