Ao pensar naquilo, o rosto de Isabela esquentou de um jeito quase insuportável.Ela puxou o cobertor por cima da cabeça.Será que estava carente demais para ser seduzida tão facilmente?Ou era porque gostava dele, e por isso não conseguia se controlar?Ela não sabia. Mas aquela sensação de se perder nele... Era mesmo viciante.Até naquele momento, ela ainda conseguia se lembrar com nitidez do calor do corpo dele e dos beijos intensos.Aquela conexão física era forte demais.Facilmente fazia alguém se entregar sem pensar e virava vício.De repente, o som de notificação do celular a tirou dos devaneios.Ela se levantou para procurar o celular, desbloqueou a tela e viu que era uma mensagem de Leonardo.No fundo, ela sentiu uma pontinha de decepção.Achava que era o Jorge.[Boa noite, mana. Sonha com os anjos.]Ela deu um sorriso sem graça.Se conseguisse pelo menos não ter insônia, já estaria no lucro. Ter bons sonhos, então, impossível.Isabela respirou fundo e respondeu com um simples:

— É que pensei em alguém que eu gosto, fiquei feliz. — Leonardo disse.Isabela levantou uma sobrancelha e perguntou curiosamente:— Tem alguém de quem gosta? Como eu não sabia disso?— Tem muita coisa que você não sabe. — Respondeu Leonardo com um tom um pouco triste. — Você não se importa comigo, não sabe o que se passa na minha cabeça.— Quem te conhece mesmo são os vermes da sua barriga! — Isabela respondeu com um sorriso irônico. — Eu não sou boa com você?— Claro. — Respondeu Leonardo, sorrindo.Enquanto conversavam, o carro chegou à casa da família Moura.Ao contrário da casa da família Neves, que ficava na encosta da montanha, longe do barulho e da confusão, a casa da família Moura estava no bairro nobre de Solaris, onde só moravam pessoas ricas. O ambiente era elegante e tranquilo.O carro parou.— Não se mexa, mana. — Leonardo disse rapidamente, saindo do carro e indo até o lado dela para abrir a porta.Isabela se curvou para sair.Isabela desceu e olhou para ele com desconfia

Ao tocar naquele assunto, a Sra. Moura ficou até sem palavras.— A Clara eu vi crescer, né? Tão bonita! Com as condições que a gente tem, com essa família... Ela podia escolher qualquer um quisesse! Como foi se envolver com um divorciado? Ainda bem que terminaram o noivado. Sinceramente, eu acho que teria sido um desperdício para Clara casar com ele.— Ai, relacionamento é complicado... — Alícia comentou, ainda mais irritada só de pensar naquele assunto. Ela levantou a xícara e tomou um gole de café. — Eu vou indo.— Mas acabou de chegar! Fique mais um pouquinho. — Insistiu a Sra. Moura. — Faz tanto tempo que a gente não se vê. Hoje é uma ocasião especial.Alícia pousou a xícara na mesa.— Pois é, eu também senti saudade e pensei em passar aqui para te ver. Mas lembrei que tenho uma coisa para resolver.— Tá bom, então da próxima vez eu vou te visitar. — Disse a Sra. Moura, se levantando para acompanhar ela até a porta.— Nem precisa sair, já está bom aqui na porta. — Alícia acenou com

Jorge entendeu o que ela queria dizer.— Mas não me faça esperar demais.Isabela não respondeu.Porque ela também não sabia se ainda tinha coragem de se casar novamente.— Ele gosta de você, né? — Jorge perguntou de repente.Isabela não entendeu. Ela perguntou, franzindo a testa:— Quem? Quem gosta de mim?— Aquele moleque. — Jorge sorriu de forma significativa. — Você realmente não sabe?Isabela ficou um pouco sem saber se ria ou se ficava séria.— Como ele pode gostar de...?Enquanto falava, ela se lembrou do comportamento de Leonardo, que andava sempre perto dela e das coisas estranhas que ele dizia.Ela achava que a diferença de idade entre eles era grande e sempre o tratou como um irmão mais novo.— Você está com ciúmes? — Ela perguntou.— Um moleque sem juízo. — Jorge deu uma risadinha.— Ah, então da próxima vez, se ele me convidar para ir à casa dele, eu não vou recusar...— Não pode. — Ele a abraçou mais forte de repente. — Você já foi à casa dele?Isabela percebeu a armadilha

Aquela frase ainda ecoava na cabeça dela: "Você não serve para nossa família."Alícia deu meia-volta e começou a se afastar.Isabela observou as costas dela, o rosto levemente pálido.Será que a mãe do Jorge tinha entendido tudo errado?Será que ela achava que havia algo entre ela e o Leonardo? E por isso ela tinha aparecido na família Moura?Pensando naquilo, Isabela correu atrás dela.O carro ainda não tinha partido.Ela se aproximou e bateu no vidro.O vidro desceu lentamente.— Mais alguma coisa? — A voz de Alícia saiu fria. Quase cortante.Isabela tentou se explicar:— Eu fui na casa da família Moura porque o Leonardo disse que a mãe dele queria me agradecer...— Eu já sei, não precisa explicar. — Interrompeu Alícia, com a mesma frieza. — A Sra. Moura já me contou tudo. Tem mais alguma coisa?Isabela apertou os lábios, hesitante.— Então... por que você não gosta de mim?— Eu admito que você é uma moça simpática. No começo eu até gostava de você. Mas, sinceramente, o que você tem