Melissa estava sentada na cama, olhando fixamente para a janela do quarto. O mesmo quarto onde ela e Afonso passaram tantos momentos de felicidade, onde as risadas das crianças ecoavam pelas paredes e os dias pareciam nunca acabar. A mansão, com suas grandes dimensões e seus corredores vazios, agora parecia mais silenciosa do que nunca. O cheiro familiar do ambiente, a maciez das cortinas, tudo a envolvia com um certo conforto e ao mesmo tempo uma imensa sensação de vazio. O tempo havia passado, mas ali, dentro daquelas paredes, parecia que tudo ainda estava congelado, esperando que algo acontecesse.A saudade de Matteo e Laura pesava sobre seu coração. Antes de partir, ela os havia chamado rapidamente, explicando que precisaria viajar para resolver algumas questões pessoais, sem entrar em muitos detalhes. Eles estavam preocupados, mas Melissa fez o melhor que pôde para tranquilizá-los. Ela não podia

Melissa virou-se na cama mais uma vez, sem conseguir encontrar conforto no colchão macio. As informações que Valentina acabara de compartilhar com ela estavam girando em sua cabeça como um turbilhão, distorcendo tudo o que ela achava que sabia sobre a morte de Afonso, sobre Cloé, sobre Giovani... e até mesmo sobre sua própria vida. Aquelas peças soltas, agora aparentemente conectadas, formavam um quadro que era ao mesmo tempo aterrador e incompreensível. A morte de Afonso não fora um acidente. Cloé não era apenas uma mulher vingativa. Algo mais havia por trás de tudo, algo muito maior.Ela pensou nas imagens de Giovani e Luana, nas suspeitas que ela mesma havia levantado. Mas agora, com o que Valentina lhe contou, Melissa sentia-se como se estivesse afundando em um mar de incertezas. Ela não podia continuar sozinha com aqueles pensamentos. Precisava desabafar, precisava de

O sol da manhã já se fazia presente no céu, mas o clima ainda estava frio e seco quando Melissa e Valentina chegaram ao escritório de Afonso. A investigação estava tomando rumos inesperados, e, por mais que estivessem avançando, cada novo passo parecia trazer à tona mais perguntas do que respostas. Mas Melissa sabia que precisava seguir em frente. Eles tinham que encontrar qualquer pista que os levasse à verdade, especialmente sobre a morte de Afonso e o mistério que envolvia Cloé, Giovani, Luana, e, agora, a suspeita de que alguém mais estava manipulando os eventos.As duas estavam trabalhando silenciosas e concentradas, revistando arquivos e pastas no escritório de Afonso. A sensação de estar ali, naquele espaço onde ela havia compartilhado tantos momentos com ele, era dolorosa. O ambiente, antes cheio de vida e energia, agora estava sombrio e cheio de lembranças. O perfume de Afonso ainda parecia estar no ar, mas o silêncio e a frieza daquele lugar eram sufocantes.Depois de alguma

Melissa e Valentina estavam prestes a entrar no prédio onde ficava o escritório quando, de repente, uma sensação estranha tomou conta de Melissa. Era como se alguém estivesse observando-as, e, por um instante, ela sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ela não sabia explicar, mas havia algo no ar, algo que estava além da ameaça do bilhete. Algo sinistro, quase palpável.Ela se virou, tentando identificar a origem daquela sensação. Foi então que seus olhos se fixaram em um carro estacionado logo ali, perto da calçada, com os vidros completamente escuros, o que tornava impossível ver quem estava dentro. O veículo estava parado, sem movimento, apenas aguardando, como uma sombra no cenário movimentado da rua. Melissa franziu a testa.Ela olhou para Valentina, que estava ao seu lado, com o rosto ainda pálido após o confronto com Salvatore e o choq

Desde que Melissa conhecera Afonso, Tomasi havia sido uma presença constante em sua vida. Ele era mais do que apenas o segurança pessoal de Afonso, ele era uma figura silenciosa e imponente, sempre à sombra, mas sempre ali, protegendo, cuidando, vigiando. Na noite em que fora sequestrada, Tomasi havia sido o homem que a arrastara para o carro e a conduzia para um destino desconhecido, sempre leal a Afonso. Melissa não sabia na época, mas ele estava cumprindo ordens, e, embora seus métodos fossem brutais, sua lealdade nunca estava em dúvida.Aquele primeiro encontro com Tomasi foi tudo, menos agradável. Ele era um homem implacável, e sua crueldade parecia inquestionável. Mas quando ela foi forçada a enfrentá-lo sozinha, a tensão se dissolveu de uma maneira inesperada. Uma simples xícara de café, dada por sua mãe como um gesto de boa vontade, foi o suficiente para que o homem revelasse uma faceta muito diferente. Ali, em um pequeno gesto de gentileza, Tomasi havia deixado cair