Empolgante

Namorei por sete anos com meu namorado cirurgião, André. Planejamos 66 casamentos, mas ele cancelou todos por causa de Selena. Na primeira vez, Selena aplicou a medicação errada em um paciente. André me pediu para esperar e desapareceu o dia todo. Na segunda, Selena caiu no banho. Estávamos prestes a trocar alianças. Ele me largou sem hesitar, mesmo diante dos olhares de escárnio dos convidados. Assim foi por 65 vezes. Toda vez, Selena arranjava uma desculpa para tirá-lo de perto de mim. Na 65ª vez, ela disse que o cachorro estava morrendo e que queria pular do prédio. Minha mãe ficou tão nervosa que teve uma crise cardíaca. Mesmo assim, não conseguimos impedir o André de ir embora. Depois, ele se ajoelhou diante da minha família, pedindo perdão. Disse que só tinha pena da Selena por ela ser órfã — que a única mulher que ele amou de verdade sempre fui eu. Eu lhe dei uma última chance, mas ele me decepcionou mais uma vez. Totalmente desiludida, decidi me separar do André. Virei as costas para o passado e me juntei a uma equipe de ajuda médica internacional. A partir daquele dia, não precisaríamos nos ver nunca mais.

— Camila, a família havia arranjado um casamento para você anos atrás. Agora que sua saúde está melhorando, você está disposta a voltar para a Cidade J e casar? Se ainda não estiver disposta, posso conversar novamente com seu pai para cancelar esse compromisso. No quarto sombrio, Camila Oliveira só podia ouvir o som do silêncio. Quando a voz do outro lado da linha começava a perder a esperança de convencê-la, ela, de repente, falou: — Eu aceito voltar e casar. Sua mãe ficou sem palavras do outro lado, como se aquilo a surpreendesse. — Você aceitou? Camila, com a voz tranquila, respondeu: — Aceitei, mas preciso de um tempo para resolver as coisas em Cidade H. Dentro de quinze dias, estarei de volta. Mãe, comecem a preparar o casamento. Após dar mais algumas instruções, ela desligou a chamada.

Quando a avalanche atingiu a estação de esqui, minha prima Nana me empurrou para o abismo sem hesitar. Meu namorado, Caio Nunes, segurou Nana nos braços e virou as costas, deixando-me sozinha, enterrada sob toneladas de neve. Fiquei presa no fundo do vale por sete dias. Quando finalmente me encontraram, Caio estava furioso: — Você deveria agradecer por os braços da Nana estarem bem. Caso contrário, a única forma de compensar seria você morrer nesta montanha! O casamento está cancelado. Voltamos a falar disso quando você admitir sua culpa. Ele achava que eu choraria, que imploraria, que faria um escândalo. Mas eu apenas baixei os olhos e respondi calmamente: — Tudo bem. O que Caio não sabia era que, enquanto eu estava presa na montanha, fiz um pacto com a Deusa da Lua. Em seis dias, eu entregaria o que tinha de mais precioso: O amor e as memórias que eu tinha dele. Depois disso, eu esqueceria tudo sobre Caio e começaria uma nova vida, em outro lugar. Casar ou não já não importava mais. Aquela Maia Davis que o amava morreu no dia da avalanche, enterrada para sempre naquela montanha gelada.

Na véspera do casamento, meus olhos, que ficaram cegos ao salvar Bruno Costa, de repente voltaram ao normal. Eu estava tão feliz e queria contar essa boa notícia para ele, mas acabei vendo, por acaso, ele e minha prima se acariciando na sala. — Bruno, nosso bebê está ótimo agora. O médico disse que podemos fazer sexo. Vamos tentar na sala? — Irmã está dormindo no quarto. Fazer isso na sala vai ser bem excitante, não acha? — Cale a boca! Não brinque com minha esposa! Enquanto Bruno a repreendia, ele a beijava. Eu fiquei observando esses dois, cada vez mais envolvidos, com respirações mais rápidas. Foi aí que percebi o motivo de, há seis meses, os dois terem se apaixonado por praticar exercícios indoor. Cobri minha boca, me virei e fui para meu quarto, trancando a porta atrás de mim. Não tinha intenção de contar para Bruno que eu já estava curada. Peguei o celular e liguei para minha mãe. — Mãe, não vou me casar com Bruno. Vou casar com aquele homem da família Blanco, que está em coma. — Esse Bruno, esse lixo, eu não quero mais.

Durante dez anos, acompanhei Felipe passo a passo até o topo do poder na máfia, tornando-me a mulher em quem ele mais confiava. Mas pelas minhas costas, ele deu o nome da minha melhor amiga, Liliana, à ilha que conquistamos juntos com sangue e estratégia. Tudo porque Liliana, com uma doença terminal, tinha um último desejo de se casar com meu namorado numa ilha que levasse o seu nome. Felipe bloqueou todas as informações e proibiu qualquer um de me contar. O que ele não sabia era que a própria Liliana me transmitiu ao vivo todo o “espetáculo” do casamento. Naquela noite, desmaiei de tanto chorar. Enquanto isso, Felipe passou a noite na ilha com Liliana. Eu estava caída em uma poça de sangue, sofrendo um ataque cardíaco, com a respiração fraca. E Felipe estava no hospital, com Liliana. Cinco dias depois, aceitei o pedido de casamento do rei da máfia, Henrique Barbosa.

Uma semana antes do altar, Roberto Barbosa, meu noivo, me deixou paralisada com um anúncio absurdo: precisava se casar urgentemente com Lúcia Santos, seu primeiro amor, antes de nossa cerimônia. A mãe dela, Laura Santos, havia falecido recentemente. Em seu leito de morte, expressou o desejo de vê-los de alianças nos dedos. — Dona Laura sempre quis que ela se casasse com um bom homem. Era o último desejo de uma velha. Não dramatize, amor. — Ele explicou com uma naturalidade que me gelou os ossos. A empresa havia marcado o lançamento da coleção "Série do Amor Verdadeiro" exatamente para nosso dia de núpcias, um evento que selaria tanto nosso futuro conjugal quanto o sucesso bilionário da marca. Quando protestei, ele ergueu as mãos num gesto teatral de impaciência e respondeu com impaciência: — É só um projeto de uns meros bilhões! Como ousa comparar com o amor filial dela? Se está tão preocupada com cifras, se case sozinha com outra pessoa! A frieza calculista daquela resposta me atravessou como uma lâmina. Sem titubear, peguei o celular com dedos trêmulos e liguei para meu irmão. — Gustavo? Preciso que arrume um noivo substituto para mim.

Durante doze anos, meu companheiro e meu irmão me odiaram. Eles acreditavam que eu havia roubado a preciosa pesquisa de ervas da doce Sarah e que, por doze anos, eu a havia silenciado com crueldade e perseguições. Na minha cerimônia de marcação, eles expuseram ao mundo sobrenatural inteiro os meus supostos crimes. — Ela não passa de uma tirana que atormenta seus companheiros de alcateia e de uma ladra que roubou a fórmula de ervas de Sarah! Mas Sarah, entre lágrimas, sorriu docemente: — A fórmula já não importa mais… Se ela ao menos salvou nossos lobos do veneno da prata, que diferença faz quem a criou? Eu já a perdoei. Ela se tornou o anjo misericordioso da alcateia. Eu fui condenada por milhares, até que o próprio lobo que salvei derramou água prateada sobre minha cabeça. No desespero, arrastei Sarah comigo para a morte. Quando abri os olhos novamente, estava de volta ao meu segundo ano do ensino médio. Sarah cortava o próprio braço com uma lâmina de prata, enquanto sorria e perguntava: — Já pensou em como vai me pedir desculpas? Algo dentro de mim se quebrou. Meu poder de Alfa explodiu, forçando-a de joelhos. Peguei a lâmina: — Deixe eu te mostrar o que são cortes de verdade.

Quando fomos ao parque de diversões, meu namorado Beta Drew trouxe Laura com Anne. No carro executivo, por acaso faltava exatamente um assento, então Drew me pediu para descer e ceder o lugar para a mãe e a criança. — A Laura está com a filha, não é fácil para elas. — Disse ele calmamente. — Deixa elas irem à frente, eu volto para te buscar mais tarde. Saí do carro tranquilamente, observando o veículo se afastar devagar pela rua. Três horas depois, a mãe e a filha chegaram ao parque, onde participaram do jantar acompanhado de show de fogos de artifício. Minha melhor amiga, perguntou a Drew por que ele ainda não tinha vindo me buscar, Drew estava pacientemente ajudando Laura a acender um enorme canhão de fogos de artifício. Ele não estava com pressa nenhuma e disse: — A Sienna pode esperar um pouco mais, ela não vai se incomodar. Eu sei como lidar com ela, ela vai ficar de boa. Descobri que ficar com raiva só funciona com quem realmente se importa conosco. Meu pai, minha mãe, meu irmão nunca se importaram comigo, e agora até mesmo Drew havia parado de se importar. Então percebi que tinha chegado a hora de partir para sempre.

Naquela noite em que meus sogros foram levados por sequestradores, ele optou por celebrar o Dia dos Namorados nos braços de seu antigo amor. Não fiz nada para impedi-lo. Apenas contactei imediatamente o Escritório de Aplicação da Lei dos Lobisomens para organizarem o resgate. Em minha existência anterior, minha tentativa de detê-lo resultou em sua decisão de salvar os pais, o impedindo de encontrá-la. Posteriormente, ela acabou capturada nas montanhas por lobos fora da lei. Arrancaram seu coração sem piedade. O fim de sua vida foi marcado por um sofrimento atroz. A partir daquele momento, meu marido jamais tocou no assunto. Até que, prestes a dar à luz nosso filho, ele me conduziu para o coração da floresta. — Lyra, se não fosse sua interferência, Cheryl ainda respiraria entre nós! Que direito você tem de continuar vivendo? Quero ver na sua pele cada segundo da agonia que ela sofreu! Fui dilacerada pelos lobos. Parti deste mundo com meu bebê ainda em meu ventre. Mas então despertei. Era novamente o dia do sequestro. Desta vez, ele se manteve afastado da operação de resgate. Permaneceu ao lado de Cheryl, realizando seu maior desejo. Quando o sol nasceu, seus cabelos haviam se tornado completamente brancos.

Para se livrar do nosso filhote e ter um encontro com sua assistente no Dia dos Namorados, meu parceiro Marcus Anderson envenenou nosso filhote machucado e o forçou a fazer escalada. Quando corri com meu filhote à beira da morte para o hospital, inesperadamente vi meu parceiro acompanhando sua assistente em uma consulta pré-natal. Nosso filhote aterrorizado estava tendo convulsões por causa do veneno, mas Marcus nem se importava com ele. — Ele é apenas um Ômega. Se fosse um lobo de verdade, se curaria instantaneamente! Apertei a Erva da Bênção do Luar de 100 milhões de reais no meu bolso. Eu a tinha encontrado por acaso na floresta esta manhã. Estava planejando contar a ele a boa notícia hoje. Mas agora? Era hora de romper este vínculo de parceiros de cinco anos.