O táxi amarelo subiu a ladeira e parou em frente ao imponente casarão de muros cobertos com musgos. Santa Tereza, bairro da Zona Central do Rio de Janeiro, conhecido pelas antigas mansões, ruas íngremes e sinuosas, e estilo de vida boêmio. Lily ergueu o olhar apreensivo através da janela do carro e respirou fundo. Estar ali era importante, ao mesmo tempo, angustiante, mas sentia que daria tudo certo. Tinha que dar certo. Segurando um envelope nas mãos, colocou a bolsa no ombro, pagou a corrida e andou até o portão de ferro. Anunciou sua presença no interfone e quando a entrada foi liberada, passou pelo estreito caminho de tijolos até a varanda de estilo colonial. Enquanto aguardava a proprietária do imóvel, observava o ambiente. A sala era pouco iluminada, com paredes revestidas de ladrilhos holandeses, um denso carpete estampado que cobria boa parte do chão de mármore frio e escuro. Cortinas cinzas pendiam sobre duas grandes janelas impedindo quase toda a claridade de entra
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