Prelúdio VI – Cegos
Em pleno século XXI, entre prédios e carros, eu caminhava vestido como um pirata. Completamente. Colete, panos amarrados à cintura, botas até a altura dos joelhos e muitos outros detalhes. Ao meu lado estava minha namorada. Ela vestia roupas tão incomuns como as minhas, embora não fossem roupas pirata.
Era novembro de 2008 do calendário cristão e havíamos acabado de realizar uma apresentação teatral como parte de um treinamento empresarial. Utilizávamos o Teatro de Aventuras Improvisadas no desenvolvimento pessoal há quase dois anos. Minha namorada era psicóloga e estávamos deslumbrados com o potencial daquela ferramenta. Era nossa primeira parceria com uma empresa de consultoria. Um trabalho inovador.
Parecíamos fora do tempo, andando pela rua. Era divertido quebrar