CAPÍTULO 2 - ANDREY

ANDREY ASAYEV ACENDEU um cigarro e baforou para cima tentando imaginar tudo o que estava acontecendo na agência.

Aqueles miseráveis quase me mataram...

Ele não gostara da forma como tinham feito o contato, tinha sido criado para que acordos fossem respeitados, mas quando se tratava com os russos era como brincar de roleta-russa com a arma totalmente carregada e esperar um milagre para que a munição falhasse e não um golpe de sorte.

— Senhor Andrey, creio que a pessoa que o senhor está esperando acabou de chegar.

Ele assentiu e apagou o cigarro, quando o viu chegar, se levantou e estendeu a mão para cumprimentá-lo.

— Bom vê-lo ainda com vida, Andrey.

— Vamos torcer para que continuemos assim.

O homem sorriu e se sentou.

— Você tem alguma preferência ou posso escolher algo para você?

— Desde que seja acompanhado por vodca.

— Esse é o menor dos seus problemas.

O jantar chegou e ambos comeram sem tocar no assunto que estavam ali para tratar, a hora da refeição era sagrada e não deveria ser interrompida, da mesma forma que uma negociação.

— A comida estava ótima.

— Tenho certeza que sim.

— Trouxe o que combinamos?

— Primeiro preciso saber se o que pedi será atendido.

— Quanto a isso não haverá problema algum.

Andrey estendeu um pen drive que o homem espetou em seu tablet e viu as informações.

— Acredito que tenha uma cópia disso tudo, não é mesmo?

— Está no banco, caso não cumpram o prometido, venderei a outro interessado.

— E se nós cumprirmos o prometido?

— Ficará no banco como salvaguarda da minha vida, só tenho interesse pelo dinheiro e poder aproveitar cada centavo, afinal, há a possibilidade de quererem me matar, então há um contato com o código no banco e entregará à CIA no dia seguinte.

O homem assentiu, pegou o celular, digitou alguns números e o celular de Andrey tocou mostrando que a transferência havia sido concluída com sucesso.

— É muito bom poder negociar com vocês.

— E os russos, o que farão com você?

— Não precisa se preocupar, existem muitos lugares no mundo em que eles são odiados e adorariam saber algumas coisinhas que sei.

ANDREY PAROU e entrou em uma loja que vendia charutos cubanos.

— Quero esta caixa.

A atendente ficou surpresa, aquela era um Gurkha Black Dragon, os mais caros do mundo.

— Custa Mil e duzentos dólares por charuto.

Andrey sorriu.

— Vou levar a caixa.

A atendente receberia uma comissão maior que o próprio salário naquele dia.

ANDREY ENTROU em seu apartamento e as luzes se acenderam automaticamente, ele jogou as chaves no aparador e caiu exausto no sofá.

Agora sim sou um homem rico...

Mas ele sabia que aquela riqueza poderia lhe custar a vida, precisava cuidar de todos os detalhes para que os russos não armassem algo contra ele.

Andrey abriu uma caixa em cima da mesa, era um legítimo Gurkha Black Dragon, ele tinha tantas lembranças com aquilo.

— Queria muito que estivesse aqui se deliciando com este presente, meu amigo... obrigado por tudo.

Andrey pegou seu cortador de charutos e preparou tudo, acendeu e deu uma tragada.

Ele tinha razão... o aroma disso aqui é inigualável...

Andrey olhou para seu celular e sorriu satisfeito sabendo que poderia sumir no mapa para algum paraíso, mas perderia boa parte da emoção do que a vida ainda poderia lhe proporcionar, Ivan sempre o orientava que a vida de espião era a mais emocionante que um ser humano poderia sonhar.

Se pelo menos Ivan ainda estivesse aqui daria para negociar com eles...

Mas ele sabia melhor do que ninguém que Ivan não voltaria do mundo dos mortos, ele sabia muito bem quem havia apertado o gatilho...

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