Ela pensou nos pais dela. Naquela época, o pensamento era muito conservador, todo mundo achava que só o filho homem continuava a família. Quem não tinha filho homem era motivo de piada e desprezo. Quanto mais pobre o lugar, mais enraizado era aquele pensamento.Seus pais também tinham sido muito zombados pelos parentes naquela época.Mas, naquele momento, olhando para trás, o que eles realmente tinham era um ao outro. Ela, como filha, tinha passado pouco tempo ao lado deles.O professor Davi tinha um filho, mas mesmo assim ele se sentia sozinho, sem companhia.Por isso, a felicidade na velhice de uma pessoa não dependia de quantos filhos tinha, nem se eram meninos ou meninas, mas sim de o casal conseguir crescer junto, apoiar um ao outro e estar presente.Se a esposa do professor Davi ainda estivesse viva, ela certamente estaria ao lado dele, e ele não se sentiria tão sozinho.Ela se apoiou no ombro do Jorge.— Mesmo que você esteja ocupado, tem que passar mais tempo com seus pais. Qua

— Tá bom. — Disse Isabela.Tomas abriu a boca, querendo dizer algo, mas ela já tinha ido embora.Isabela se virou para ele e disse:— Primo, eu vou precisar sair do país por um tempo. Já falei com a Felícia, vocês podem ficar aqui por enquanto. Também pedi para alguém ajudar a procurar a Gisele, então tente não se preocupar tanto. Cuide bem da sua esposa nesses dias. O bebê ainda é pequeno. A família tem que se manter unida.— Tá. — Tomas parecia ter mil coisas para dizer. O olhar que lançou para Isabela estava cheio de gratidão. — Isa...A voz dele até embargou, o que surpreendia vindo de um homem feito.— Obrigado a você e ao seu namorado.— Hã? — Isabela perguntou. — Você está falando da busca pela Gisele? Foi o Jorge que te contou que ele está ajudando?— Ele também está ajudando nisso? Nem sabia... Não, eu falei obrigado porque seu namorado me deu um emprego! — Disse ele, animado. — 20 mil por mês!Isabela olhou para Tomas, completamente surpresa.Ele segurou os ombros dela, emoci

Jorge abraçou o ombro dela e perguntou:— E que tal os fogos de artifício?— Hã? — Isabela virou o rosto para ele. — Quem iria soltar fogos...Antes que ela terminasse a frase, uma explosão de cores iluminou o céu lá fora. Fogos de artifício coloridos estouravam, enchendo aquela noite linda de brilho e magia.Logo, uma curva elegante riscou o céu, explodindo em flores no ar. Em seguida, mais uma, e outra, uma atrás da outra, sem parar. Parecia que a cidade inteira tinha se iluminado.— Que lindo! — Isabela olhou pela janela, os olhos refletindo aquelas cores vibrantes. — Foi você que preparou isso? — Ela perguntou.— Gostou? — Jorge respondeu.Claro que a ideia tinha sido do Roberto.Isabela assentiu.Ela gostou, gostou muito, especialmente.— Você é tão fofo. — De repente, ela achou aquele romantismo meio desajeitado do Jorge encantador. Ela se encostou nele. — Obrigada.— Você já disse "obrigada" demais hoje, pare com isso, não precisa ser formal comigo.Isabela nem sabia por que fal

Então, valeu a pena ele ter se machucado um pouco.— E o Sr. Jorge? — Ele perguntou, olhando sem querer para a porta.— Ele foi ao médico para saber como você estava. — Respondeu Isabela.Luan ficou agradecido no coração.— Eu sou órfão. Ter a chance de trabalhar para o Sr. Jorge foi a maior sorte da minha vida. Ah, e o Sr. Jorge me contou que você ainda pagou o hospital para mim, quanto foi? Deixa que eu te reembolsar. — Luan pegou o celular.— Não precisa. — Isabela recusou gentilmente. — Não foi muito, só paguei uma vez, depois o Jorge que bancou.— Mesmo assim, obrigado. — De repente, Luan entendeu o que Jorge gostava nela.Não era só a beleza.Ela tinha um coração bom também.No próximo instante, Jorge entrou.Ele ficou ao lado da cama.— O médico disse que só precisa ficar de repouso, logo vai melhorar.— Obrigado, Sr. Jorge. — Luan já tinha ouvido das enfermeiras que Jorge tinha arranjado o melhor médico para cirurgia dele.Naquele momento, ele estava num quarto VIP individual,

— Por quê? — Jorge disse. — Já está tarde hoje, não tem muito mais o que fazer. Se quiser ver, vamos lá. Coincidentemente estou livre hoje, posso te acompanhar.— Tá bom. — Isabela respondeu com firmeza.Ela levantou o rosto e o olhou.Jorge franziu levemente a testa.— Está me encarando por quê? Tem alguma coisa estranha na minha cara?Isabela desviou o olhar. Só ela sabia o que estava passando pela sua cabeça naquele momento.Ela só achava que Jorge era bom demais com ela.Mimava ela demais.Nem precisava se preocupar com nada quando saía com ele.Ele sempre cedia, sempre cuidava dela com carinho.— Vamos. — Ela puxou Jorge pela mão.— Ah, e você não tem uma roupa mais casual? Sempre de terno. — Isabela falou, ainda segurando a mão dele. — Quando a gente voltar para o Fiji, será que você pode, por favor, não ir tão formal assim?— Tá, tudo bem... Mas... — Ele se aproximou de propósito, encostando no ouvido dela. — Você que vai comprar para mim.O calor da respiração dele bateu direto