”Eu tinha sete anos de idade quando fui mandado pra sua casa de vez”, começou Emrys, seu braço descansando sobre a manta prateada sobre a lareira, as chamas alaranjadas sendo nossa única fonte de luz e calor, enquanto eu via um de seus dedos batucando na manta, silenciosamente.Sentada confortavelmente sobre uma de minhas pernas, dobrada embaixo de mim, enquanto a outra estava esticada para fora da cama imensa - e eu teria que esticá-la bastante para tocar o chão. Por sorte, tinha companhia para meus ombros, com um cobertor de lã negra jogado por cima deles.“Depois que minha mãe se foi…” ele respirou fundo, seus olhos fixos nas chamas, conforme começou a viajar nas suas próprias memórias antigas. “Eu cresci bem triste, bravo - eu normalmente tinha uns “trecos”, como meu pai gostava de chamá-los, mas na realidade eram ataques de pânico; eu entrava em pânico com o menor dos problemas, hiperventilava sempre que alguém falava da minha mãe. E meu pai cagava pra mim; ele não queria lidar

Um silêncio que era assustadoramente familiar me cercou, enquanto eu mergulhava nas águas profundas, que mais parecia tinta do que água, de tão turva. A corda amarrada no meu pulso dançava a cada braçada. O frio era de gelar os ossos, e tudo isso me trouxe lembranças da última vez que eu nadei.Pedaços minúsculos de vidro voavam por mim, meu cabelo ainda molhado do treino. A mãe de um amigo estava me dando uma carona pra casa, quando uma caminhonete bateu na traseira do carro; eu gritava de dor.A escuridão me anuviou a vista, conforme os sons vinham e iam, todos meus sentidos falhando quando abri meus olhos e a vi-Chacoalhando essa lembrança pra longe, nadei mais e mais fundo, meus pulmões começando a queimar e, por alguma razão, eu gostei disso; era bom sentir algo tão perigosamente familiar. Algo que me levava de volta a dias mais fáceis.Tudo ao meu redor era preto. Parecia que a luz do relógio da Chelsa ficava mais fraca a cada segundo - não tinha nada aqui embaixo. Nem mesmo

*Visão do Emrys*Minha espada assobiou pelo ar. Arrow, na minha frente, tentava me acompanhar. Uma parte de mim teve pena do garoto que estava em treinamento há apenas dois anos; contra meus mais de dez anos de treinamento, era totalmente injusto. Mas minha raiva invadiu meus pensamentos.Celeste foi atacada e a culpa era minha. Aquela estúpida profecia causou essa merda de luta. E uma vampira?! Tinha que ser aquela Mulher do Lamento que Ruby tanto falava... Por que com a gente? Por que a Celeste? Por que somos nós os caçados, os que foram o resultado de vidas tão arruinadas que chamamos de "normais"? O suor brilhava em nossas testas, armadura de couro agarrada à nossa pele perfeitamente, e o vermelho pintava as bochechas de Arrow, olhos castanhos bem abertos; com um último golpe da minha lâmina, a espada de Arrow caiu de suas mãos. Com uma mão, cego de raiva, agarrei a garganta do pobre garoto e o levantei, apoiando suas costas na parede sólida.A Celeste poderia ter morrido por

"E não se esqueça", Anton apressou-se enquanto sua companheira, Emily, se apressava com o meu cabelo, enfiando-o num coque baixo atrás da minha cabeça; o espelho na minha frente mostrava minha roupa de simples, mas elegantes botões brancos com punhos de renda enfiados em uma saia cor grafite. "Não olhe os guardas nos olhos”."Ou", disse Emrys, olhando nos meus olhos pelo reflexo do espelho. "Fale com eles, meus guardas irão saber quem é você na hora.”Eu concordei, arrancando meus olhos dele e de seu lábio rachado - isso o fez parecer mais gostoso ainda, ou eu me senti horrível por sua dor? Os dois. Emily enfiou meus pés em pequenos saltos de cozinha antes de me passar uma bandeja de prata; sobre ela havia tigelas de madeira escura cheias do que parecia ser mingau de aveia e dois pequenos copos de madeira de água."Você se lembra de como chegar lá, Luna?" perguntou Emily, seus cabelos escuros presos ao seu rosto, criando sombras. Sorrindo gentilmente em direção a ela enquanto eu rep

"Eu quero confiar nele, acredite, eu quero, mas Celeste... E se isso for uma armadilha?""Se for uma armadilha, vamos resolver isso também", suspirei enquanto andávamos pela grande biblioteca do palácio; o conforto tanto da lareira quanto dos milhares de livros guardados aqui me fez sentir à vontade. Quando foi a última vez que eu li?"Senhor", uma voz veio de trás de nós. Emrys e eu paramos de caminhar e nos viramos para enfrentar o guarda nervoso chamado Thomas; ele tinha um tamanho médio, de olhos azuis grandes e cabelos castanhos de chocolate bem aparados. Apesar de Emrys ser três anos mais velho que Thomas, Emrys parecia muito mais velho. "O Príncipe Anton deseja informá-lo que a Capitã Longview e a Sra. Formalle foram sentenciadas para a tarde de amanhã".A voz de Thomas tremeu enquanto ele falava e eu não pude me conter; dando um passo à frente, pousei uma mão reconfortante em seu braço com um pequeno sorriso."Vamos salvá-las, Sr. Hendal", uma feroz proteção e ímpeto para s