Vitória viu Viviane conversar com Ademir e, logo em seguida, recebeu dela um olhar provocador.Ela franziu a testa: "Por que essa Viviane está me olhando assim?"Não demorou muito para Ademir se aproximar dela:— Vitória, está cansada de ficar em pé?— Não, estou bem. Aqui tem um banco onde posso me sentar. Ademir, quando vi seu nome na lista de convidados, até me surpreendi. Achei que fosse outra pessoa com o mesmo nome. Você não tinha comentado nada sobre vir hoje ao concerto.— Se eu contasse antes, não teria graça nenhuma. — Ademir ficou incomodado ao ver que Vitória só podia assistir ao concerto encostada num canto. Sua testa se franziu levemente. — Vem sentar comigo. Lá na frente os assentos são melhores.Vitória balançou a cabeça rapidamente:— Aqui tá ótimo. E se acontecer alguma coisa por aqui, eu preciso estar por perto pra resolver.Ademir acabou cedendo, um tanto resignado:— Tudo bem, então. Quando você voltar pra Cidade B, eu vou te levar pra assistir a um grande concerto

Viviane olhava para Vitória no palco cheia de incredulidade. Aquela música infantil ao piano, ela jamais esqueceria na vida, nem mesmo confundiria a melodia, nem que morresse."Como é possível? Como isso está acontecendo?"O rosto de Viviane empalideceu por completo. Ela encarava a mulher no palco, atônita, enquanto se lembrava das vezes em que ouviu essa mesma canção e foi de sala em sala procurando de onde vinha o som. Em todas essas vezes, tinha visto Vitória tocando piano nas salas de aula.Ela não pensou muito a respeito, apenas achou que Vitória estava praticando piano, simplesmente.Mas agora percebeu que já devia ter suspeitado antes. Vitória era, afinal, uma das pessoas que mereciam ser consideradas suspeitas.Se dizia que Vitória foi adotada, era uma órfã.Os dedos de Viviane estavam tremendo: "E se a Vitória for mesmo a pessoa que eu estou procurando, se for mesmo filha da família Dias? O que eu faço agora?"Viviane não conseguiu evitar olhar para Dario ao seu lado. Sentia q

Quando Vitória viu Viviane, percebeu que havia algo estranho em sua expressão, uma sensação difícil de descrever.Ademir seguiu o olhar dela e naturalmente também viu Viviane se aproximando. Imediatamente, seu rosto se fechou em uma expressão severa:— O que você está fazendo aqui?Vitória percebeu a expressão nada amigável de Ademir e achou um pouco estranho. Geralmente, Ademir era gentil com as mulheres, provavelmente por causa do contato constante com elas.No entanto, a atitude de Ademir em relação à Viviane estava tão ruim que ela achou isso realmente estranho.Viviane forçou um sorriso. Naquele momento, ela mal podia se preocupar com a hostilidade de Ademir. Fitando Vitória de maneira cautelosa, disse:— A música que você tocou no piano agora há pouco é muito bonita, mas... No começo parecia ter uma fusão com outra melodia. Me soou mais como uma canção infantil?Viviane tinha refletido muito nos últimos instantes. Ela não sabia se Vitória ainda se lembrava do passado, da infância

Viviane caiu imediatamente em um estado de pânico profundo. Ela se esforçou para lembrar e percebeu que Vitória não era mais tão parecida com quando era criança, havia mudado bastante ao crescer, mas aqueles olhos ainda eram bem semelhantes."Como é que só percebi isso agora? Se tivesse notado mais cedo, podia ter feito a Vitória desaparecer antes, jamais deixando ela ter qualquer chance de contato com a família Dias. Se a Vitória for mesmo filha da família Dias, aí sim a situação ficará difícil para mim."Mas havia algo que Viviane não conseguia entender: "Em teoria, a Vitória já tem bastante contato com o Bryan e com os membros da família Dias. Então por que ninguém da família descobriu a identidade dela?"Aquilo parecia extremamente suspeito aos olhos de Viviane.Ela se lembrou de quando era criança e ouviu de Vitória, ainda pequena na época, algumas coisas sobre sua família. Sabia apenas que a amiga tinha uma família muito rica e morava numa casa enorme."A Vitória não contou isso

Viviane, ao perceber que Laura havia caído na armadilha, respondeu prontamente:— Na verdade, eu estou pensando nisso desde o caminho pra cá, mas ainda não tive chance de perguntar pra Vitória, então vim falar contigo primeiro.A mente de Laura começou a girar rapidamente, tentando encontrar a melhor forma de responder.Viviane, cheia de segundas intenções, perguntou lentamente:— Então... É você a pessoa que eu estou procurando?Ela tinha acabado de recontar todo o processo daquela situação, e ainda por cima prometeu tantos benefícios a Laura, que qualquer uma com um mínimo de inteligência já sabia o que devia fazer.Afinal, sendo uma garota que cresceu num orfanato, ninguém conhecia melhor do que ela o peso do preconceito e das zombarias.Viviane tinha certeza de que Laura agarraria a única oportunidade que ela estava oferecendo.Foi como quando ela mesma agarrou a chance ao conhecer Hélio, só assim conseguiu a vida boa que levava.No segundo seguinte, Laura assentiu, com um olhar in