Sandro ainda manteve a compostura, não chegou a brigar feio com Viviane.Mas o gênio da Viviane não era fácil de lidar. Na hora de brindar com ele, ela simplesmente se recusou a servir a bebida.— Você não merece meu brinde, seu cafajeste. — Disse ela, puxando Fabiano para outra mesa.— Sandro, não ligue para ela. A Vivi sempre foi assim, não é de hoje...— Não vou perder meu tempo com ela. — Sandro respondeu, realmente sem se aborrecer.Ele ainda queria se reconciliar com Isabela, então, obviamente, não pretendia arrumar confusão com Viviane.Quando a festa de casamento acabou, Isabela empurrou o professor Davi em sua cadeira de rodas. Ao ver Ronaldo saindo com Janete, ela desviou o olhar.— Isa, você comentou que precisava falar comigo. O que houve? — Perguntou o professor Davi.Isabela respondeu:— Minha prima foi enganada e levada para o exterior. Você conhece muita gente... Será que tem alguém que possa me ajudar a encontrar ela?O professor Davi franziu a testa:— Eu conheço bast

— Srta. Isabela...— Isso é um assunto meu. — Isabela o interrompeu.Ela nem sabia por onde começar.Havia, de fato, muitas coisas que a deixavam insegura.O que sentia por Jorge ainda não era forte o suficiente para fazer ela mergulhar de cabeça, sem pensar, sem medir as consequências, e simplesmente ficar com ele.Ela já tinha mergulhado daquele jeito antes. Já tinha se jogado de corpo e alma. E quebrou a cara.Como diz o ditado: "Gato escaldado tem medo de água fria".Talvez ela estivesse com medo mesmo.Medo de ser traída.Medo da família de Jorge não aceitar ela, não gostar dela.— Não pode ficar sozinha aqui à noite. Quer que eu chame um cuidador para você?— Não precisa. O Sr. Jorge já arrumou alguém para cuidar de mim.— Tá bom então, descanse direitinho. Eu já vou indo. — Disse Isabela, se levantando.— Tá bom. Vá com cuidado. — Respondeu Luan.Isabela respondeu com um "tá" baixinho. Saiu do quarto e foi até a parte de fora do hospital.Ela ficou parada na calçada.Quando ela

Isabela, mesmo depois de ter sido profundamente ferida no amor, ainda conseguiu dizer "eu acredito em você". Ela usou toda a coragem que tinha.— Eu adoro a sensação de pisar na neve. — Disse ela, de braços dados com Jorge. — Vamos?Ela fez questão de pisar nos montes fofos de neve.O som de crunch-crunch ecoava sob os pés.Jorge abaixou o olhar e viu o rosto dela, iluminado por um sorriso.Ele a puxou um pouco mais para perto.Isabela já tinha sido machucada uma vez. Mesmo assim, escolheu acreditar nele, ficar ao lado dele. Dizer que confiava nele. Quanta coragem ela tinha.Ele jamais deixaria ela se machucar de novo.Isabela estendeu a mão, deixando que um floco de neve caísse na palma. Ela conseguiu ver o formato delicado da neve, mas logo se derreteu.Eles continuaram caminhando pela rua coberta de neve espessa.Tudo ao redor estava branco, como num conto de fadas, sereno e mágico.Eles caminhavam de mãos dadas. Beijaram-se sob o poste de luz. Compraram um Brigadeiro e correram jun

— Ela se chama Gisele Monteiro, se formou na Universidade de Nazaré, tem 22 anos. Eu não sabia muito, nem sequer sabia para qual país ela tinha sido levada. — Isabela disse. Ela levantou o olhar para Jorge. — Com tão pouca informação, deve ser muito difícil encontrar, né?No fundo, ela já não tinha muita esperança.Poucas pessoas conseguiam voltar depois de serem enganadas daquele jeito.— Ah... — Suspirou ela. — É difícil convencer quem não quer ouvir.Ela tinha tentado conversar, falar com jeitinho, mas acabou acontecendo o pior.Só podia chamar aquilo de burrice. Quem tinha talento conseguia ganhar dinheiro em qualquer lugar. Será que o dinheiro lá no exterior era tão fácil assim?Será que não existiam pobres lá também?Ela não conseguia entender quem acreditava que podia ganhar dinheiro fácil fora do país.Claro que não dava para generalizar. Tinha gente que vivia bem lá fora, mas a maioria daquelas pessoas tinha estudo, cultura. Era gente que, na verdade, também conseguiria um bom

Jorge e Isabela perceberam na hora, trocaram um olhar.Isabela ficou com os olhos marejados de emoção.Quem quer que fosse, que de repente não pudesse mais andar, e tivesse que depender de uma cadeira de rodas, sofreria um baque enorme.O professor Davi, que sempre foi tão forte e determinado, naquele momento só podia se locomover na cadeira de rodas... Imagina o quanto aquilo abalou ele por dentro. Devia estar sofrendo muito.— O que foi? Falei alguma coisa que te deixou triste? — O professor Davi passou um lenço para ela.Isabela fungou e respondeu:— Não, é que eu e ele... — Ela segurou a mão de Jorge. — Professor, fique tranquilo, a gente vai ficar bem.— Que bom ouvir isso. Eu confio em vocês. Você sempre me deixa tranquilo. Só quero que você e a Viviane sejam felizes.Na verdade, ele estava mais preocupado com a Viviane.Achava que Isabela era mais centrada, mais madura.Já a Viviane, era muito impulsiva, e ele tinha medo que ela não tivesse sorte no casamento.— Professor, a Viv