Heitor coçou a cabeça levemente e sorriu timidamente, dizendo: — Durante as férias, estudei por um tempo com um médico tradicional e, por isso, aprendi a verificar o pulso. Quando te ajudei a levantar, percebi que seu pulso indicava uma gravidez. Jaqueline perguntou, confusa: — Como você pode saber pela pulsação que estou grávida? Como é a pulsação? Ela realmente não entendia nada sobre isso. Se não tivesse visto com seus próprios olhos e experimentado pessoalmente, jamais acreditaria que um jovem pudesse fazer um diagnóstico pelo pulso e realmente descobrir que ela estava grávida. — É assim. — Disse Heitor, pensativo. — Você pode me dar sua mão? Jaqueline ergueu a mão e a estendeu a ele, curiosa. Heitor segurou cuidadosamente o pulso dela com sua mão e, colocando a ponta dos dedos da outra mão sobre o pulso, explicou: — O pulso de uma gravidez tem uma característica específica, chamada sensação de deslizamento do pulso. Ao tocar, a pulsação flui suavemente, de forma

A noite estava silenciosa. Um SUV preto permanecia estacionado na escuridão. Heitor, ao volante, vestia um casaco preto e um chapéu, retirando um celular do bolso. [A ovelha nas nuvens deseja adicioná-lo como amigo.] Heitor não aceitou imediatamente, mas colocou o celular ao lado, franzindo levemente as sobrancelhas com um sorriso sinistro nos lábios. A aparência submissa havia desaparecido completamente, como se de repente um demônio o possuísse....Era meia-noite e começou a chover forte. Nádia dormia profundamente em sua cama quando o som insistente da campainha a despertou abruptamente. Ela se sentou de súbito. "Quem pode ser a essa hora? Não pode ser o Fábio me incomodando de novo, pode?" Se levantou cautelosamente e caminhou até a porta. Ao ver quem estava na tela, ficou chocada e imediatamente abriu a porta. Roberto estava lá fora, o casaco do terno aberto, a gravata torta, completamente encharcado da cabeça aos pés. Pálido, com olheiras vermelhas, levantou os olhos

— Eu, eu preciso ir para casa, já está tarde, e se eu demorar, ela vai ficar preocupada. — Quem vai ficar preocupada? — Perguntou Nádia. Ela suspirou profundamente, abanando a cabeça sem esperança. — Mãe, preciso ligar para a Jaque e dizer a ela que estou... que estou na casa da minha mãe, para não termos mal-entendidos. Roberto tirou o celular do bolso e procurou o número de Jaqueline. No contato de Roberto, o nome de Jaqueline estava no topo, pois ele intencionalmente colocou um "A" antes de "Jaque". Com um "A" na frente, ela sempre apareceria em primeiro lugar. Um homem bêbado, quase incapaz de ver as letras na tela, folheava a lista de um lado para o outro, com os dedos trêmulos tocando a tela, mas ele não percebeu que tinha errado. Depois de discar o número, ele colocou o celular no ouvido. Do outro lado da linha, uma voz animada disse: — Roberto, o que aconteceu para você me ligar tão tarde? Está com saudades? Roberto achou a voz estranha e levantou o celula

— Sim, sim, ela era terrível, não te entendia nem um pouco. Quando você sugeriu o divórcio, ela não deveria ter aceitado, deveria ter insistido sem se preocupar com a aparência, e simplesmente não ter se divorciado. Nádia evitou discutir com o bêbado para não comprometer sua própria inteligência. — É isso, eu falei do divórcio e ela simplesmente concordou? Por que ela tinha que ser tão obediente? — Roberto perguntou, irritado. — Ela não tem nenhum espírito de rebeldia! Nádia ficou sem palavras. "Os homens da família Santana, todos são uns canalhas. Nunca estão satisfeitos." — É verdade, ela não deveria ser tão obediente, deveria ter se rebelado. Na minha opinião, Jaqueline é uma idiota, muito burra. — A idiota é você! — Roberto pegou um travesseiro e o jogou para o lado, agindo como uma criança birrenta. Virando a cabeça, disse. — Não fale mal da Jaque, ela não é estúpida. — Você a defende tanto assim? — Nádia riu. — Então por que você ainda se divorciou dela? Vendo Rob

No dia seguinte, às nove da manhã, Jaqueline foi despertada pelo som do toque do celular.Ela abriu os olhos e percebeu que tinha dormido demais, algo atípico, pois geralmente não se levantava tão tarde. Com os olhos mal abertos e ainda sentindo uma leve tontura, se sentou na cama e pegou o celular para ver quem estava ligando. Se assustou ao ver o identificador de chamadas e atendeu rapidamente:— Alô, sogra.— Você já acordou? — Perguntou Nádia.— Já acordei. — Jaqueline coçou o cabelo desgrenhado, se sentindo um pouco culpada, como uma criança que foi pega dormindo até tarde e não ousava admitir. — Aconteceu alguma coisa?— Sim, tenho um compromisso ao meio-dia com Reginaldo. Venha comigo.— Eu devo ir? Tem certeza?— Você quer que eu encontre aquele comerciante desonesto sozinha?— Ah, não, claro que não. — Jaqueline se apressou em explicar. — Sogra, claro que irei com você.Ela estava envolvida no assunto, pois foi a intermediária para George, pedindo a Nádia para se encontrar c