Rosa…Seus olhos se encontraram com os meus, e eu pude perceber o ódio neles enquanto ele me encarava. Eu não ia demonstrar o medo que sentia. Não lhe daria esse prazer, nem nesta vida.— Rosa, já faz tanto tempo que não te via. Você continua tão enfadonha quanto sempre foi.Cruzei os braços e respondi:— Queria não ter que te ver de novo nesta vida, mas parece que a vida não para de me jogar sujeira igual a você.Ele me lançou um olhar fulminante assim que terminei.— Ah, querida, eu sei que você adora me ver de novo. Não me diga que esqueceu o quão agarradinha você era quando éramos casados. — Ele disse e olhou na direção do escritório de Ashton.— Como assim? — Resfoleguei, com desdém.— Não, eu já estava farto de uma esposa reclamona e caçadora de dinheiro como você. A única coisa em que você, talvez, fosse boa era chupando meu pau.Revirei os olhos e retruquei:— Consegui uma proposta melhor, uma com um pau maior.Isso pareceu silenciá-lo:— Sr. Black está esperando. Venha.Virei-

Rosa…Depois do trabalho, optei por ir para o meu apartamento, pois havia passado a maior parte do tempo na casa de Ashton. Realmente, eu precisava limpar o lugar. Sabia que Ashton ainda estava ocupado com clientes e que não precisaria de mim por lá, então decidi ir para casa e enviei-lhe uma mensagem informando que já estava no meu apartamento. Chamei um táxi e, em poucos minutos, deparei-me com a porta do meu apartamento. Ao abri-la, observei o ambiente com atenção. O local não se encontrava sujo, mas havia poeira espalhada por todos os cantos – e isso era algo que eu odiava profundamente.Fechei a porta, puxei as cortinas e entreabri algumas janelas para deixar entrar o ar fresco, antes de encaminhar-me para o quarto para vestir roupas confortáveis e iniciar a limpeza. Tudo permanecia exatamente como eu o havia deixado. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Ashton, informando que eu já havia partido:“Ei, não precisa me esperar. Peguei um táxi até o meu apartamento. Queria t

— Às vezes, eu desejava poder trocar de lugar com ele. Se soubesse que ser adulta seria tão difícil, teria desejado permanecer criança por mais tempo. — Ri. É verdade: quando somos mais jovens, não sabemos realmente como é a vida adulta. Ficamos ansiosas para crescer e sair de casa dos pais, mas, quando isso acontece, bum, logo surgem as contas para pagar e tudo o que acompanha ser adulta.— Eu sei, principalmente a comida da mãe. Não consigo cozinhar como ela, nem que me for forçada a isso. Me conta, como você tem aguentado todos esses boatos e quem é essa tal Serenity Clark? Suspirei profundamente enquanto passava os dedos pelas têmporas, tentando dissipar a tensão que me acometia.— Estou me virando, dadas as circunstâncias. Serenity é ex-esposa do Ashton. De alguma forma, ela e o Armando se encontraram e decidiram manchar meu nome. Não entendo o porquê, já que foi o Armando quem pediu o divórcio e, além disso, foi ele quem me traiu.— Aquela cobra. Eu devia tê-lo matado no dia em

Rosa…Ashton entrou logo depois de eu desligar o telefone, depois de falar com minha irmã.— Está tudo bem? — Perguntou, envolvendo-me com seus braços.— Sim, acabei de terminar a ligação com minha irmã. — Respondi, sorrindo, embora meu sorriso não traduzisse a angústia que se ocultava em meu olhar.— Dá para notar que algo te perturbava. Aconteceu algo com sua irmã? Neguei com a cabeça.— Não, está tudo bem. Ela ligou somente para comentar uma notícia que viu na internet. Fico aliviada por ela não ter contado para meus pais, pois tenho certeza de que eles agiriam de imediato e pegariam o primeiro voo para cá para repreender Armando, que tanto é odiado pelos seus atos. — Sussurrei, ainda receosa de que meus pais descobrissem o que se passava.— Eles se importam com você, Amore, mas entendo tua preocupação. Tentarei retirar a notícia da internet, embora não possa prometer nada. — Você já fez tanto por mim, enquanto eu te arrastava para baixo, Ashton. Obrigada por estar ao meu lado. Vo

Ashton…Levei Rosa ao quarto dela logo após o jantar e anunciei que passaríamos a noite ali.— Vou tomar um banho rapidinho. Quando eu voltar, é melhor que você esteja pronta, Amore. Farei você gritar meu nome tão alto que os vizinhos nos ouvirão. — Declarei, sorrindo maliciosamente enquanto me dirigia para o banheiro.Ao terminar o banho, saí com uma toalha habilmente enrolada na cintura. Quando deixei o banheiro, nossos olhares se cruzaram e um sorriso maroto se alastrou em meus lábios ao notar Rosa me admirando; eu me encantava com o rubor que iluminava suas bochechas a cada olhar.Aproximei-me com um sorriso provocante e imobilizei Rosa na cama, fixando meus olhos nos dela de forma intensa. Ela me olhou, visivelmente atordoada, enquanto eu penetrava seus olhos.— Acho que devemos dormir, Amore. — Brinquei.Ela me encarou com o rosto carrancudo e decidi provocá-la ainda mais.— Você não acha que seria melhor? Ou prefere fazer outra coisa além de dormir? — Sussurrei em seu ouvido, en

Adam…Ashton e eu havíamos acabado de retornar da universidade. Pediram que Ashton fizesse um discurso sobre como construir um negócio e o que era necessário para conquistar clientes e recursos, e ele, sem dúvida, era o melhor no assunto, a pessoa ideal para vender qualquer coisa a alguém. Ao observá-lo, percebi que ele sorria muito mais do que costumava, e tudo aquilo se devia a Rosa, que entrou em sua vida e o transformara para melhor.Ao sairmos do elevador, Brigitta gritou, correndo até nós; quando notei o rosto dela, marcado por lágrimas, algo em mim se partiu, nunca a tinha visto assim. Dei um passo à frente e a abracei.— Brig, o que há de errado? Aconteceu algo? — Perguntei, com a sensação de que algo realmente se passara.Ela afastou-se e lançou olhares alternados para Ashton e para mim.— É, oh, Deus, é Rosa. — Soluçou.Ergui o rosto dela e me perguntei o que diabos teria acontecido.— Brig, e quanto à Rosa? Alguma coisa aconteceu com ela? — Indaguei.Enquanto falava, soluços

Ashton…Naquele momento, encontrava-me no hospital, observando atentamente enquanto um médico examinava os hematomas que marcavam o rosto de Rosa. Ele havia solicitado a uma enfermeira que enfaixasse e limpasse a região da maçã do rosto após costurá-la, procedimento realizado com esmero, pois Rosa já sentira dores intensas. O médico informou que ela havia quebrado algumas costelas, mas assegurou que estas se curariam com o tempo. Eu sentia-me aliviado por ela estar viva e, no íntimo, prometera que faria pagar àqueles desgraçados que lhe causaram tanto mal.Olhei para Rosa e percebi que ela estava pálida como um lençol; seus olhos, inchados de tanto chorar, denunciavam o preço alto que aquele dia lhe cobrara. Eu odiava vê-la naquela condição e jurei fazer de tudo para que Serenity e seus capangas respondessem por seus atos.Quando o procedimento terminou, o médico a liberou, e prontamente a ajudei a se levantar.— Vamos levá-la para casa. Já reservei um quarto na casa dos meus pais. — D

Ashton…Enquanto eu descia as escadas, pai e tio Harry adentravam a casa rindo. Contudo, assim que me avistaram, os sorrisos esvaíram-se de seus rostos.— Ashton, o que houve? — Perguntou pai, franzindo a testa.— Oi, pai, oi tio Harry. — Cumprimentei-os. Relatei detalhadamente o ocorrido, e eles reagiram com fúria incontrolável.— Essa vadia. Como ela se atreveu a se rebaixar a esse nível? Vou encontrar o seu pai. — Declarou pai, furioso.Balancei a cabeça em silêncio.— Não, pai. Já estou cuidando de conseguir justiça. — Informei-os, explicando que estava levando Rosa para minha casa, enquanto pai e tio Harry concordavam em ajudar a transportar os pertences dela.Finalizamos de empacotar o apartamento dela em menos de duas horas, durante as quais desabafava toda a minha frustração diante de Serenity e de seus comportamentos insanos. Pai e tio Harry apenas me escutavam, imersos na própria preocupação.Quando concluímos a tarefa, pai aproximou-se e repousou a mão em meu ombro.— Filho,

Ashton…— Tudo certo, parece que já cubri tudo. — Levantei-me, fechei o laptop e olhei para Adam.— Se você precisar de algo, não hesite em me contatar. Ainda poderei trabalhar de Roma. Você pode me chamar pelo Skype ou mandar um e-mail se houver algo urgente que exija minha atenção.Adam balançou a cabeça.— Ashton, não se preocupe com nada. Vá aproveitar suas férias com Rosa. Já contratei mais segurança e providenciei as novas medidas de segurança de que conversamos ontem. Tudo o que você precisa fazer é cuidar de Rosa e garantir que ela relaxe. Eu cuidarei da empresa e de tudo o que dela depende. Thomas está encarregado de encontrar aqueles homens e seu pai garantiu que ninguém saiba para onde você está indo. Só ligarei se, e quando, me deparar com problemas, mas, até lá, quero que você aproveite seu tempo com Rosa.Sorri e acenei para meu melhor amigo, certo de que ele estava absolutamente correto, pois aquilo era exatamente o que Rosa necessitava para se afastar de tudo o que acon

Ashton…Quando chegamos à casa dos meus avós, mãe e avó levaram Rosa, assegurando que ela estaria segura com elas antes de partirem. Bella aproximou-se de mim com um sorriso.— Ei, irmão. Há quanto tempo. — Ela sorriu e me deu um grande abraço.Rapidamente, afastei o abraço e perguntei:— Oi, Bella. Como você está?— Estou bem. Só senti falta de todos vocês e estou contente que tenham decidido nos visitar.Percebi que algo estava errado, mas não quis pressioná-la. Eu sabia que ela me contaria quando chegasse a hora certa.— Quer dar uma volta enquanto mãe e avó ficam com sua namorada? — Indagou Bella.Acenei com a cabeça e sorri.— Claro, eu sei que ela estará segura aqui.— Temos muito o que conversar, Ash. — Enquanto caminhávamos pela mansão, Bella comentou.— Eu sei e lamento por não ter entrado em contato com você ultimamente. Você sempre esteve ao meu lado, mesmo quando ignorei suas ligações e mensagens. — Suspirei e confessei, sentindo-me um irmão tão descuidado. Ela sempre me ap