Todos os capítulos do Contrato com Diabo: Capítulo 11 - Capítulo 20
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11
Logo que o juiz de paz deixa o apartamento, Ethan surge com um contrato para que Wendy assine. — Deixe o advogado dar uma lida e revisar, antes que você assine. — ele diz, esticando o papel na direção de Guilhermo. Em um rápido golpe, Wendy puxa a folha e se afasta um pouco. — Eu sou muito capaz de ler um documento. — Há termos que possam ser difíceis de você entender, Wendy. — Ethan responde, olhando o seu relógio de pulso. — Um advogado é a melhor pessoa para ler um contrato. Wendy o ignora totalmente e continua a ler o documento que está em mãos. Theo se vira para o novo cunhado e diz: — Wendy sabe o que faz. Ela fez advocacia. — Ah, é? — os olhos de Ethan brilham, ao olhar para Wendy novamente. Ele não imaginava que ela tivesse pretensões para sua vida. — Então me casei com uma advogada? — Quase. Ainda não fiz o exame da ordem. — Não? — Theo questiona, confuso. — Minha vida começou a afundar antes que eu fosse capaz de fazê-la. — Wendy coloca o contrato sobre a mesa e
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Doze horas haviam se passado e Wendy permanecia dentro da cela. Cansada de esperar pelo seu direito de ligação, que lhe disseram só ser possível na manhã seguinte, ela estava adormecendo, quando os primeiros e tímidos raios solares passaram pelas pequenas grades da cela. — Ei, garota? — um guarda bateu com sua caneca de alumínio na grade, fazendo com que Wendy o olhe assustada. — Cinco minutos para fazer sua tão esperada ligação. Sentada na cama estreita, Wendy olhou em volta da cela. Era um espaço pequeno e frio, com paredes de concreto desgastadas e uma única janela gradeada que oferecia uma vista limitada para o céu londrino. Os sons abafados da movimentação na prisão ecoavam pelos corredores, indicando que mais um dia estava começando. Wendy se perguntava o que o dia lhe reservava. Ela ansiava pelo momento de ligar para o único telefone que ainda lembrava. O da casa que cresceu. Os cinco minutos se passam e o mesmo guarda se aproxima para abrir a cela. — Você só pode ligar
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Algumas semanas haviam se passado desde o casamento de Wendy e Ethan. E ao contrário do que os dois um dia pensaram, eles não haviam se aproximado. Sequer tinham assuntos em comum. Wendy observou algumas coisas nas últimas semanas. Todos os dias, Ethan sai bem cedo, logo após o café da manhã que fazem em silêncio. Ao voltar pouco depois do entardecer, ele se enfia em seu quarto, sai apenas para jantar e permanece lá até o dia seguinte. Com exceção dos finais de semana. Sexta, sábado e domingo, Ethan chega após o trabalho e sai uma hora após o jantar. Uma noite, curiosa para saber a hora que ele voltava, Wendy ficou acordada e deixou a porta de seu quarto aberta. Três da manhã. Essa era a hora que Ethan chegava nos finais de semana. Obviamente que ela não se importava com onde e com quem ele estava. Ethan já havia deixado bem claro que ela era a única que devia fidelidade naquele casamento. Mas mesmo assim, uma pulga cismava em ficar atrás de sua orelha em relação àquelas saídas. E
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— O seu o que? — É uma longa história... eu... — AQUI! — Heather grita e acena para alguém que estava do outro lado. — Você vai me contar essa história direitinho, mas preciso te apresentar alguém. — a mulher para quem Heather acenara se aproxima e é recebida com um grandioso beijo na boca, deixando Wendy ligeiramente constrangida. — Ah... delícia. Wendy, amiga, essa é Lisa. Minha namorada. Lisa, essa é a Wendy. Ela é... Heather é interrompida com sua apresentação, com o barulho do apito soado pelo apresentador. A luta estava começando. Monster tem pressa e soberba. Ele está confiante de que irá vencer aquele embate, quando tenta acertar o primeiro chute em Ethan. Blackwell desvia magicamente e zomba com a cara de seu oponente. Ele ergue seu punho direito e com rapidez, o levou na direção do rosto de Monster, quase lhe acertando um soco do lado esquerdo do rosto. Todo o público vibrava a cada golpe que eles erravam ou acertavam em seus oponentes. Wendy se sentia tão apavorada, m
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Ethan teve uma infância e adolescência marcadas por desafios e adversidades que moldaram sua personalidade e o levaram a buscar uma vida de superação. Desde cedo, ele teve que lidar com situações difíceis que o colocaram à prova. Ethan cresceu em um bairro problemático, onde a violência e a criminalidade eram comuns. Sua família lutava para sobreviver financeiramente, o que resultava em um ambiente instável e cheio de tensões. Ele testemunhou brigas, vícios e a falta de perspectivas ao seu redor. Na escola, Ethan enfrentou bullying e discriminação por parte de seus colegas devido às suas origens humildes. Isso o tornou alvo constante de zombarias e provocação, o que afetou sua autoestima e confiança. Durante o auge da adolescência de Ethan, seu pai, Daniel Blackwell, envolveu-se em um negócio de importações de forma ilícita e arriscada. Vindo de uma família de origem modesta, Daniel estava determinado a oferecer uma vida melhor para sua esposa e seu filho. Um antigo amigo de Danie
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Ethan soltou aquela frase e foi para o seu quarto. Wendy permaneceu olhando para o corredor, se questionando se aquilo daria certo. Na realidade, ela não conseguia parar de pensar na noite passada. Na luta e principalmente o choque que seus lábios sentiram, quando Ethan os beijara. E pensar naquilo por tanto tempo, deixava Wendy irritada. Ela não gostava de Ethan, mas também não o odiava por completo. A única coisa que Wendy precisava entender, era o porquê de ele forçar um casamento com uma garota que ele viu uma única vez e quando ela ainda era uma adolescente. Por que ele não seguiu em frente e buscou um relacionamento baseado em amor e conexão mútua? As dúvidas e questionamentos sobre os verdadeiros motivos de Ethan a deixavam inquieta. Ela não podia negar a ligeira atração que sentiu na noite anterior, mas também não queria ser apenas uma peça de um jogo que ela não entendia completamente. Wendy ainda estava sentada no sofá, quando Ethan surgiu com um conjunto de moletom difer
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— A luta de hoje será gigante! Seu oponente é um ex bombeiro, quase sem experiencia com lutas, então será fácil. Ethan olha de lado para o treinador de sua academia, enquanto desconta sua raiva do mundo em um saco de areia. — Pense, Blackwell. — ele continua, fazendo Ethan revirar os olhos. — A luta de hoje pode levá-lo para outro patamar. Um que você jamais imaginou estar. Ele continuou a desferir golpes no saco de areia com força, sentindo a tensão em seus músculos. Ele não conseguia deixar de pensar nas palavras do treinador e na luta que o aguardava. A raiva que o atormentava parecia se acumular a cada soco, como se ele quisesse extravasar todas as frustrações de sua vida naquele momento. — Pense no que, exatamente? — respondeu Ethan com certa impaciência. — Eu vou lutar, vencer e pronto. Não é isso que você quer ouvir? O treinador sacudiu a cabeça, parecendo não se impressionar com a atitude de Ethan. — Não, Ethan. Eu quero que você pense no porquê está lutando. Não apenas
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Quando Wendy despertou, de primeira ela sentiu uma tremenda dor de cabeça. Ela se senta e olha em volta, com um olho meio aberto. Wendy presume que está no quarto de Ethan, já que não conhecia aquele ambiente. Ao procurar um relógio, ela se depara com um copo de água e dois comprimidos, juntamente de um bilhete. Após tomar os comprimidos e secar aquele copo, Wendy leu o bilhete. “Se hidrate e descanse. Caso acorde a noite, tenho uma luta. Conversamos pela manhã. Ethan.” No relógio indicava que eram quase quatro horas da manhã. Apesar da dor de cabeça infernal que sentia, Wendy estava com fome. Ela abandona o bilhete em cima da cama e vai para a cozinha. Na cozinha, Wendy encontra algumas frutas e alimentos leves. Com cuidado, ela prepara um pequeno lanche para saciar sua fome. Enquanto comia, a mente de Wendy vagava pelas lembranças da noite anterior, do beijo inesperado e das emoções conflitantes que haviam surgido. Ela se perguntava o que realmente estava acontecendo entre ela
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Alguns dias se passaram, desde a bebedeira sem freio de Wendy. Ela evitava ao máximo se encontrar com Ethan pela casa e ele respeitava aquilo. Sempre se levantava antes dela e voltava para casa quando sabia que ela já estava dormindo. Wendy havia feito uma barreira com travesseiros na cama, para evitar de acordar agarrada a Ethan novamente. Aquilo funcionava na prática, mas inconscientemente ela o agarrava de todas as formas. Wendy estava tendo sonhos eróticos com seu marido por contrato. Ela estava em um quarto escuro, iluminado apenas pela luz suave de velas ao redor. No centro, estava Ethan, de pé, usando apenas uma calça de moletom. Seu coração disparou ao vê-lo ali, tão perto, e seu corpo pareceu reagir por vontade própria. Ele a encarava com um olhar intenso, carregado de desejo. Wendy sentiu as pernas tremerem e o coração bater descompassadamente. Era como se toda a atmosfera ao redor estivesse impregnada de uma energia magnética e irresistível. Ethan estendeu a mão em sua
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20
Wendy pediu ao garçom, ravióli recheado com queijo de cabra e manjericão em molho de tomate fresco. Mas quando ela viu o prato de Ethan, ela se arrependeu amargamente. — Meu Deus! — ela murmura, encarando o prato dele. — Que arrependimento. — Não entendi. — O salmão. Ele é logicamente melhor do que esse ravióli. Ethan encara seu peixe e a mulher genuinamente arrependida a sua frente. Ele corta um pedaço daquilo e lhe estica o garfo. — Experimenta. — ele diz, com o garfo no ar e esperando que ela o abocanhe. — Nós estamos nesse nível? — Você não quer? Antes que ele abaixasse o braço, levemente irritado pela pergunta que ela fez, Wendy se esticou e colocou o garfo na boca. Enquanto soltava o pedaço daquele peixe do garfo, seu olhar estava entrelaçado ao de Ethan. Ela experimentava o pedaço de salmão e os olhos de Ethan permaneciam fixos nela, observando atentamente sua reação. Seus olhares não se desviavam e parecia que um universo inteiro se desdobrava naquele momento fugaz
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