Capítulo 6

Valdir

Agora consigo entender o porquê de Lucas Quinei querer se vingar dessa mulher, tão bela e perfeita que ninguém suspeitaria de seu caráter. Eu mesmo, se não soubesse de seus atos, cairia em seu anzol feito um patinho. Tão linda com este vestido vermelho curto até o meio das coxas, discreto e sedutor, ela soube combinar a cor do vestido com a sandália azulada entrelaçada em suas pernas. E este pescoço? Tão delicado, elegante e convidativo ao mesmo tempo.

- Que lugar agradável senhor Rodney. - Felícia me tira dos meus pensamentos.

- Será mais agradável quando me chamar apenas de Rodney, já não tínhamos combinado isso? - Sorrio enquanto encaro seus olhos amêndoas.

- Preciso lhe dizer que, não estou acostumada a estar a sós com outro homem que não seja meu marido, e isso me deixa desconfortável, e sem mencionar que o senhor fica me olhando deste jeito, como se estivesse me paquerando, esta me paquerando senhor Rodney? - Ela realmente é muito ousada! Além de se pintar a mulher descente se fazendo de santa, vem me acusando de paquerá-la?

Tomo um gole de meu vinho e, a respondo simplesmente com um sorriso.

Ela faz um gesto negativo com a cabeça e toma alguns goles de vinho antes de me dizer:

- Deve ser coisa de minha cabeça, me desculpe Rodney, posso te chamar assim então, tudo certo? - Ela está vermelha, acho que encontrei uma atriz perfeita para ASI.

- Claro que esta tudo certo, mas agora fale-me sobre você e Lucas. - Notei que sua face se contorceu por alguns instantes, mas depois foi tomada por um sorriso tão falso quanto uma nota de três reais.

- Somos um casal normal, não tem nada para se dizer. - Me sorri e toma o vinho.

- Todo casal tem histórias para contar Felícia, diga-me, alguma vez nunca pensou em estar nos braços de outro homem? - Dessa vez sua face se enrubesceu de imediato, é evidente que minha pergunta lhe deixou desconfortável, ela tomou o vinho novamente para tentar disfarçar seu constrangimento.

- Olha, essa conversa não é adequada, e nós nem nos conhecemos direito ainda, está me perturbando senhor Rodney! - Novamente ela se faz de ofendida, muito esperta ou muito lerda? E por que ela insiste em me chamar de senhor Rodney?

- Seus pedidos senhor. - O garçom entrega nossos pedidos e se retira.

Felícia começa a se distrair com os talheres, me evitando descaradamente. 

- Me desculpe se estou sendo inconveniente, pensei que fôssemos amigos e, quer saber? A sua satisfação sexual não me diz o respeito certo? E quanto ao meu amigo, eu estou muito surpreso que o casamento dele tenha durado tanto tempo, e me desculpe, espero que dure ainda muito mais é obvio, é que ele nunca parava com namorada nenhuma, acho que ele te ama muito Felícia. - Não pude deixar de perceber uma tristeza profunda em seu olhar, seria arrependimento? Estaria ela arrependida de todas as traições que cometeu contra Lucas Quinei? Sinto muito Felícia, mas se arrependeu tarde, tenho um trabalho a cumprir e pretendo terminar o meu trabalho. - E você, o ama? - Ela se engasga com o vinho. - Está tudo bem?

- Está sim obrigado, e quer saber se eu amo o Lucas? - Ela me olha bem no fundo dos olhos antes de tomar mais alguns goles de vinho e continua. - Pois bem, não vejo o porquê de prolongar isso tudo mesmo, eu não o amo. E se quer saber ele também não me ama, podemos ir embora agora senhor Rodney? - Felícia fez menção de se levantar, mas eu a impeço.

- Espere, - Seguro os braços dela. - desculpe se estou sendo inconveniente, mas pode, por favor, me explicar isso? Pensei que vocês se amassem.

- Ele talvez pode até ser que me ame, do jeito idiota e monstruoso dele é claro, mas eu não o amo, nunca o amei e, em breve direi isso a ele com todas as letras. - Ela foi tão fria quanto o cubo de gelo que está em minha taça.

Ficamos alguns segundos em silêncio, ela tomando a taça de vinho e eu desejando nunca me casar.

- Bom, então pretende se separar dele? - Sorrio malicioso, é o meu trabalho, fazer o que?

- Sim, dentro de um mêx mais ou menox, apenas tenho que resolver algumax coisas antes, mas expera Rodney, porque estou lhe contando ixo?- Encara a taça de vinho em suas mãos. - Deve xer o vinho. - Começa a gargalhar feito doida e depois fica séria novamente . - É xegredo. - Coloca o dedo indicador sobre os meus lábios. - Xiu! Promete guardar xegredo?

Ela está bêbada com o pouquinho de vinho que ela tomou? Como assim? Tem alguma coisa errada nesta história toda e, não está me cheirando bem. Que coisas ela tem que resolver antes de se separar? Será que tem algo haver com o dinheiro deles? Ela deve ser tão interesseira quanto ele, mas não, espera! Ele não é interesseiro, é apenas vingativo, já ela me confessou nunca tê-lo amado.

- Sim, eu não contarei para ninguém Felícia, quer ir embora? - Eu é que não iria me aproveitar de uma mulher bêbada.

- Eu extou me divertindo, de repente tudo ficou tão legal aqui não concorda? - Me sorri feliz.

- Você esta bêbada Felícia, como pode estar divertido? - Eu me sinto um idiota quando converso com uma pessoa bêbada.

- E é exatamente por ixo que esta divertido seu bobo! Vamos aproveitar que o demônio não exta aqui e vamox xer felixes. - O que ela quis dizer com isso? Quem seria o demônio a quem se referiu?

- Quem é o demônio? - Pensando bem eu até poderia tirar algumas vantagens, pelo visto ela confessa todos os segredos quando esta bêbada.

- O meu marido é óbvio, eu o odeio, não xuporto ficar perto dele, e quer xaber de uma coixa Rodney? Rexpondendo a sua pergunta de maix xedo, eu imagino todax ax noites estar nos braços de outro homem. - Aham, continue Felícia, e espero que você se lembre de todas as suas palavras amanhã. - Poderia muito bem xer um homem como voxe. A ju disse que não fax mau eu querer te beixar, pode por favor me beixar? - Incrível! Ela se solta completamente quando se embebeda! 

Eu poderia acabar com esse trabalho agora mesmo, era só beijá-la e tirar uma selfie . Mas não, quero que ela esteja ciente de seus atos quando estiver em uma situação dessa comigo. E pelo que tudo indica, será logo.

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