É
Poesia prontaDessas que começam amanhãDuram até um instante depois de agoraSaudade não é de passadoDe passado é lembrançaSaudade é de esperança.Espera:Do retornoDa voltaDo reencontro.Saudade se cuida tal a vinhedoSaudade é desejoO prazer de provarDa mesma uvaNovo vinhoDa mesma bocaOutros beijosOutro aconchegoNo mesmo abraço.Saudade é poesia que cuidaDe todo o sentir, que dorme.Jaz no peito a memória derradeira
Dos teus olhos naufragados n’oceanoCintilando no abismo qual centelhaMe aquecendo co’esse amor sobre-humano.A saudade é uma velha companheiraQue me aterra quando estou sobrevoandoàs lembranças e às dores passageirasE à maneira com que foi me abandonando.Fostes todo o amor que nunca tiveÉs passado desse amor que ainda viveCuja lápide se recusa e não fecha.Rogo ao tempo que isso logo cicatrizeQue o enterro seja como um deslizeE estanque qualquer fecho como flecha.São José de Ribamar
Já se faz tantos anosE eu continuo a te amarVejo teu lindo pôr do solEntre o cais e os lençóisPescadores em seus barcos navegandoEntre os ventos e mares velejandoE eu aqui tão sóVendo teu sorrir brilharEm boas lembrançasEra apenas eu e vocêMeu mar amorPor que me trouxe aqui?Nesse paraíso sem fimOnde seu amor me enlaçouE tão sozinha me deixou aqui?Existe outro alguém além de mim?E o seu véu esvaziaria mais ao vento do que asondas do meu sentimento por ti?Oh mar, meu marSão José de RibamarAté quando eu vou te amar?Ele não costuma dizer eu te amo
Só o faz de vez em quandoMas, quando isso aconteceToda a tristeza vai emboraNão caibo em mim de alegriaSaboreio o néctar da vidaVersejo odes e faço rimasEle não costuma dizer eu te amoSó o faz esporadicamenteMas, quando isso acontece,O céu se transporta pra terraA lua se banha no marO sol surge eclipsadoE sinto todo o amor me banharEle não costuma dizer eu te amoE Deus me livre de forçá-loMas, quando isso aconteceAh, quanta alegria me envolveMeu dia de luz se irradiaBailo por entre as nuvensO vento me acariciaEle não costuma dizer eu te amo
Algo intrínseco a natureza deleMas, quando isso aconteceA alma deixa meu corpoE dar cambalhotas no arSolfeja músicas românticasBanha-se na luz do luarEle não costuma dizer eu te amoNem me lembro da última vezMas, quando isso aconteceFico muda de alegriaNão há voz, não há ninguémToda a sincronicidade habitaNele, em mim e no alémEle não costuma dizer eu te amoTalvez, porque muito me amaMas, quando isso aconteceAcende em mim uma chamaCantarolando eu dançoVejo-o com tanta ternuraE de amá-lo não me cansoEle não costuma dizer eu te amo
O amor materializa-se nas açõesMas, quando isso aconteceTodos os pássaros gorjeiamO vento alto assoviaAs árvores balançam e se agitamE tudo em volta é alegriaEle não costuma dizer eu te amoO amor não se sente com palavrasMas, quando isso aconteceSinto seu braço envolver-meTodos os meus sentidos despertamMinha alma confidencia ao universoEu também, eu também, eu também te amo!Não sei porque ainda me engano
Se já conheço essa históriaDo princípio até o fimQueria não me entregar tanto assimMas quando dou por mimJá me envolviE não tem voltaSei que vou sofrer mais uma vezQue estou condenada a viver por tiSem que disso tenhas consciênciaTens tua vidaE nela sou apenas uma amigaMas a mimNão me basta a tua amizadeQuero bem mais que issoNão quero um beijo amigoQuero um beijo de amorMas já encontraste tua metadeE por inteiro sofro essa certezaFicam os cacos de um coração estilhaçadoNão tenho culpa disso estar acontecendoNão sei como fui permitir que isso começasseQuero ficar longe de tiE não saio do teu ladoQuero não te amarE te amo cada vez mais.