Capítulo 4

Kathiane e Patrick entraram na minha sala e me cumprimentaram.

- Oi, pedi para chamarem vocês. Acho que esta informação pode nos conceder um mandato no mínimo, olhem no monitor na frente de vocês. O que irei mostrar pode chocar um pouco.

Fui passando as fotos das meninas que o suspeito tinha em um armazenamento virtual.

- Que doente!

- Coincidência ou não, tem fotos da nossa vítima. Já fiz backup desse material, aqui está o pen drive com os arquivos para vocês.

- Como conseguiu isso tão rápido?

- Imaginei que ele não fosse guardar isso no HD, então, comecei a procurar no histórico da internet dele, a senha foi fácil...

Eles saíram e eu fiquei mexendo mais um pouco para tentar encontrar algo que rendesse mais que um mandato. Que fosse concreto e definitivo. Patrick voltou e entrou na minha sala.

- Como?

- O que?

- Como você consegue estar sozinha, a menos que você e o Ardhie estejam escondendo alguma coisa.

- O Ardhie e eu? - Comecei a rir – Não mesmo. Estou sozinha porque eu quero. Eu acho!

- Então, já que não está namorando posso te convidar para comermos alguma coisa quando o caso encerrar. O que você acha? Ou sou muito velho para você?

- Não acho que idade seja empecilho para comermos algo juntos.

- Ah! Então podemos... Está marcado, saímos para almoçar ou jantar assim que conseguirmos resolver o caso.

- Combinado!

Ele saiu e continuei meu trabalho até que o simpático do laboratorista Roger, veio me chamar.

- Preciso de uma autorização para uma análise, e como você que chegou ontem aqui e no mundo, é supervisora, preciso que assine aqui.

- Ok.

Assinei e dei boa noite.

- Só isso? Não irá me perguntar que exame é e no que ele irá ajudar no caso?

- Não, se você acha importante, é importante. Não estou lá para saber se precisa ou não, confio em você e acredito que isso irá ajudar de alguma forma.

- Quer ver o que irei fazer?

- Não também! Para mim você é o responsável pelo laboratório, responde pelos seus atos, eu apenas serei quem autoriza ou não você fazer a porcaria, ficaremos sujos da mesma forma...

Ele saiu e eu continuei em cima daquela encrenca muito bem formatada. Peguei o celular e comecei a tentar recuperar alguma coisa, acharam um descartável próximo à residência do suspeito. Comecei a ver as ligações feitas, aparentemente não tinham relações. Até que resolvi rastrear os números ligados e notei que todos eram próximos aos locais de desaparecimento das meninas. Passei meus relatórios para eles e retornei para minha sala, fui interrompida no meio do caminho.

- Fiquei intrigado com uma coisa. Como você assina um documento sem ler e não se preocupa com o que eu irei fazer?

- Para mim é bem simples, se eu não puder confiar nas pessoas que trabalham comigo, eu demito. Então prefiro confiar que não irá fazer nada errado, se fizer, irei me decepcionar, responder o processo interno e te demitir... Viu é simples!

- Você é louca, isso sim.

- Ou isso, é uma alternativa que não podemos descartar. Vou para minha sala. Se precisar de algo estarei lá dormindo no sofá. Ou posso ajudá-lo.

- Eu terminei o que precisava ser feito. Obrigado.

 Entrei na sala e deitei no sofá. Logo adormeci. Estava muito cansada.

- Pegamos ele!

Acordei com Patrick falando ao meu lado.

- Oh! Que bom, posso ir embora então!

- Não, é madrugada, ainda estamos no plantão.

- Nossa perdi a noção, parece que estou há muito tempo aqui, não faz nem uma hora...

Ele sentou ao meu lado. Pegou minha mão direita.

- Você realmente não tem nenhuma relação com o Ardhie?

- Já disse que não! Somos amigos, só isso.

- Certo, desculpa. Só não quero estragar nada para você!

- Não tem nada para estragar, por não ter nada para estragar!

- Ok, onde iremos almoçar?

- Não sei, você convidou!

- Você realmente é direta. O que gosta de comer?

- Comida.

Ele me olhou meio perplexo e deu um meio sorriso.

- Sério, qualquer coisa? Posso escolher qualquer lugar, que você irá comer o que tem lá?

- Irá me levar para comer bichos vivos?

- Não!

- Coisas nojentas, polvos, lulas ou estômago de algum animal?

- Claro que não!

- Então, acho que não teremos problemas com o que iremos comer. Confio no seu bom gosto.

- Você é surpreendente!

- Sou nada, sou uma pessoa comum e chata como qualquer outra.

- Chata? Você acha as pessoas chatas?

- Me diz uma pessoa que você ainda não tenha pensado “que coisa chata”, ou “hoje estou tão chato que nem eu me aguento.” Todos somos chatos...

- Você é muito diferente das pessoas que conheço.

- Isso sim, isso pode ser, sou diferente mesmo. Não faço a mínima questão de ser igual a ninguém! Acho que estão te chamando lá, irei arrumar as coisas aqui, depois, entregarei para o Greg.

- Que hora te busco?

- Sei lá meia hora antes do almoço, acho que está bom. Sabe onde moro?

- Claro, eu sou investigador lembra? Até mais tarde.

Fiz o que tinha que fazer e esperei o Ardhie chegar.

- Precisamos conversar Nia.

- Agora?

- Não, chega mais cedo hoje.

- É muito grave?

- Não, pare de tentar adivinhar. Vai descansar. Não é nada com ou sobre você!

- Ah bom! Sabe que não gosto disso. Tchau, bom trabalho!

- Bom descanso!

 Saí e fui para casa dormir mais um pouco até o almoço.

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